Por que cada vez mais personalidades estão investindo em instituições esportivas?

Cada vez mais celebridades da música, entretenimento e do mundo artístico estão investindo em agremiações esportivas, principalmente do futebol e basquete. Ao contrário do que acontecia no pretérito, foi uma enxurrada de investimentos nos últimos tempos. O mais emblemático deles aconteceu entre as décadas de 70 e início de 2000, quando o mundialmente sabido cantor Elton John se tornou possessor do Watford, da Inglaterra, comandando o clube uma vez que presidente entre 1976 e 1987, e depois de 1997 até 2002.

Agora, o caso mais recente deles aconteceu ainda neste mês de agosto, quando o cantor Ed Sheeran adquiriu 1,4% do Ipswich Town, que disputa a Premier League, através de ações da Gamechanger 20 Ltd. Ele se tornou sócio minoritário da equipe e vai ter o recta de utilizar um torrinha executivo no Portman Road, estádio da equipe, por muitos anos.

O Ipswich Town voltou a disputar a liga inglesa nesta temporada em seguida 22 anos, e Ed Sheeran e é torcedor do clube. Aliás, ele já tinha uma relação próxima, pois era um dos patrocinadores oficiais dos times masculino e feminino, desde 2021.

O cantor também costuma estar ativo na vida do Ipswich. Recentemente, ele participou de um vídeo de divulgação da novidade temporada do clube ao guiar um trator. Era uma referência ao sobrenome ‘Os Garotos dos Tratore’, oferecido aos torcedores locais, pelo indumentária do time estar localizado numa região agrícola da Inglaterra.

“A ingresso de personalidades, artistas e atletas uma vez que investidores em clubes junta uma expectativa financeira, mas não só isso, principalmente a visibilidade que a aproximação com o esporte traz, o chamado soft power. Isso envolve países, investidores e muito particularmente as personalidades da mídia. Não tem zero de irregular ou sintético em alguém querer fazer investimento em um pouco que possa permanecer em evidência, ou que vai envolver qualquer componente intangível uma vez que uma paixão por qualquer clube, ou o interesse em mostrar sua participação em um pouco que atrai milhões de pessoas. Considero um movimento positivo, pois são mais recursos que vão tramitar no esporte. Se muito administrados, podem gerar uma melhoria da modalidade uma vez que um todo”, opina José Francisco Manssur, sócio do escritório CSMV Advogados e um dos autores do projeto de lei que criou a Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Ed Sheeran não é a primeira personalidade a comprar uma fatia de alguma grémio esportiva, pelo contrário. Nos últimos anos, a lista é extensa. Em 2022, o consagrado ator Michael B. Jordan comprou o AFC Bournemouth, também da Premier League.

O planeta LeBron James, da NBA, comprou em 2011, por 6,5 milhões de dólares, 2% das ações do Liverpool. Atualmente, essa participação vale mais de 50 milhões de dólares. Também da NBA, Steve Nash adquiriu o Mallorca, da Espanha, por 20 milhões de euros.

Outro caso bastante famoso é o da dupla de atores Ryan Reynolds e Rob McElhenney, que em 2021 comprou o Wrexham AFC, do País de Gales, por US$ 2,5 milhões. Já o ator norte-americano Matthew McConaughey adquiriu o comprou o Austin FC, de seu país, em 2019. Já o comediante e ator Will Ferrell é o proprietário do Los Angeles FC, que disputa a MLS nos Estados Unidos.

Em 2022, a atriz Reese Witherspoon virou uma das co-proprietarias do Nashville FC, da Major League Soccer (MLS). Natalie Portman, sua companheira de gravações, também se tornou uma das investidoras Angel City, da liga feminina dos Estados Unidos.

No Brasil, o caso mais emblemático é de Ronaldo Fenômeno, que iniciou esse processo ao comprar o Real Valladolid, da Espanha, comprando 51% das ações por 30 milhões de euros (muro de R$ 141 milhões), em 2018.

Mais recentemente, o cantor Gusttavo Lima comprou o Paranavaí, equipe da segunda separação do Paraná. O músico pagou R$ 3 milhões para permanecer com 60% da SAF.

Para especialistas em gestão esportiva, o investimento de personalidades, artistas e até atletas consagrados a clubes de futebol pode trazer um movimento financeiro, de imagem e reputação que podem ser benéficos ao mercado, desde que, é evidente, sejam muito administrados.

“Temos visto um movimento interessante de celebridades adquirindo fatias de clubes de futebol ou outros esportes. Assim uma vez que uma empresa, é preciso ter eficiência e conhecimento para gerir projetos deste porte e com tantas particularidades, mas normalmente essas celebridades já funcionam uma vez que verdadeiras instituições, pois possuem profissionais técnicos, de várias áreas, neste controle; completar o staff com especialistas da espaço de entretenimento agrega muito e pode ser um encurtador de caminhos altamente precípuo. Eu vejo com bons olhos, e acredito que esse fator possa potencializar ainda mais as operações, visto que estamos falando de segmentos com milhões de fãs e seguidores, e a superexposição é quase que orgânica”, aponta Renê Salviano, CEO da Heatmap e profissional em marketing esportivo.

“Quando uma notoriedade decide investir em uma entidade esportiva, imagina-se que seja para reunir pela imagem, pelo investimento financeiro e/ou por ajudar através do planejamento/estratégia. Quando isso ocorre, e a notoriedade tem visão empresarial e experiência, por isso vejo uma vez que positivo. Existe o risco dessas pessoas resolverem investir e se envolverem com uma entidade sem experiência empresarial e com direcionamentos equivocados mais baseados na emoção e no ego”, analisa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e profissional em marketing esportivo.

“Mesmo a compra de um percentual irrelevante no processo decisório, se feita por uma notoriedade, gera repercussão que extrapola o próprio noticiário esportivo, e gera interesse, ainda que em sub-produtos dos clubes e suas marcas. Veremos ao longo dos próximos quatro anos pelo menos dezenas ou mesmo uma centena de celebridades da indústria da música e do cinema incorporando a sua carteira de investimentos participações minoritárias e pontuais entre os seus ativos alternativos. É um movimento sem volta de propaganda implícita desses ativos, agora financeiros”, explica Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a curso de centenas de atletas.

“Acredito que todas as partes só tem a lucrar, com uma visibilidade que extrapola os padrões de marketing e publicidade. Perceba que em muitos desses casos, essas celebridades adquirem clubes menores, com alguma relação emotiva, mas em ligas e países desenvolvidos e que podem trazer a potencialização de receitas, seja com a própria exposição ou novas parcerias”, acrecenta Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, sucursal de experiências esportivas.

“É um movimento que aumentou muito no pós-pandemia. Levando em conta a boa gestão, é uma associação que só tem a lucrar. Os clubes, quando adquiridos, se vêm fortalecidos por um comprador que possui credibilidade em seu ramo, disposto a impulsionar ainda mais seus rendimentos. Ao mesmo tempo, uma instituição esportiva tem o poder de atrair milhões em receitas, com exploração da ativos principais do, novos negócios em arenas e patrocinadores. Se muito sucedido, os ganhos com imagem são infinitos”, complementa Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co, que atua nas áreas de Estratégia, Branding, Marketing e Desenvolvimento de Negócios.

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