Zona do euro sai da recessão e mantém inflação sob controle

KIRILL KUDRYAVTSEV

Uma bandeira da UE hasteada em frente à sede do Banco Médio Europeu em 11 de abril de 2024, na cidade alemã de Frankfurt

Kirill Kudryavtsev

A zona do euro saiu da recessão no primeiro trimestre do ano, com um incremento mais robusto do que o esperado, e conseguiu manter a inflação sob controle, segundo dados publicados nesta terça-feira (30) que poderão levar o Banco Médio Europeu (BCE) a reduzir as taxas em junho.

O Resultado Interno Bruto da zona do euro registrou uma clara recuperação e aumentou 0,3% em relação ao trimestre anterior, assim porquê o da União Europeia porquê um todo.

A inflação permaneceu fixo, em 2,4%, na conferência anual em abril, anunciou a Eurostat nesta terça-feira.

Os analistas consultados pela Bloomberg e pela FactSet esperavam em média um incremento econômico de 0,1% nos primeiros três meses do ano.

O PIB da zona do euro caiu 0,1% nos dois trimestres anteriores, implicando uma recessão técnica no segundo semestre de 2023, segundo números publicados pelo Instituto Europeu de Estatísticas.

Entre janeiro e março de 2024, os principais países entraram em terreno positivo: Espanha (+0,7%), Itália (+0,3%), mas também Alemanha e França, as duas principais economias do conjunto, que registraram um incremento de 0,2%.

Esta melhoria do incremento é acompanhada por outra boa notícia, a firmeza do aumento dos preços no consumidor em abril, em 2,4% na conferência anual nos 20 países que compartilham a moeda única.

A inflação permanece próxima da meta de 2% do Banco Médio Europeu (BCE), o que deverá substanciar a sua intenção de reduzir as taxas de juros.

Tudo indica que o BCE cortará as taxas pela primeira vez em junho, de concordância com declarações recentes dos seus diretores.

A inflação subjacente, que exclui os elementos mais voláteis, porquê os preços da vigor e dos vitualhas, também continuou sua queda para 2,7% em abril, posteriormente 2,9% em março.

O aumento dos preços ao consumidor na zona do euro caiu drasticamente desde o recorde de 10,6% em termos anuais em outubro de 2022, quando os preços da vigor dispararam devido à guerra na Ucrânia.

– “Otimismo” do FMI –

A demanda de empréstimos abrandou, afetando o consumo e o investimento, tanto por segmento das empresas porquê das famílias.

A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que está em Bruxelas para se reunir com autoridades da União Europeia, disse nesta terça-feira que estava “otimista” em relação ao incremento no conjunto.

“A economia está em território positivo apesar do choque energético”, disse aos jornalistas, ao mesmo tempo que alertou que a luta contra a inflação “não acabou”.

Os analistas também avaliaram os dados de forma positiva.

“A economia da zona do euro entrou claramente em uma período mais favorável, com uma taxa de desemprego baixa e uma inflação mais moderada”, disse Bert Colijn, economista do ING Bank, alertando que a recuperação no horizonte “não seria vigorosa”.

Andrew Kenningham, da Capital Economics, salienta que “os dados do PIB do primeiro trimestre maiores que o esperado significam que a zona do euro saiu da recessão” e a queda da inflação subjacente em abril “não impedirá o BCE de iniciar o seu ciclo de flexibilização das taxas em junho”.

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