Aliados se irritam com ausência de Lula nas campanhas e dizem que fatura será cobrada em 2026

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não participar ativamente das campanhas municipais em 2024 criou um mal-estar generalizado entre candidatos, presidentes de partidos aliados — e até entre os petistas.

A pingo d’chuva, segundo apurou a EXAME, foi a decisão de cancelar a participação em eventos da campanha do deputado federalista Guilherme Boulos em São Paulo, em São Bernardo do Campo e em Diadema, no sábado, 28, e no domingo, 29, para viajar ao México para participar da posse da presidente eleita Claudia Sheinbaum.

Caciques partidários e candidatos já avisaram aos petistas que essa fatura será cobrada de Lula nas eleições de 2026. Na prática, avaliam esses caciques, a decisão do presidente de não embarcar nas eleições municipais será paga na mesma moeda quando o presidente tentar a reeleição.

Os petistas, por outro lado, têm afirmado que Lula tem uma ampla base partidária (PT, PSD, PP, PDT, PCDB, PSB, Republicanos, União Brasil) e que não mergulhou nas campanhas para evitar eventuais atritos entre os candidatos.

Em São Paulo, a campanha de Boulos garante que o presidente marcará presença nas agendas da reta final da campanha, principalmente nos últimos dias antes do primeiro vez, que acontece no domingo, 7.

Cenário eleitoral desconforme para Lula

Entretanto, o que se desenha é uma guião para o petista nas eleições municipais. Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro tem feito campanha em todo o país, Lula não participou ativamente do processo eleitoral.

O PT tem chances de vencer em exclusivamente duas capitais, Teresina e Goiânia, e candidatos apoiados por Lula lideram em seis capitais — o prefeito e candidato no Rio de Janeiro, Eduardo Paes, é um deles, por exemplo.

Ao mesmo tempo, candidatos apoiados por Bolsonaro lideram em ao menos 10 capitais — em próprio, candidatos do PL, partido do ex-presidente.

Depois de trespassar vencedor da disputa presidencial em 2022, por uma margem pequena, o terceiro procuração de Lula não decolou, na avaliação de próprios petistas ouvidos pela EXAME. O que se viu até agora foi um “novo velho governo”, com programas sociais antigos “requentados” e sem novas ideias ou projetos. O Bolsa Família não é mais novidade e já não repercute positivamente porquê nos primeiros mandatos de Lula.

Para piorar, o novo Programa de Aceleração do Prolongamento (PAC), importante pela capilaridade de obras que proporciona para impulsionar candidaturas à prefeitura, não decolou. No governo há um sentimento de taboca pelo inexpressivo impacto junto à opinião pública e também pela falta de entregas e resultados.

A cada novo evento, menor é a representatividade política. Poucos parlamentares, prefeitos e governadores marcam presença. Na Moradia Social, há uma corrida para prometer eventos com público, inclusive reunindo servidores do quarto andejar do Planalto.

Eleições 2024 EXAME

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