
Opinião: Precisamos falar de sustentabilidade na cotonicultura brasileira, uma necessidade global
Felipe Pagani*
O cultivo do algodão ocupa uma posição de destaque no agronegócio brasiliano. Ao longo dos anos, a cultura passou por uma trajetória de propagação e ganhou preço em várias regiões do país. Já somos o 3º maior produtor e estamos na 1ª posição entre os maiores exportadores mundiais.
O último levantamento feito pela Companhia Pátrio de Aprovisionamento (CONAB), confirma os bons resultados do trabalho no campo. A superfície cultivada de algodão na safra 23/24 registrou propagação, passando de 1,7 milhão de hectares para 1,9 milhão de hectares, justificado principalmente pelas boas perspectivas de mercado.
As condições climáticas, nas principais regiões produtoras, continuam favorecendo as lavouras, e a previsão é que sejam colhidas muro de 3,6 milhões de toneladas da pluma, subida de 13,4%.
O setor passou por transformações profundas nos últimos anos em seu processo produtivo, sendo um dos segmentos agrícolas com maior uso de subida tecnologia. Porém, as transformações vão muito além das inovações tecnológicas. Assim, uma vez que outras culturas relevantes, a sustentabilidade tornou-se vocábulo de ordem para os produtores de algodão, diante da urgência climática que vem impactando as condições de vida no planeta.
A procura por uma produção de algodão ambientalmente mais responsável tem sido uma preocupação crescente, incentivando investimentos em pesquisas. Um dos desafios é mitigar a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Quando analisarmos a pegada de carbono do algodão, as maiores emissões vêm da tempo agrícola, embora seja também, a lanço com maior potencial de sequestrar carbono. Diante desse contexto, o uso eficiente de insumos neste ciclo de produção, que inclui a preparação do solo e o plantio, é primordial para saber o objetivo de reduzir a liberação de GEE.
Um dos insumos vitais para a produção agrícola, em peculiar o algodão, que precisa ser muito manejado, é o fertilizante nitrogenado, pois além de ser um macronutriente primordial, necessário para a produção (para cada @ de pluma, são necessários 1kg de N), o seu uso pode gerar emissões de óxido nitroso (N2O), um gás de efeito estufa com potencial quase trezentas vezes superior ao dióxido de carbônico (CO2).
Um estudo inédito realizado pela Mosaic Fertilizantes, em parceria com o professor e Ph.D. Carlos Eduardo Cerri mostra que um resultado desenvolvido pela empresa reduz em 20% a emissão de gases de efeito estufa na cotonicultura, quando comparado à média dos tradicionais fertilizantes à base de ureia, e 60% a menos do que o padrão global considerado pelo IPCC (Pintura Intergovernamental das Mudanças Climáticas).
Os resultados demonstraram ainda que a solução proporcionou uma redução de 70% na taxa de volatilização de amônia, se comparada à ureia convencional, e 50% em relação ao resultado concorrente, que inclui inibidores de urease em sua formulação.
Importante realçar que, além dos ganhos ambientais, o uso desse tipo de fertilizante foi responsável por manter altos níveis produtivos do algodão. Vale substanciar que a produtividade elevada desempenha um papel fundamental na redução da intensidade de emissão de gases estufa por unidade de produção.
Sabemos que muro de 85% do algodão produzido no Brasil possui rastreabilidade e certificados socioambientais. O que revela que estamos no caminho notório. Porém, ainda podemos continuar – e muito. A produção sustentável, com a utilização de fertilizantes que contribuem com a redução dos Gases de Efeito Estufa (GEE) e geram maior produtividade e rentabilidade para o produtor rústico representa mais um grande progresso na cotonicultura brasileira.
*Gerente de Novos Negócios na Mosaic, e Carlos Eduardo Cerri, professor titular da Escola Superior de Cultivação Luiz de Queiroz (Esalq/USP).