UE nega 'legitimidade democrática' da reeleição de Maduro na Venezuela

O encarregado da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse, nesta quinta-feira, 29, que o conjunto não reconhece a “legitimidade democrática” da reeleição de Nicolás Maduro porquê presidente da Venezuela.

Maduro “continuará presidente, sim, de trajo. Mas não reconhecemos legitimidade democrática baseada em resultados [eleitorais] que não podem ser verificados”, declarou Borrell ao final de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE.

Maduro foi enunciado vencedor nas eleições de 28 de julho, mas a oposição garante ter provas de que o resultado foi fraudado.

“Consideramos que a vitória eleitoral que ele proclama não foi provada. E porquê não foi provada, não temos por que crer nela. E se eu não acredito que ele ganhou as eleições, não posso reconhecer a legitimidade democrática proporcionada pelas eleições”, declarou Borrell.

Oposição contesta resultados

O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, participou da reunião em Bruxelas por videoconferência e apresentou um quadro da situação em seu país.

Diante do impasse, o cima representante para a política externa da UE declarou que o conjunto “tem pedido repetidamente as atas [eleitorais]. Mas, um mês depois, não há esperança de que Maduro as apresente. É tarde demais para continuar pedindo isso”, declarou.

Os ministros europeus concordaram em não reconhecer a proclamada vitória eleitoral de Maduro, mas não houve unanimidade para atribuir o triunfo à oposição.

Sem convenção sobre sanções

De convenção com uma nascente diplomática, os países decidiram “intensificar o diálogo com os atores regionais, principalmente com Brasil e Colômbia”.

Em relação à Venezuela, Borrell lembrou que, “na vida diplomática, os governos não são reconhecidos, mas sim os Estados”.

“Temos embaixada na Venezuela. Temos embaixada na Nicarágua. Você acredita que reconhecemos a legitimidade democrática do senhor Daniel Ortega? Não. Mas temos embaixadas e interagimos”, afirmou.

Os ministros também discutiram a possibilidade de ampliar a lista de sanções a autoridades venezuelanas, mas não chegaram a um convenção.

“Temos 55 figuras políticas da Venezuela já sancionadas. Entre elas a vice-presidente […] e aquele que hoje é o ministro do Interno. Ou seja, já chegamos quase à cúpula mais subida”, declarou.

A UE tem prevista uma reunião com os países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em 2025, na Colômbia.

De convenção com Borrell, o conjunto europeu não pode prescrever quem será convidado ou não para a cúpula.

“A Celac convida quem ela acha que quer invitar. Nós não decidimos quem deve ser convidado ou não”, afirmou.

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