Eleições na Venezuela: procurador-geral acusa oposição de hackear sistema eleitoral

O Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação para apurar um suposto ataque hacker que teria tentado invadir o sistema de transmissão de votos durante as eleições presidenciais de domingo, com o procurador-geral da República, Tarek William Saab, acusando os opositores do regime chavista María Corina Machado, Leopoldo López e Lester Toledo de estarem por trás da tentativa, com objetivo de adulterar o resultado da votação — atualmente, somente María Corina está no país.

— De negócio com as informações sigilosas que recebemos, o principal envolvido neste ataque seria o cidadão Lester Toledo, infame fugitivo da justiça que está no exterior. Junto com ele, parecem estar envolvidos os fugitivos da justiça venezuelana Leopoldo López e María Corina Machado. Os promotores estão coletando evidências dessas ações que tentaram adulterar os resultados — afirmou Saab, em um pronunciamento ao país nesta segunda-feira.

O presidente do Recomendação Pátrio Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, referiu-se a uma suposta tentativa de interferência no sistema de transmissão de votos ao anunciar o resultado da escrutínio, que deu vitória a Maduro, com 51,2% dos votos. O próprio Amoroso, um ex-controlador-geral da República e chavista veterano, afirmou que os ataques não tiveram sucesso em interferir nas informações.

Em seu oração à pátria, o superintendente do MP venezuelano detalhou que o ataque hacker teria partido de um servidor hospedado na Macedônia do Setentrião.

Além do ataque hacker, a mando próxima ao regime chavista declarou que o Ministério Público observa com preocupação “o ignorância do resultado [da eleição] por um setor do radical com longo histórico de violência”, acrescentando que o órgão vai monitorar “qualquer ato” que pretenda iniciar uma escalada de violência.

— Advertimos que os atos de violência e chamados a desconhecer os resultados oficiais podem configurar os delitos de instigação pública, cláusula 285 do Código Penal, com uma pena de 3 a 6 anos de prisão — disse Saab.

A oposição — assim uma vez que uma série de países estrangeiros, incluindo o Brasil — não reconheceram o resultado das eleições venezuelanas imediatamente. María Corina Machado, principal opositora de Maduro, afirmou que uma escrutínio realizada com base nas atas recolhidas por seus apoiadores nos centros de votação apontavam uma larga vantagem de Edmundo González Urrutia, candidato pela Plataforma Unitária.

— Vencemos e todos sabem disso. Queremos expor a toda a Venezuela e ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González Urrutia — disse María Corina, em uma entrevista coletiva ao término da jornada eleitoral.

Entre os opositores citados pelo procurador uma vez que supostos responsáveis pela tentativa de interferir na eleição, María Corina é a única que permanece na Venezuela, tendo participado de toda a campanha eleitoral e mobilizado multidões em comícios. Leopoldo López, que concorreu contra Hugo Chávez e é denunciado de patrocinar uma tentativa de golpe contra o logo presidente em 2002, vive exilado em Madri.

Lester Toledo, um ativista político ligado a figuras uma vez que López e o Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente em 2013, também deixou o país, depois virar meta do oficialismo chavista por tentar denunciar casos de devassidão da cúpula do regime.

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