
Azul chega a acordo com 90% dos arrendadores e aumento de capital pode acontecer ainda em outubro
Lanço importante para tirar o aumento de capital privado do papel, a negociação da Azul com os arrendadores de aeronaves está próxima de ser concluída, apurou o INSIGHT.
A expectativa de pessoas próximas às negociações é de que a operação para trazer recursos extras aconteça até o término de outubro, contrariando segmento do mercado mais cética e que acredita em uma oferta privada só entre abril e maio de 2025.
Um concórdia com os lessores – uma vez que são chamados os arrendadores no jargão do setor – é crucial para que a companhia aérea ganhe o aval dos bondholders para a novidade injeção de capital.
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“Ninguém quer dar novo moeda para remunerar dívidas do pretérito. Os bondholders estão construtivos [sobre a empresa], mas o que querem é colocar novo moeda para capitalizar a empresa. para propagação porvir”, diz uma manadeira ouvida pelo INSIGHT.
A companhia aérea quer levantar entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões com seus credores financeiros, usando a Azul Missão, sua empresa de logística, uma vez que garantia – de forma similar às negociações feitas no ano pretérito com a Tudo Azul, do programa de fidelidade, uma vez que garantia. A Azul Missão é avaliada em US$ 800 milhões.
No último mês, a empresa fechou concórdia com 90% dos arrendadores e deve chegar a 100% ainda nos próximos dias, segundo pessoa ouvida pelo INSIGHT.
O objetivo é metamorfosear em ações os tapume de US$ 600 milhões de dívida com os donos das aeronaves. Os arrendadores passariam a estancar entre 20% e 22% do capital social da Azul, num valor estimado de R$ 30 por ação, muito supra do preço de tela atual, de R$ 5,10.
Além do progressão na negociação com arrendadores, outros bons ventos parecem soprar para a Azul. Diante da possibilidade de privatização da TAP, a companhia está cobrando tapume de R$ 1 bilhão emprestados à companhia aérea portuguesa em 2016.
Outra manadeira de otimismo é a recente aprovação das linhas de crédito para aéreas garantidas pelo Fundo Pátrio de Aviação Social (Fnac). Executivos do setor afirmam que tanto integrantes do governo quanto o próprio presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, garantiram que os recursos – um pouco em torno de R$ 5 bilhões – devem estar disponíveis ainda neste ano para as companhias aéreas.
Em 2023, a companhia já havia negociado com os lessores para metamorfosear a dívida em equity. Os credores receberiam ações preferenciais ao valor de R$ 36 cada, numa negociação que alongou os prazos dos vencimentos da companhia.
Naquele momento, os papéis da Azul eram negociados a mais de R$ 20. A conversão começaria em janeiro de 2025 e se estenderia por três anos, com a Azul pagando a diferença em caixa ou mesmo em mais ações.
Isso assustou o mercado, com receio de diluição ou queima de caixa, e levou ao derretimento do valor da ação. Em 12 meses, o papel acumula quase 65% de queda. Esse contexto fez a Azul voltar à mesa de negociação, a término de evitar uma diluição muito maior da base acionária.
O cenário de desvalorização do papel se somou a um envolvente ainda multíplice operacionalmente para todo o setor de aviação, também exemplificado pelo pedido de Chapter 11 da Gol.
Embora a margem da Azul tenha voltado a níveis pré-pandemia, ainda há delongado na entrega de aeronaves (a Azul tem frota com aeronaves Embraer e Airbus), além da pressão nos custos por razão do valor do combustível de aviação e do uso prolongado de motores mais antigos, que exigem maior manutenção.
O fechamento do aeroporto de Porto Satisfeito em seguida as chuvas no Rio Grande do Sul também pesou, já que o tramontana tem participação representativa nas operações, em torno de 10% da malha da companhia.
A negociação em 2023 também aconteceu em meio a um envolvente mais otimista. A empresa previa crescer o duplo do que está reportando ao longo deste ano, diz uma pessoa próxima à Azul. No primeiro semestre de 2024, a receita líquida ficou fixo R$ 8,8 bilhões e o Ebitda cresceu 17%, para R$ 1,24 bilhão.
No entanto, a desfavor do real tem sido o maior ofensor dos números da companhia. Esse fator somado a elevados juros, pagamentos de aluguéis e investimentos que a Azul deve realizar, resulta em geração de fluxo de caixa livre negativo.
O Ebitda estimado para o segundo semestre deste ano ficará em torno de R$ 3,3 bilhões a R$ 3,6 bilhões, enquanto os pagamentos de arrendamentos e juros, juntamente com investimentos, devem somar R$ 4,1 bilhões, segundo as projeções da Fitch, que rebaixou a nota de crédito da empresa nesta terça-feira, de ‘B-’ para ‘CCC’. Um dia antes, a Moody’s também havia desagregado a nota de crédito da Azul.