
Fed prestes a reduzir taxas de juros pela primeira vez desde 2020
O presidente do Fed, Jerome Powell, durante uma coletiva de prelo em 31 de julho de 2024, em Washington
ROBERTO SCHMIDT
O Federalista Reserve (Fed, banco medial dos Estados Unidos) está prestes a reduzir suas taxas de juros pela primeira vez desde 2020. A decisão deverá ser anunciada durante uma reunião de política monetária nesta semana.
A redução marcaria o início de um ciclo de flexibilização monetária, o qual encerraria o período de subida inflação que os Estados Unidos enfrentaram nos últimos três anos.
“A tão esperada redução das taxas do Fed finalmente chegará” na quarta-feira (18), posteriormente uma reunião de dois dias em Washington, prevê Nancy Vanden Houten, economista da Oxford Economics.
As intenções do Federalista Reserve não são sigilo: seu presidente, Jerome Powell, afirmou em agosto que “chegou o momento” para uma redução nas taxas de juros.
Uma vez que muitos bancos centrais posteriormente a pandemia, o Fed recorreu à elevação das taxas de juros para encarecer o crédito, o que reduziu o incitamento ao consumo e ao investimento e, assim, aliviou a pressão sobre os preços.
Levante seria o primeiro namoro desde 2020, quando as taxas estavam em outro extremo, praticamente próximas do zero, para sustentar a atividade econômica.
Atualmente, o pausa para as taxas de referência da maior economia mundial está em 5,25%-5,50%, o supremo em duas décadas.
“A questão não é mais saber se eles vão reduzir (as taxas) ou não, mas em quanto”, indicou à AFP Alicia Modestino, professora de economia da Northeastern University de Boston e ex-economista do Fed de Boston.
– 0,25 ou 0,5 ponto percentual –
Os diretores do Fed podem optar por um namoro moderado de 0,25 ponto percentual ou por uma redução mais significativa, de 0,5.
As previsões entre os analistas de mercado estão praticamente empatadas, embora uma pequena maioria espere que as taxas sejam reduzidas em 0,25 ponto, de negócio com as previsões do CME Group.
“O mercado de trabalho está esfriando sem desmoronar, o consumidor continua sendo resiliente e a inflação está se moderando, mas provavelmente é cedo demais para declarar que a missão está cumprida”, resumiu Nancy Vanden Houten.
“O Fed está mais preocupado agora com o mercado de trabalho, mas a inflação ainda é importante”, explica. Os dados recentes “foram ligeiramente decepcionantes e mostram que a inflação ainda tem um caminho a percorrer antes de atingir a meta de 2%”, considerada saudável para a economia pelo banco medial, acrescentou.
A inflação, que desde 2011 corrói o poder de compra dos americanos, está se moderando progressivamente. O índice mais seguido pelo Fed, PCE, permaneceu inabalável em 2,5% em 12 meses até julho. Os dados de agosto serão divulgados em 27 de setembro.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu para 2,5% em 12 meses em agosto, frente a 2,9% em julho, o nível mais inferior desde fevereiro de 2021. Mas a inflação subjacente, que exclui os preços voláteis de força e mantimentos, subiu na verificação mensal.
Em plena campanha eleitoral, a Moradia Branca anunciou na quarta-feira que o país está virando “a página da inflação”.
– Fator ofício –
Alicia Modestino também espera uma “pequena redução” unicamente. “O outro lado da moeda é, evidentemente, o ofício”, com uma “tendência de esgotamento”.
Mas “ainda não estamos na zona de risco”, destaca a comentador. Portanto, “zero justifica uma variação significativa nas taxas de juros agora”.
Segundo Gregory Daco, economista-chefe da EY, também acredita em um namoro de 0,25 ponto, já que “uma redução mais significativa equivaleria a uma recepção implícita de que o Fed cometeu um erro ao não flexibilizar sua política (monetária, ou seja, reduzir suas taxas) em julho”.
O Banco Mediano Europeu (BCE), que começou a reduzir estes índices em junho, voltou a diminuí-los na quinta-feira, em 0,25 ponto.
O Fed também atualizará as previsões de inflação, PIB e desemprego na quarta-feira, em sua última reunião antes das eleições presidenciais dos EUA, marcadas para 5 de novembro.