O Brasil está pegando fogo. Esta empresa tem uma solução — e já combateu 25.000 incêndios

Fazia pelo menos duas décadas que o Brasil não queimava tanto porquê em agosto e setembro de 2024. Incêndios na Amazônia, no Pantanal, no Encerrado e no estado de São Paulo fizeram com que 60% da dimensão do país ficasse sob uma densa fumaça que mudou a paisagem de centenas de cidades. 

Um levantamento da Confederação Pátrio de Municípios (CNM) divulgado na última quinta-feira, 26, aponta que as queimadas em florestas nacionais já afetaram 15,4 milhões de pessoas e ocasionaram prejuízos de 1,3 bilhão de reais à economia do país.

Agora, se é verdade que as queimadas nestes últimos dois meses assustam pelo tamanho e pelo estrago, também é verdade que as mudanças climáticas têm ligado o alerta para maiores picos de incêndios há anos no Brasil e no mundo.

O empreendedor Rogério Cavalcante sabe muito disso. Numa conversa despretensiosa num avião no final de 2016, ele descobriu sobre incêndios em canaviais. Também soube que praticamente não havia tecnologia no Brasil para prevenir esse incêndio. 

“Sou um empreendedor serial. Naquela estação, já tinha uma vida financeira resolvida, mas faltava um pouco que fizesse cintilar os olhos”, diz. “Quando soube que havia pouca tecnologia para prevenir incêndios, entendi que dali poderia surgir um novo negócio”.

Esse novo negócio viria a ser a Umgrauemeio, tal qual nome é uma referência à meta global de limitar o aquecimento do planeta a 1,5 proporção Celsius.

A climate tech usa câmeras de subida solução para encontrar focos de incêndio. “Essas câmeras ficam girando 360 graus e detectam qualquer sinal de fumaça em menos de 3 segundos”, diz Cavalcante. 

A tecnologia monitora mais de 17,5 milhões de hectares atualmente, entre florestas, áreas nativas e lavouras. Desde o primícias, detectou e ajudou a combater mais de 25.000 focos de incêndio pelo país, evitando a emissão de 18 milhões de toneladas de CO₂ e prejuízos estimados em 100 milhões de reais.

“Todo incêndio, quando começa, pode ser desvanecido por um único pé”, diz o empreendedor. “Todo incêndio começa pequeno. Quanto mais rápido você detecta um princípio de incêndio, menor vai ser o esforço de combate. Não vamos ter porquê evitar os focos de incêndio, eles vão ocorrer. O que precisamos evitar é que o foco se torne incêndio”. 

Uma vez que está o trabalho da Umgrauemeio agora

Os principais clientes da empresa são produtores, principalmente da silvicultura e da indústria da cana de açúcar, preocupados com os danos de incêndios em seus negócios. Há também uma frente de empresas que contrataram os serviços da Umgrauemeio em suas frentes de ESG.

“Acreditamos que, ao invés de empresas comprarem crédito de carbono, também podem investir diretamente em ações contra o desmatamento”.

Um exemplo é o projeto Abrace a Floresta, liderado pela JBS, que contrata a Umgrauemeio para monitorar 2,5 milhões de hectares de dimensão no Pantanal.

Ao ver os incêndios devastando regiões inteiras da Floresta Amazônica, do Encerrado e de São Paulo, a primeira sensação de Rogério foi de tristeza.

“Tristeza em ver o que está acontecendo e saber que temos uma tecnologia pronta que pode evitar isso. Que podemos fazer mais pelas florestas”, diz. “Isso não é novidade. Sabemos que pode suceder por mais de sete anos. Causas e condições ocorreram. Tivemos a junção da tempestade perfeita”.

No Pantanal, por exemplo, dentre aqueles 2,5 milhões de hectares monitorados pela startup, as únicas áreas que pegaram incêndio foram nos casos em que o incêndio já tinha começado em regiões fora do monitoramento.

“Existe uma definição que o monitoramento por satélite pode identificar focos de incêndio em quarenta minutos, mas isso se ele estiver desempenado com o sítio do incêndio”, afirma. “Numa média, levam de três a seis horas para saber que um lugar tem foco de incêndio. É um tempo inevitável”. 

No entendimento do empreendedor, a definição por satélite é boa para áreas de insignificante risco. Já aquelas que precisam ser monitoradas no pormenor, principalmente por motivo da recorrência, é importante que haja investimentos em tecnologias que detectem o quanto antes. 

Do tamanho de dimensão protegida pela empresa, 10 milhões de hectares são em florestas e matas nativas, e outros 7,5 milhões de hectares no agronegócio.

Destinar o tempo para não decorrer detrás do tempo

O cenário triste visto nos últimos dois meses pode servir de alerta para que mais empresas apostem em tecnologias porquê a da Umgrauemeio para se proteger do incêndio. 

“Em 2019, eu vendi todas as minhas outras empresas para me destinar a esse negócio. Fazer um pouco que gere um valor positivo para humanidade, e essa é a maior prova de esperança que tenho que a sociedade vai olhar com mais atenção para esse matéria”, afirma. 

“Os tempos estão mudando. Os incêndios acontecem mais rapidamente. Precisamos trabalhar para que o tempo do incêndio não supere o nosso próprio tempo”, diz. “É para isso que estou dedicando meu tempo. Para dar uma pequena imposto e para não precisarmos decorrer detrás do tempo no porvir”.

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