
Em tempos de concorrência acirrada, Assaí mira rentabilidade e desalavancagem
Depois de trimestres de progressão vertiginoso de vendas com a ingressão de novas lojas, o Assaí quer lastrar o prolongamento com proveito de rentabilidade, num momento em que o envolvente competitivo está mais apertado.
No segundo trimestre, o lucro líquido ficou 21% menor, em R$ 123 milhões, no pós-IFRS 16, ainda pressionado pelas despesas financeiras.
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A companhia reportou um progressão de 11,8% na receita líquida, para R$ 17,87 bilhões, em traço com as projeções de mercado.
O top line é puxado pelo aumento de 7 milhões de tíquetes, que totalizaram 77 milhões, uma vez que efeito da expansão de lojas. Para leste ano, a empresa projeta 15 novas lojas.
“As lojas convertidas estão crescendo em faturamento e margem. O que nos deixa bastante entusiasmados com a maturação”, diz o CFO, Vitor Fagá.
A varejista viu as vendas em mesmas lojas crescerem em ritmo menos vertiginoso, de 2,9%. No primeiro trimestre, o indicador tinha avançado 3,4%.
No entanto, as vendas por m² atingiram R$ 4,4 milénio, patamar que representa a maior produtividade do setor.
A margem bruta subiu de 16,2% para 16,5%, com mais lojas ganhando serviços uma vez que panificação, talho e de fatiamento de frios, que têm margens maiores.
Aliás, destaca Fagá, conseguiu manter firme a participação das despesas de SG&A em 11,2% da receita.
“Nossa estratégia é de prolongamento com rentabilidade. Mesmo diante desse cenário [de competição], somos cautelosos”, diz o executivo, acrescentando que a companhia também tem ferramentas para parcelamento de compras em algumas de suas lojas, o que tem sido uma “arma” para competir pela preferência dos clientes. No segundo trimestre, o Carrefour instituiu o parcelamento em até 3 vezes em todas as lojas do Atacadão.
O Ebitda ajustado cresceu 15,7%, para R$ 1,29 bilhão, pós-IFRS 16, com margem de 7,2%, 0,2 ponto percentual melhor do que um ano antes. Esse progressão vem de uma combinação de decisões operacionais, que vão desde a contenção do progressão das despesas até a maior relevância das galerias no parque de lojas — o que ajuda o Assaí com a receita de aluguel e melhora o tráfico de clientes.
Esse prolongamento de Ebitda é importante para a companhia no que deve ser uma das prioridades deste ano, segundo o CFO: reduzir a alavancagem. A meta é permanecer inferior de 3,2x ao término de 2024.
A geração de caixa dá gás, mas a companhia também reperfilou sua dívida. Emitiu no primeiro semestre, em março e em junho, debêntures com CDI+1,25%, inferior do dispêndio médio de CDI+1,49%.