Cobiçado pelo Centrão, programa Calha Norte é transferido para pasta comandada pela União

O ministro da Resguardo, José Múcio Monteiro, anunciou a transferência do programa Calha Setentrião, hoje sob sua gestão, ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, comandado por Waldez Góes e espaço de influência do Centrão.

Góes foi indicado ao missão pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), predilecto para comandar o Senado a partir do ano que vem. A teoria de mudar a gestão do programa foi antecipada pelo GLOBO em janeiro.

O Calha Setentrião foi criado em 1985 para melhorar a infraestrutura das fronteiras da região Setentrião e expandir unidades militares, mas passou a ser irrigado por emendas e usado para viabilizar obras em redutos eleitorais de parlamentares da região, gerando incômodo nos militares. Com a mudança, Múcio pretende esvaziar a ingerência de políticos nos recursos administrados pela pasta.

Com a mudança, a pasta de Intregração e Desenvolvimento Regional, que tem orçamento de R$ 5,4 bilhões para 2024, será ainda mais turbinada com recursos do Calha Setentrião.

Na avaliação de auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, faz mais sentido o projeto estar em um ministério que cuida de iniciativas semelhantes, tirando da Resguardo a fala para o pagamento das verbas. A interlocutores, Múcio avalia que não há motivo para o ministério, devotado a questões militares, manter o controle de uma ação que é vitrine para congressistas.

A retirada do Calha Setentrião da Resguardo é mais uma iniciativa de Múcio para reduzir tensões e distanciar militares do cotidiano da política. Ao longo do ano pretérito, ele também apoiou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que veda militares da ativa de se candidatarem.

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