Eleição na Venezuela: Panamá retira diplomatas em Caracas e põe relações bilaterais 'em suspenso'

O Panamá e o Peru foram os dois primeiros países a tomarem medidas práticas em seguida a questionada reeleição de Nicolás Maduro, com o primeiro retirando diplomatas em Caracas e suspendendo as relações bilaterais e o segundo convocando para consultas o emissário peruviano na Venezuela.

O órgão eleitoral venezuelano proclamou o presidente chavista uma vez que vencedor das eleições deste domingo para um terceiro procuração sucessivo de seis anos, em meio a denúncias de fraude. A oposição, por sua vez, reivindicou a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.

— O governo do Panamá anuncia a retirada do corpo diplomático da Venezuela e coloca em suspenso as relações diplomáticas enquanto não for realizada uma revisão completa das atas e do sistema de informática do escrutínio da votação que permitam saber a genuína vontade popular — disse o presidente panamenho, José Raúl Mulino, em entrevista coletiva nesta segunda-feira. — Por saudação à História do Panamá, por saudação aos milhares de venezuelanos que escolheram nosso país para viver e por saudação às minhas convicções democráticas, não posso permitir que meu silêncio se torne cumplicidade.

Segundo Mulino, “os regimes que não respeitem os direitos humanos e violem liberdades não merecem reconhecimento diplomático”. Ambos os países não têm embaixadores, mantendo somente encarregados de negócios para relações bilaterais.

O presidente panamenho também criticou o roupa de que “somente 0,13% dos (venezuelanos) residentes no exterior foram habilitados para votar”, denunciando ainda “uma morosidade extensa no processo de descrição, a privação de aproximação aos dados para os setores opositores e a falta de observadores internacionais imparciais uma vez que há em todos os países democráticos do continente”. Mulino também descreveu o governo de Maduro uma vez que um “regime ditatorial”.

Mulino, um líder de direita, anunciou ainda que pedirá uma reunião urgente dos ministros das Relações Exteriores da Organização dos Estados Americanos (OEA) para julgar a situação. Outros países latino-americanos também anunciaram que vão recorrer à OEA para discutir a situação na Venezuela.

Também nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores do Peru, Javier González Olaechea, condenou “em todos os seus extremos a soma das irregularidades com o libido de fraude por secção do governo da Venezuela”, escreveu em uma postagem no X. “O Peru não aceitará a violação da vontade popular do povo venezuelano”, acrescentou. O chanceler também anunciou que “dados os gravíssimos anúncios oficiais das autoridades eleitorais venezuelanas, foi providenciada a convocação imediata para consultas do emissário peruviano credenciado junto à República Bolivariana da Venezuela”, indicando que o representante sairá de Caracas ainda nesta segunda-feira.

O resultado anunciado pelo Juízo Vernáculo Eleitoral (CNE) na madrugada desta segunda-feira, com 80% das urnas apuradas, indicou a reeleição do chavista para um terceiro procuração de seis anos, com mais de 5,1 milhões de votos (tapume de 51,2%) contra 4,4 milhões (44,2%) obtidos pelo candidato opositor, Edmundo González Urrutia. A oposição denuncia não ter tido aproximação a 100% das atas de votação, e contesta o resultado final, apontando que González Urrutia é o verdadeiro vencedor.

França, Espanha e União Europeia pediram “transparência totalidade” no processo. E nove países latino-americanos exigiram a “revisão completa dos resultados eleitorais”.

Por sua vez, pouco em seguida a divulgação do resultado eleitoral, governos aliados ou simpáticos ao regime chavista parabenizaram Maduro, reconhecendo o resultado divulgado pelo CNE. Entre os países que reconhecem a reeleição estão Cuba, Nicarágua e Rússia. A China, que mantém laços estreitos com Caracas, também parabenizou o chavista.

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