São Paulo 'aposta' R$ 500 milhões em produção de café para emplacar setor no estado
Um dos principais produtores de cana-de-açúcar do Brasil, o estado de São Paulo pretende se realçar também na produção de moca com o Programa Estadual de Incentivo ao Cultivo de Coffea Canephora, que deve ser anunciado na quinta-feira, 31.
A iniciativa, liderada pela Secretaria de Cultura e Provisão do governo paulista, visa revitalizar a cafeicultura nas regiões Núcleo-Oeste, Oeste e Noroeste do estado. Historicamente, São Paulo já foi uma referência vernáculo na produção de moca, principalmente de moca arábica.
A expectativa da Secretaria é que os investimentos somem R$ 500 milhões ao longo dos próximos cinco anos. O estado contribuirá com pesquisa, extensão e linhas de crédito por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), para o pequeno produtor.
O restante dos recursos virá de parcerias público-privadas, desenhadas pela Secretaria, que envolverão investimentos da indústria em plantio, desenvolvimento da cárcere produtiva, máquinas e equipamentos. O projecto deve ser detalhado no lançamento.
Desenvolvido em parceria com a Câmara Setorial do Moca – fórum criado para discutir temas do setor –, o projeto conta também com a participação da Dependência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e da Instalação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP).
“Com os pesquisadores e técnicos da SAA e a colaboração do setor produtivo, a expectativa é de uma cafeicultura cada vez mais resiliente, com produtores ambiental e financeiramente sustentáveis e adaptados às mudanças climáticas”, afirma o secretário Guilherme Piai.
O último levantamento da safra de moca em São Paulo aponta que o estado produziu 4,9 milhões sacas de moca na safra 2023/24, uma queda de 9,1% em relação à temporada anterior. As principais regiões produtoras são Franca (43,0%), São João da Boa Vista (27,6%) e Marília (7,1%), que juntas concentram 77,7% da produção cafeeira do estado. No ano pretérito, o país produziu 55 milhões de sacas.
O proclamação do governo paulista ocorre em meio à notícia de que a gestão de Tarcísio de Freitas planeja vender sete hectares do Núcleo Experimental Medial (CEC) do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), publicado porquê Rancho Santa Elisa, que possui um totalidade de 700 hectares. À EXAME, o governo assegurou que o desmembramento não afetará as áreas de pesquisa em curso, incluindo o banco de germoplasma de moca e macaúba.
Brasil é o maior produtor mundial de moca
O Brasil é o maior produtor mundial de moca, responsável por aproximadamente 40% da produção global, seguido de longe pelo Vietnã, o segundo maior produtor. Por cá, as principais espécies cultivadas são o arábica e o canephora (que inclui as variedades conilon e robusta, geralmente consideradas sinônimos no país).
O moca arábica é valorizado por suas características sensoriais complexas, com notas de chocolate, frutas, ervas e flores. Com maior texto de açúcares e acidez deleitável, é o preposto entre especialistas e consumidores.
Em contrapartida, o moca robusta é amplamente utilizado pela indústria para a produção de moca solúvel e porquê componente em blends com arábica. Seu perfil de sabor é mais intenso, e a vegetal é mais resistente e fácil de cultivar, fatores que justificam sua popularidade na indústria.
Embora o país seja mais publicado pelo moca arábica, a produção de Canephora tem desenvolvido, principalmente nos estados de Espírito Santo, Bahia e Rondônia, que juntos representam muro de 30% da produção vernáculo.
O Espírito Santo, inclusive, é responsável por 65% do Canephora produzido no Brasil, seguido por Rondônia e Bahia. Com o novo programa, a expectativa de São Paulo é figurar a médio prazo entre os produtores de destaque de Canephora.
A Região Sudeste do Brasil, com destaque para o estado de Minas Gerais, é a principal produtora de moca do país. Em 2023, os quatro estados da Região Sudeste foram responsáveis por 86% da produção vernáculo de moca — somente Minas Gerais contribuiu com muro de 25% de toda a safra de moca do Brasil, segundo dados da Embrapa.