Megajulgamento por crimes contra a humanidade começa na Argentina

Começou nesta terça-feira, na cidade de San Martín, na província de Buenos Aires, o megamulgamento por crimes contra a humanidade cometidos contra 113 vítimas em vários centros de detenção clandestinos durante o último período de ditadura na Argentina (1976-1983).

O Tribunal Vocal da 5ª Vara Criminal Federalista de San Martín iniciou o julgamento da ação que unifica outras duas: uma, com 127 casos de privação proibido de liberdade e tortura, e três assassinatos no chamado rodeio reprimidor da zona oeste de Buenos Aires; outra, pela privação proibido de liberdade de três pessoas.

Oriente rodeio incluía os centros de detenção clandestinos de RIBA (Regional de Perceptibilidade de Buenos Aires), Mansión Seré e aqueles que funcionavam nas delegacias de polícia de Trigueiro e Morón e nas Brigadas Aéreas I de Palomar e VII de Morón, entre outros.

Acusados envolvidos na repressão

Na primeira ação, os processados são os ex-membros da Força Aérea argentina Juan Carlos Herrera, José Juan Zyska, Ernesto Rafael Lynch e Julio César Leston, e na segunda o ex-chefe de Contrainteligência do mesmo órgão, Juan Carlos Vázquez Sarmiento.

Fugido por duas décadas até sua prisão, em 2021, Sarmiento foi um dos prisioneiros que recentemente recebeu a visitante de um grupo de legisladores do partido governista A Liberdade Avança em meio a uma possante controvérsia no cenário político pátrio.

Herrera e Zyska eram primeiro-tenente e primeiro-cabo, respectivamente, da I Brigada Aérea de Palomar; Lynch, capitão da VIII Brigada Aérea de Trigueiro; e Leston, primeiro-cabo da RIBA.

Repressão brutal na subzona 16

Na leitura da apresentação dos casos, foi detalhado que na chamada Subzona 16, que incluía os distritos de Morón, Trigueiro e Merlo, no oeste da região metropolitana de Buenos Aires, “a mecânica de operação típica do projecto de repressão instalado pelo governo de vestimenta” foi replicada.

“Os centros de detenção clandestinos representavam um enclave fundamental de terror. Além das características particulares dos envolvidos, todos eles foram peças-chave na formação de um envolvente que era em si mesmo brutal e desumano e que tinha que executar um determinado propósito”, alegou o Ministério Público (MP).

Acusações do Ministério Público

A apresentação feita pelo MP apontou que todos os casos incluíam o “sofrimento de dois níveis de tormento”, a transferência das vítimas para centros de detenção clandestinos e maus-tratos físicos, por meio da sujeição a “tratamento cruel, desumano e degradante”.

De entendimento com a ONG Avós da Rossio de Maio, uma das autoras da culpa, 25 do totalidade de casos estão sendo julgados pela primeira vez.

A audiência desta terça-feira foi realizada em seguida vários adiamentos, de entendimento com o tribunal formado pelos juízes Walter Antonio Venditti, María Claudia Morgese e Silvina Mayorga.

A próxima sessão, na qual será iniciado o interrogatório, será realizada em 10 de setembro.

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