
O destino incerto da Venezuela e seus impactos para o Brasil
Neste domingo, 28, mais de 20 milhões de venezuelanos poderão ir às urnas para escolher o seu presidente pelos próximos 6 anos. O voto não é obrigatório, mas a disputa entre dois candidatos promete tirar muitas pessoas de moradia.
Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia são os dois candidatos que mais se destacam nas pesquisas. Porquê presidente desde 2013, Maduro procura o seu terceiro procuração, já Urrutia tem porquê missão terminar com 25 anos de governos chavistas.
Assim porquê no Brasil, o voto será realizado em urna eletrônica, e os locais de votação serão abertos das 6h às 18h (horário sítio), das 7h às 19h (horário de Brasília).
O sorte da Venezuela, independente do resultado ainda é incerto, mas os impactos dessa eleição podem atingir países vizinhos, porquê o Brasil.
O venezuelano Rafael Duarte Villa chegou ao Brasil em 1988 e atualmente atua porquê professor titular de ciência política e relações internacionais da USP. Para ele, um dos alertas que o Brasil deve ter com as eleições venezuelanas é a questão da imigração.
“A proximidade geográfica faz com que a imigração da Venezuela tenha um impacto direto no Brasil, caso a crise política se intensifique nos próximos meses, além de pode trazer impactos para outros países por ser um país petroleiro”.
Outro impacto que o Brasil pode ter é com a imagem a nível global. Segundo Carolina Silva Pedroso, professora de Relações Internacionais da Unifesp, qualquer instabilidade na vizinhança pode ser negativa para o Brasil.
“Uma crise política na Venezuela pode afetar a nossa imagem internacional porquê liderança regional, enfim, porquê queremos opinar na guerra da Ucrânia, se mal resolvemos as pendências do nosso entorno”, diz a professora que também destaca a questão da imigração.
Por que María Corina Machado foi proibida de disputar eleições com Maduro?
Maria Corina Machado seria o principal nome para fazer frente a Nicolás Maduro, mas processos antigos a impedem de se candidatar nascente ano.
“Ela tem processos desde 2014, ou seja, muito anteriores à possibilidade de ela ser candidata presidencial”, afirma a professora da Unifesp, que explica que Machado foi julgada e condenada por três tipos crimes:
- Incitação à violência e traição à pátria durante os protestos de 2014: ela chegou a clamar por mediação militar estrangeira;
- Falsidade ideológica: ela se apresentou porquê embaixadora da Venezuela, enquanto era, na verdade, deputada de oposição, em uma tertúlia da Organização dos Estados Americanos;
- Improbidade administrativa do período em que foi deputada e, posteriormente, por colaborar com Juan Guaidó na gestão de ajuda humanitária recebida do exterior que, em tese, foi desviada e nunca chegou ao seu sorte.
A pessoa indicada terá força contra Maduro?
Quem entrou no lugar de Machado foi o diplomata emérito Edmundo González Urrutia, sem histórico de atuação de política e traquejo para discursos, diz Pedroso.
“Ele lê tudo, nunca fala de improviso e está sempre escoltado de Maria Corina Machado nos comícios, mas apesar de tudo, tem conseguido recrutar um esteio importante mundo afora”, diz. “Sobretudo por suavizar a radicalidade do exposição de Machado ao tutelar a conciliação e a convívio pacífica entre as partes no pós-eleição”.
Os ganhos e perdas do governo Maduro
É difícil falar em ganhos concretos desse período em que Maduro está no poder, afirma Pedroso, da Unifesp, que lembra que o atual presidente assumiu o governo em um contexto de poderoso crise econômica. “A origem da crise não tem necessariamente a ver com alguma ação específica que ele ou Chávez tomaram, mas com a dificuldade estrutural da economia venezuelana, de quase um século, de depender exclusivamente do petróleo.”
Mais recentemente Pedroso afirma que Maduro investiu em medidas importantes para combater à inflação, o que melhorou um pouco o poder de compra. “Ele apostou em políticas de manutenção da distribuição de vitualhas para tentar sustar a enorme carestia que o país enfrenta há mais de uma dez e o fortalecimento das comunidades chamadas de ‘comunas’, que dá maior autonomia para favelas se autogerirem e buscarem soluções próprias para seus problemas mais corriqueiros, tendo chegada a um orçamento público específico.”
Mas o governo ainda é mais famoso por suas crises. Para Villa, professor venezuelano da USP, é muito difícil falar de ganhos no período de Maduro. “A Venezuela passou por uma imigração imensa, muro de 25% da população imigrou, ou seja, mais de 7 milhões de pessoas saíram do país. O país enfrentou uma hiperinflação que nos piores momentos chegou a 130.000 % e que pulverizou a moeda Venezuela e o poder de compra da sociedade.”
Villa também reforça a crise gigante do sistema petroleiro venezuelano em que o país passou de ser o terceiro produtor mundial para o país com menos produção mundial de petróleo dos que fazem segmento da OPEP. “Isso teve um impacto desastroso na segmento fiscal e na população, que viu muitos programas sociais não serem sustentados, assim porquê sentiu a falta de provisão de combustíveis.”
Quais serão os impactos dessa eleição para a Venezuela?
Sobre as possibilidades de vitórias de um ou de outro, o cenário subitâneo será semelhante, afirma Pedroso que é técnico em América Latina. Para ela, se Maduro se reelege, pairarão dúvidas sobre a legitimidade e certamente a comunidade internacional questionará os resultados.
“Ele provavelmente continuaria tendo o esteio dos mesmos aliados internacionais que já tem, China, Rússia, Turquia e Irã, mas teria mais dificuldades na América Latina e outras potências ocidentais.”
Por outro lado, se González vence o governo provavelmente não será questionado sobre o processo eleitoral em si, mas poderia acusar a oposição de ter relatado com esteio estrangeiro para interferir da dinâmica política interna.
“Ele deve ter grande esteio internacional, mas dificilmente terá a fidelidade das Forças Armadas, que são o grande leal da balança na Venezuela”, afirma a professora que reforça um fator suplementar que complica a situação. “A eleição é domingo, mas a posse é só em janeiro de 2025, até lá a tensão deve persistir entre os dois lados, que estão convencidos de que podem e vão lucrar e não parecem dispostos a reconhecer qualquer resultado dissemelhante”.
Posteriormente 11 anos, Maduro sente que seu procuração está ameaçado. Para a professora da Unifesp, o que a Venezuela mais procura no próximo governo é a melhoria das condições de vida, principalmente o poder de compra.
“Para um venezuelano médio conseguir ter o mínimo, normalmente ele precisa ter mais de um vínculo empregatício. Outras questões são a melhoria dos serviços sociais, porquê vacinação que foi muito afetada pela crise, com crianças sem chegada às vacinas obrigatórias e retorno de doenças já erradicadas. Falta também investimento na instrução, além da própria questão política referente à liberdade de frase.”