Caiado alerta que reforma tributária pode aumentar sonegação

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), criticou o que considera falta de transparência e aplicabilidade da reforma tributária e apontou riscos de aumento da sonegação de impostos e fuga de empresas do país. O político, que se coloca uma vez que pré-candidato a presidente da República em 2026, abordou o tema em entrevista à jornalista Cleide Silva, do Estadão, publicada na segunda-feira (29/7).

A conversa fez segmento de uma série peculiar sobre a Reforma, com falas de economistas, empresários, associações de municípios e representantes de governos. O projeto de regulamentação da Reforma Tributária está atualmente no Senado Federalista.

Caiado disse estar de congraçamento com a primeira segmento da Reforma, com a transição para um imposto único federalista, a Imposto sobre Bens e Serviços (CBS). No entanto, a transição da taxação estadual e municipal para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) é “um tanto impossível de ser aplicado”, disse o governador.

Aliás, reforçou ele, há risco de aumento de sonegação de impostos sobre consumo em todo o país, mormente nos pequenos municípios. O texto de regulamentação da Reforma Tributária prevê que a alíquota média do IVA (que será constituído pelo CBS e IBS) deve ser de 26,5% e não pode ultrapassar esse percentual.

“Eu já pedi várias vezes ao Appy [Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária], a fórmula que ele fez para chegar aos 26,5%, e ele nunca entregou”, contou Caiado.

Para prever o real impacto para o bolso do consumidor, o Governo de Goiás, por meio do Instituto Mauro Borges de Pesquisas (IMB), calculou que o IVA real ficará em torno de 32%.

“Quem está numa situação de pobreza ou é da classe média não vai se sentir confortável em remunerar 30% de tributos para o governo”, previu o governador.

Ele também alertou que a emprego do IVA pode originar o retorno de antigas práticas para fugir da taxação, uma vez que cheque pré-datado.

Ninguém sabe o teor, os detalhes da regulamentação´

Para o gerente do Executivo de Goiás, a proposta avança no Congresso Pátrio graças ao “Líder Pix”, ou seja, à distribuição de emendas, mas há uma série de perguntas não respondidas.

“Qual é a argumentação, o conhecimento do texto, o teor, os detalhes? Uma vez que isso vai interferir na vida dos estados? Ninguém sabe”, questionou.

Para ele, quem está no governo fala que fez a reforma uma vez que um tanto de modernidade, simplificação da legislação, sendo que, na verdade, as consequências só virão em 2033. Um dos malefícios da proposta atual – afirma Caiado – é concentrar o poder de decisão em Brasília, uma vez que a arrecadação e as compensações para estados e municípios ficarão a função do chamado Comitê Gestor.

“Essa proposta do governo é infeliz, é concentradora sobre Brasília, retira 100% da representatividade, da capacidade de gestão e de governança dos governadores e dos prefeitos e transfere para aquilo que chamei inicialmente de Comitê Venezuelano. Simplesmente vai permanecer na mão deles a distribuição de R$ 1 trilhão. Quem gerir o comitê terá o função mais importante do País”, ponderou.

O governador ainda questionou onde estão os testes e os estudos de impacto. Para ele, a reforma está sendo feita por teóricos que não conhecem a verdade brasileira.

Por termo, Caiado afirmou que é pré-candidato à presidência da República uma vez que opção aos rumos que o país está tomando. Caso confirmado na disputa, vai propor alterações no texto e, principalmente, a participação de todos os entes federados na discussão da proposta.

“Chegando à presidência da República, vou mostrar que a democracia exige que as pessoas tenham compartilhamento do poder para desenvolver um país que hoje caminha para o demora, só é competitivo no mundo no nosso setor da agropecuária, pois no restante somos caudatários dos outros países”, concluiu.



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