
Inflação nos EUA cai ligeiramente em maio a 2,6% interanual, segundo índice PCE
Um supermercado em Montebello, Califórnia, em 15 de maio de 2024
Frederic J. BROWN
A inflação nos Estados Unidos recuou ligeiramente em maio para 2,6% interanual, conforme esperado, segundo o índice PCE publicado nesta sexta-feira (28) pelo Departamento de Transacção.
Em abril, a inflação em 12 meses foi de 2,7%, de convenção com o PCE, o índice mais escoltado pelo Federalista Reserve (Fed, banco médio americano). A inflação mensal em maio foi zero, em confrontação com 0,3% no mês anterior.
Os resultados estão alinhados com a previsão média de economistas consultados pela Dow Jones Newswires e pelo Wall Street Journal.
A variação anual do PCE “desacelerou para seu ritmo mais lento desde 2021 e está dentro do alcance da meta de 2% do Federalista Reserve”, comentou Rubeela Farooqi, economista-chefe da High Frequency Economics.
O PCE evoluiu no mesmo sentido que o índice de preços ao consumidor (IPC), publicado no início do mês e ao qual são indexadas as pensões, que desacelerou para 3,3% na confrontação anual e caiu a zero em um mês.
Excluindo os dados voláteis sobre víveres e força, a chamada inflação subjacente caiu em maio para 2,6% na confrontação anual, frente a 2,8% do mês anterior, e para 0,1% mensal, em confrontação com 0,3% anteriormente.
– Tema crucial na eleição –
A inflação será um tema importante para os americanos quando votarem para escolher seu próximo presidente, em 5 de novembro, e foi o tópico escolhido para penetrar o primeiro debate entre os candidatos Joe Biden e Donald Trump, na quinta-feira à noite.
“A inflação está matando nosso país”, disse Trump ao presidente democrata durante a discussão nos estúdios da CNN em Atlanta.
“Dei a ele um país essencialmente sem inflação. Era perfeito. Era tão bom que tudo o que ele tinha que fazer era deixá-lo em silêncio”, afirmou o ex-presidente republicano. “Ele o destruiu.”
Em resposta, Biden declarou que Trump “dizimou absolutamente” a economia dos EUA quando foi presidente (2017-2021).
“Não havia inflação quando assumi a presidência. Sabe por quê? A economia estava paralisada”, disse o democrata, argumentando que sua gestão ajudou a produzir “milhões” de novos empregos.
Os consumidores continuam preocupados com os efeitos da inflação sobre seu poder de compra. O nível de crédito na economia degradou-se no mês de junho para 68,2 pontos (frente a 69,1 em maio), segundo uma estimativa da Universidade de Michigan publicada nesta sexta-feira.
– Namoro de taxas? –
Mas os dados da inflação desta sexta-feira somam argumentos para que o Fed considere trinchar as taxas de juros, atualmente em seu supremo em 23 anos, em 5,25%-5,50%. Isso tornaria o crédito menos custoso para as famílias e empresas.
“O contexto inflacionário evolui favoravelmente e, associado a uma trajetória mais moderada dos gastos das famílias e do desenvolvimento, favorece que haja uma mudança na política monetária para uma postura menos restritiva, talvez já em setembro”, afirmou Farooqi.
O Fed advertiu durante sua última reunião em meados de junho que seriam necessários vários meses de queda da inflação antes que se iniciasse uma redução das taxas.
Os responsáveis pelo Comitê de Política Monetária (FOMC) esperam um único golpe das taxas de juros, de somente 0,25 ponto percentual, até o final do ano.
Os rendimentos das famílias americanas cresceram mais rapidamente em maio do que em abril (+0,5% e +0,3%), assim uma vez que os gastos (+0,2% e +0,1%), segundo dados do Departamento de Transacção.
O consumo é o motor do desenvolvimento da maior economia do mundo e representa mais de dois terços do PIB.
Os dados publicados nesta sexta-feira pelo Departamento de Transacção também mostram que os rendimentos pessoais aumentaram 0,5% em relação ao mês anterior, ligeiramente mais que os 0,3% de abril.
As poupanças pessoais uma vez que percentual da renda disponível para uso chegaram a 3,9% em maio, ligeiramente supra do número revisado de 3,7% no mês anterior.