Boric exige eleições 'transparentes' e 'competitivas' na Venezuela

O presidente do Chile, Gabriel Boric, exigiu, nesta quinta-feira, 25, eleições presidenciais “transparentes, competitivas e sujeitas à reparo internacional” na Venezuela, tornando-se o mais recente líder da esquerda latino-americana a reagir à ameaço de um “banho de sangue” feita por Nicolás Maduro em caso de vitória da oposição.

Em traço com a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Boric afirmou em uma entrevista com veículos internacionais que “não se pode ameaçar de forma alguma com banhos de sangue, mas sim que os mandatários e os candidatos recebam banhos de votos”.

Na segunda-feira, Lula expressou preocupação com as declarações de Maduro.

“Fiquei assustado com as declarações de Maduro de que, se ele perder as eleições, haverá um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de votos, não de sangue”, afirmou o veterano político brasílico, referindo-se ao golpe que significa perder uma eleição.

“Maduro precisa aprender: quando você ganha, fica no poder. Quando perde, sai. E se prepara para disputar outra eleição”, acrescentou Lula em uma coletiva de prelo em Brasília com agências internacionais.

A resposta de Maduro não demorou a chegar: “Eu não disse mentiras. Somente fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, declarou, sem mencionar explicitamente Lula. “Na Venezuela, triunfará a silêncio, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”.

Pressão aumenta

A três dias do pleito, no qual Maduro procura a reeleição, cresce a pressão para que seu governo assegure o desenvolvimento normal das eleições e respeite os resultados.

O rival de Maduro é o diplomata Edmundo González Urrutia, de 74 anos, candidato da principal coligação de oposição, já que a ex-deputada María Corina Machado, favorita nas pesquisas, foi impedida pela Justiça de ocupar cargos públicos.

“No dia anterior a esta eleição tão importante, faço um apelo ao governo e ao poder eleitoral venezuelano para prometer o desenvolvimento normal do processo eleitoral, com garantias especiais para a oposição, outorgando um reverência irrestrito aos resultados, que sejam devidamente certificados. Isso é pelo muito da Venezuela e de toda a América Latina“, defendeu o presidente chileno nesta quinta.

Crítico do regime de Maduro desde o início de seu procuração em março de 2022, Boric não hesitou em desaprovar as “violações aos direitos humanos e as restrições à liberdade de prelo” na Venezuela.

“O presidente Boric tem sido o líder mais harmónico da região em relação à Venezuela e, na minha opinião, desde o início agiu de conciliação com princípios e valores de direitos humanos”, disse Michael Shifter, ex-presidente do Diálogo Interamericano em Washington, à AFP.

Por outro lado, “Lula nem sempre foi tão harmónico”, enquanto o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, tem sido “duvidoso”, acrescentou.

Boric demonstrou esperança na ação conjunta da comunidade internacional.

“Cá, o importante é que atuemos com a comunidade internacional e com as democracias, e não tenho dúvidas de que, mormente com Brasil, Colômbia e México, teremos uma posição unificada em exigir reverência à soberania popular”, afirmou.

Neste sentido, Boric qualificou uma vez que um “sinal positivo” as recentes declarações do rebento do presidente Nicolás Maduro, Nicolás Maduro Guerra, indicando que, em caso de itinerário nas eleições, eles se tornarão oposição.

Por outro lado, se as garantias eleitorais não forem respeitadas, “é evidente que a Venezuela ficaria em uma posição completamente desacreditada perante toda a comunidade internacional, e qualquer tipo de solução para a crise dos últimos anos seria sumariamente dificultada”, concluiu o presidente chileno.

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