Outubro Rosa movimenta ações de clubes pelo Brasil

A responsabilidade social é um tema que ganhou aderência dos principais clubes do Brasil nos últimos anos. Pautas que antes não recebiam a devida atenção do marketing dos times, a exemplo do “Setembro Amarelo” e “Dia do Orgulho”, na era das redes sociais ganham força e já fazem segmento do calendário solene, com recta a ações e campanhas amplamente divulgadas, uma vez que no Outubro Rosa.

Criada no início dos anos 2000 para conscientizar mulheres e a sociedade sobre a preço da prevenção e do diagnóstico precoce do cancro de úbere/pescoço do útero, a campanha foi endossada pelos principais clubes do país. A camisa cor de rosa em menção à iniciativa esteve presente em times de diversas regiões do Brasil, uma vez que Fortaleza e Coritiba. No time paranaense, ingressos serão distribuídos para a Associação das Amigas da Peito (AAMA) e haverá doação de camisas autografadas para o instituto recrutar fundos e ajudar nos custos do projeto.

“O cancro de úbere é o tipo de tumor mais generalidade em mulheres no mundo e no Brasil é a principal motivo de morte por cancro entre elas. Vestir a camisa e contribuir para a conscientização do tema mostra a preço que o clube vem dando para causas tão importantes para a sociedade”, aponta Renato Kobbi, Diretor Mercantil e de Negócios do Coritiba.

No Fortaleza, a cada camisa vendida, um percentual será revertido para entidades sociais que trabalham com a motivo. Outra ação da equipe foi entrar em campo, na partida contra o Palmeiras, no último sábado (26), com uniforme sem o tradicional escudo do time. Ele foi substituído por uma costura em menção a mastectomia, cirurgia feita por grande segmento das mulheres que têm cancro de úbere. O Tricolor do Pici ainda realizou palestras para funcionárias e usou bandeirinhas temáticas na Redondel Castelão.

“É fundamental para o Fortaleza trazer atenção a causas uma vez que o Outubro Rosa. Temos uma torcida gigante, que não teria esse tamanho se não fosse pelas mulheres. Por isso, é nosso objetivo conscientizar nossas torcedoras e carregar a mensagem da campanha para o maior números de pessoas possíveis”, destaca Marcelo Tranquilidade, CEO da SAF do Fortaleza.

Clubes uma vez que Sport, Guarani e Botafogo-SP ofereceram exames gratuitos de mamografias para suas torcedoras e palestras inclusivas sobre o tema, atuando diretamente com o público cândido da campanha. O Avaí realizou diversas ações durante todo o mês de outubro em parceria com a AMUCC (Associação Brasileira dos Portadores de Cancro).

“É uma oportunidade valiosa para conscientizarmos sobre a prevenção do cancro de úbere e promovermos a saúde da mulher. A nossa ação é uma forma de unirmos forças e incentivarmos o autocuidado. Vamos mostrar que o Sport não é unicamente um clube de futebol, mas uma comunidade que se preocupa e apoia a saúde e o bem-estar de todos”, aponta Marcella Súcia, gerente de marketing do Sport.

Já o Goiás usou a originalidade na partida contra o Amazonas, válida pela 18ª rodada da Série B. Durante o jogo, um ponto rosa apareceu no telão do estádio da Serrinha e, conforme o tempo de jogo passava, esse ponto, antes quase imperceptível, foi crescendo e tomando conta da imagem, em uma semelhança ao nódulo que é característico no cancro de úbere. A ação seguiu o mote de “Não ignore os sinais”, para incentivar a procura do diagnóstico precoce.

“O futebol é uma óptimo utensílio para promover a conscientização. Queríamos abordar o Outubro Rosa de uma forma dissemelhante, marcante, que realmente chamasse a atenção dos torcedores. Por isso pensamos em um conjunto de ações que trouxessem impacto e também informações, com objetivo de conscientizar as pessoas sobre um tema frágil, mas extremamente necessário”, explica Jessica Rezende, diretora de marketing do Goiás.

Em meio a isso, o cancro de úbere é o tipo mais incidente de tumor entre as mulheres brasileiras. Sabe-se que a detecção precoce da doença, por meio de autoexames, de mamografia e por check-ups anuais, é imprescindível para um tratamento eficiente. Historicamente marginalizadas pela sociedade, acompanhantes sexuais se atentam aos cuidados com a saúde.

De pacto com um levantamento restrito realizado pela Infalível Model, maior plataforma de pregão de acompanhantes no Brasil, e patrocinador de Ponte Preta, Vitória, Vila Novidade, Paysandu e Amazonas, 44% das profissionais realizam exames preventivos a cada seis meses. Embora 99% considerem importante a realização de consultas preventivas regulares, 18% nunca fizeram nenhum tipo de fiscalização.

“É precípuo estarmos atentas aos sinais que nosso organização nos dá. A prevenção de doenças, uma vez que o cancro de úbere, deve ser uma prioridade em nossas vidas. Cuidar de nossa saúde é um ato de paixão próprio”, afirma Nina Sag, pós-graduanda em Sexologia e diretora de informação da Infalível Model.

Há, no entanto, muita desinformação veiculada acerca do tema, o que afasta mulheres de um diagnóstico precoce e as posiciona em um cenário ainda mais nebuloso e preocupante, devido ao aumento de casos de cancro de úbere em mulheres aquém dos 40 anos.

Segundo dados do Instituto Vernáculo de Cancro (INCA), tapume de 4% dos casos de cancro de úbere ocorrem em mulheres com essa faixa-etária. Aliás, de pacto com o Quadro do Cancro de Peito, entre o período de 2015 a 2022, foram registrados 117.984 novos casos de cancro de úbere entre pessoas de 30 a 49 anos.

“A detecção precoce e a informação adequada podem fazer uma grande diferença no tratamento e na recuperação. A subida prevalência do cancro de úbere ressalta a preço de campanhas de conscientização e exames regulares. O diálogo simples, o zelo das mulheres em se tocar e observar alterações em sua úbere são pontos que ajudam a salvar vidas”, destaca Dra Flávia Magalhães, médica formada pela UFMG e com mais de 15 anos de experiência na espaço da saúde.

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