Bonds de biodiversidade: Colômbia lança estratégia de financiamento para ecossistemas

A Colômbia anunciou o lançamento de seus primeiros bonds de biodiversidade, um crédito voltado para a garantia de recursos para a manutenção dos biomas e ecossistemas. A emissão, no valor de US$ 50 milhões, foi feita em parceria com o International Finance Corporation, organização privada do Banco Mundial.

O entendimento permite o financiamento da produção sustentável e economia rodear, uma vez que energias renováveis e projetos de lavoura regenerativa. A ministra do Meio Envolvente da Colômbia e presidente da COP16, Susana Muhamad, afirmou em nota que o objetivo é aligeirar a transição para a economia verdejante entre os setores mais estratégicos e essenciais para a economia colombiana. “Esse entendimento mostra que a regeneração da natureza é financiável e produtiva”, explica.

Enquanto os green bonds (ou “bonds verdes”), voltados para financiamento de projetos ambientais, já são mais conhecidos, a implementação dos bonds da biodiversidade é um tanto novo, tendo seu início somente neste ano.

De entendimento com Muhamad, o crédito será direcionado a projetos de impacto ambiental positivo na conservação, proteção e restauração das florestas conforme o Projecto da Ação pela Biodiversidade da Colômbia, que implementa metas até 2030.

O ministro colombiano da Quinta, Ricardo Bonilla, afirmou que os bonds são um elemento-chave na taxonomia verdejante: segundo o líder da pasta, a dificuldade dos economistas é identificar o que “verdejante” implica — e quais formatos de financiamento podem ser incluídos dentro desta categoria. “Esse tipo de bond vai gerar condições financeiras mais favoráveis, menos custosas e que aplaquem recursos para desenvolver projetos da biodiversidade”, disse.

Projeto brasílico para bonds da biodiversidade

A mesma estratégia, em menor graduação, deve ser implementada no Brasil. Nesta semana, o governo do Paraná lançou sua política estadual de créditos de biodiversidade. O projeto foi desenvolvido em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que vai destinar R$ 2 milhões em bonds.

Dessa forma, o Paraná se torna o primeiro governo subnacional do mundo a produzir sua própria estratégia de financiamento da biodiversidade a partir de créditos.

Comitiva paranaense durante lançamento da Política Estadual de Crédito de Biodiversidade no Estado do Paraná, lançada na COP16 (Rafael Andreguetto/SEDEST/Dependência Estadual de Notícias/Reprodução)

O projecto prevê que a melhoria da biodiversidade será concentrada nas reservas de patrimônio oriundo do Estado. De entendimento com Rafael Andreguetto, diretor de políticas ambientais da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, são de início 25 reservas beneficiadas, com a possibilidade de ampliação para parques municipais, estaduais e federais.

O secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, líder da comitiva paranaense na COP16, anunciou que o mecanismo pode beneficiar empresas que buscam diminuir seu impacto nos recursos naturais. “A empresa tem a quesito de mitigar suas ações a partir da compra dos créditos de biodiversidade. Já as reservas naturais que serão beneficiadas alcançam mais condições para o desenvolvimento”, explica.

*A jornalista viajou a invitação.

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