
Após morte por coqueluche, ministra reforça pedido para vacinação – ac24horas.com
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou nesta segunda-feira (29) a orientação para que grávidas e crianças sejam vacinadas contra a coqueluche. A orientação foi dada posteriormente a confirmação da morte de um bebê de 6 meses, em Londrina, no Paraná, na última quinta-feira (25). É o primeiro óbito causado pela coqueluche no país em três anos.
Segundo a ministra, o caso “não liga um alerta”, mas reforça “uma vigilância permanente em relação a qualquer perda de saúde”. Nísia Trindade lamentou a morte do bebê no Paraná.
“É uma doença prevenível por vacina, logo recomendamos fortemente a vacinação”, orientou. “Estaremos acompanhando e trabalhando para evitar novos casos”, completou a ministra, que participou, no Rio de Janeiro, de um encontro sobre o enfrentamento global de novas pandemias.
O Paraná também investiga se a morte de um bebê de 3 meses, em Irati, no sudeste do estado, pode ser atribuída à coqueluche.
Até a primeira quinzena de junho, o estado tinha registrado 24 casos de coqueluche. Em todo o ano pretérito, foram 17. No Brasil, o último pico epidêmico aconteceu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. O país e o mundo enfrentam aumento de casos.
Crianças pequenas
Também conhecida porquê “tosse comprida”, a coqueluche é uma doença infecciosa aguda respiratória altamente contagiosa. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, esternutação ou até mesmo ao falar. Os principais sintomas são febre, mal-estar, coriza e tosse seca, às vezes, intensa.
“Na gaiato pequena é muito propriedade com aquela respiração que é um guincho, uma falta de ar, um sonido respiratório”, explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri.
O profissional conta que a doença atinge a todos, mas preocupa quando acomete crianças pequenas. “A coqueluche tem a sua sisudez focada quase que exclusivamente na gaiato pequena, no bebê no primeiro ano de vida. Justamente a idade em que ele ainda não completou o seu esquema vacinal.”
Segundo Kfouri, no Brasil e no mundo, a doença costuma ter ondas de picos de prevalência, que acontecem, geralmente, dentro de cinco a sete anos.
Dessa vez, o período ficou mais intervalado por razão da pandemia de covid-19, quando o distanciamento social e medidas de proteção, porquê o uso de máscaras, contribuíram para que houvesse menos infecções.
Ele detalha que o surgimento de ondas acontece porque a infecção e a vacinação não causam uma isenção duradoura, fazendo com que, de tempos em tempos, haja mais pessoas suscetíveis à infecção.
O infectologista acrescenta porquê motivos do aumento recente no número de casos a cobertura vacinal infantil não ideal e mutações na cepa da bactéria Bordetella pertussis, causadora da doença.
Esquema vacinal
As vacinas contra coqueluche integram o Programa Pátrio de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Além de bebês, gestantes e puérperas (mulher no período de seis a oito semanas posteriormente o parto) podem receber a vacina.
O esquema vacinal primitivo nos bebês é formado por três doses, aos 2, 4 e 6 meses, com a vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b.
As doses de reforço com a vacina DTP (contra difteria, tétano e coqueluche), conhecida porquê tríplice bacteriana, são aplicadas com 15 meses e 4 anos.
Renato Kfouri destaca que a vacinação da gestante e do bebê é a melhor forma de proteção.
“Duas estratégias têm sido desenvolvidas para controlar coqueluche na gaiato pequena. Vacinar a gestante, porque ela transfere os anticorpos para o bebê e o protege, mormente, no primeiro semestre de vida. E vacinar a gaiato aos 2, 4 e 6 meses, sem demorado. A partir de 6 meses de vida, o bebê fica protegido com a sua própria vacinação”, explica.