M&A do funk: produtora do Livinho e do Hariel, GR6 compra concorrente por R$ 15 milhões

A batida do funk não para, e quem conhece muito o ritmo sabe que ele também não tem limites. E não para de crescer.

Prova disso é a GR6, uma das maiores, se não a maior produtora de funk do Brasil. A empresa acaba de passar pelo seu primeiro processo de fusão e obtenção. A produtora da zona setentrião de São Paulo adquiriu 33% da SONAR, uma concorrente de Osasco, por 15 milhões de reais.

“A SONAR sempre foi uma parceira importante para nós, com um protótipo de negócios que se alinha muito muito ao nosso”, diz André Morrisy, da GR6 Music. “Outrossim, eles têm um bom market share no mercado sítio, o que nos chamou atenção”.

Fundada há tapume de uma dezena, a GR6 começou sua trajetória focada em shows e eventos, mas rapidamente evoluiu para se tornar um conglomerado músico completo.

“Nos últimos seis anos, a empresa começou a atuar na segmento do dedo, de distribuição de música, e isso alavancou a GR6 para um patamar mundial”, afirma Morrisy. Segundo ele, foi essa diversificação que impulsionou a empresa a novas alturas, transformando o que antes era uma pequena operação em um gigante da música periférica.

Hoje, a GR6 produz músicas, agencia artistas e cuida de toda segmento jurídica e artística dos cantores.

O faturamento não é divulgado, mas a empresa dá alguns números para dimensionar seu tamanho. Só com o braço de publicidade, recém-criado, já faturaram um tanto em torno de 10 milhões de reais. Com parcerias com gravadoras mundiais, uma vez que a Universal, a Sony e a Warner Music, já foram 200 milhões de reais nos últimos anos. Em 2023, as músicas da produtora foram ouvidas 6 bilhões de vezes. O ducto do Youtube tem 41 milhões de inscritos.

“São mais de 10 milhões de visualizações diárias, é maior do que muito ducto de televisão”, diz o diretor. “No ano pretérito, pagamos tapume de 5,5 milhões de reais em imposto, o que supera outras produtoras que até estão em bolsa, uma vez que a Time 4 Fun”.

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Qual é a história da GR6

Rodrigo Inácio de Lima Oliveira, mais espargido uma vez que Rodrigo GR6, é o nome por trás de um dos maiores impérios da música periférica no Brasil. Nascido em Pernambuco, Rodrigo chegou a São Paulo ainda garoto, escoltado dos pais e dois irmãos, que, uma vez que muitos migrantes, buscavam melhores oportunidades na metrópole.

A paixão pela música sempre esteve presente em sua vida. Um dos seus primeiros trabalhos foi uma vez que promotor de festas. Foi, também, vocalista de um grupo de pagode, o 6ª Arte. Quando começou a organizar os primeiros eventos, recebeu um parecer de amigos: por que não ter uma lista de artistas próprios para se apresentarem nas festas. Foi o embrião da GR6, que uma vez que empresa, existe há tapume de 10 anos.

A GR6 não só mudou a vida de Rodrigo, mas também revolucionou o cenário músico brasílio, mormente no funk. Sob sua liderança, a empresa se expandiu em diversas frentes, desde a produção músico até a gestão de shows e a publicidade. “Ele começou com festas e eventos, mas logo percebeu o potencial de gerar um conglomerado que desse suporte completo aos artistas”, afirma André.

Hoje, Rodrigo GR6 é considerado um dos principais empresários do mercado músico do país. Entre os artistas mais famosos que fazem segmento do time da GR6 estão:

  • MC Livinho
  • MC Pedrinho
  • MC Ryan SP
  • MC Hariel
  • MC Don Juan
  • MC Davi

Esses artistas, junto com muitos outros, ajudam a solidar a posição da GR6 uma vez que uma das principais produtoras de funk do Brasil.

Fast music e protótipo fordista

Na sede da empresa na Vila Guilherme, zona setentrião de São Paulo, 11 estúdios de música e outros dois audiovisuais produzem música o tempo inteiro, noite e dia, sete dias por semana. Em um protótipo batizado pela própria empresa uma vez que fast music, a produtora vai da concepção da música até o licenciamento e o momento em que o áudio sobe nas plataformas digitais.

“O artista chega cá de manhã, começa a fazer a música, e dentro dos estúdios já têm profissionais captando as informações, criando a ficha técnica, enviando para o departamento de licenciamento. Ao mesmo tempo, a equipe de toga, design e contrato já está organizando tudo. Mal ele acaba de gravar, já vai para o estúdio de vídeo filmar o clipe”, diz.

“É praticamente um protótipo fordista”, brinca o diretor. “Mas sem deixar de lado a segmento artística”.

Para os artistas já consolidados, tapume de 80 dos 120 que eles têm no catálogo, a GR6 também faz o gerenciamento dos shows. Todas as semanas, são 400 shows marcados pela GR6 — 1.200 por mês, no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos.

Para os que estão começando, há também uma produtora parceira, chamada Base Records. Por ali, o trabalho é quase uma vez que das categorias de base no futebol: tem até refeitório e dormitório, caso qualquer artista venha de outro Estado.

Aliás, a referência com futebol é interessante, uma vez que jovens das comunidades brasileiras veem na possibilidade de ser cantor de funk a oportunidade para mudar de vida — um tanto que por muitos anos foi reservado unicamente ao futebol.

“É por isso que seguimos na Zona Setentrião, próximo da comunidade, porque queremos estar perto deles. Com nosso tamanho e esturtura, poderíamos ter escritório nas regiões mais nobres de São Paulo, mas não temos interesse”, diz. “Contratamos o ‘pessoal da quebrada’ para trabalhar cá e aprender conosco. Esse é nosso protótipo”.

Por que comprar segmento da empresa concorrente

A obtenção da SONAR, uma produtora de localizada em Osasco, faz segmento de uma estratégia muito definida pela GR6: de se aproximar de produtoras locais.

Apesar da compra de segmento da empresa, a SONAR continuará operando de forma independente, mantendo sua estrutura e sua psique empresarial intactas.

“Não se trata de uma fusão, mas uma obtenção e de um investimento estratégico. Vamos manter duas operações distintas, mas com um suporte mercantil mais robusto”, diz André.

Para a GR6, essa obtenção é unicamente um passo em uma trajetória de expansão contínua, que agora mira na internacionalização.

“Estamos focados em expandir para fora do Brasil, com planos concretos de perfurar escritórios em Miami, o núcleo da música latina, e em Portugal, onde já temos uma boa presença no Spotify”.

Com um incremento estimado entre 15% e 20% para 2024, a GR6 planeja continuar rompendo barreiras e levando o funk a novos horizontes. Se depender da GR6, a batida do funk vai ressoar cada vez mais cimalha, e não unicamente nas comunidades, mas no mundo inteiro.

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