Milhares protestam contra excesso de turistas em Mallorca, Espanha
“Mallorca não está à venda” diz a fita levada por manifestantes durante um protesto contra o turismo de tamanho e o cimalha dispêndio da habitação em Palma de Mallorca, em 25 de maio de 2024
JAIME REINA
Milhares de pessoas protestaram, neste sábado (25), na cidade espanhola de Palma de Mallorca, contra o excesso de turistas, uma das principais fontes de renda da região, sob o lema “Mallorca não está à venda”.
Embora tenha sido convocada antes, a revelação ocorre dois dias depois de o desabamento de um bar-restaurante frequentado por turistas na cidade, capital da ilhéu de Mallorca, matar quatro pessoas, duas delas de nacionalidade alemã, e magoar outras 16.
Os manifestantes percorreram o meio de Palma em uma passeata que levava adiante um edital com o lema mencionado e outro com a mensagem “Se nos negam um teto, nos negam o horizonte”.
Os organizadores do ato lamentam, sobretudo, que o excesso de turistas tenha encarecido astronomicamente a dispêndio da habitação nesta ilhéu do Mar Mediterrâneo com menos de um milhão de habitantes.
O grande número de turistas tem motivado expressões de mal-estar similares nas ilhas Canárias, em Barcelona e Sevilha.
Segundo o Instituto Vernáculo de Estatísticas (INE), a Espanha, segundo direcção turístico mundial depois da França, recebeu 85 milhões de turistas estrangeiros em 2023.
Destes, 14,4 milhões visitaram as Ilhas Baleares, arquipélago do qual Mallorca é a ilhéu principal, seguida de Menorca e Ibiza.
As Ilhas Baleares foram a segunda região da Espanha que mais recebeu turistas estrangeiros em 2023, detrás da Catalunha, com 18 milhões.
O aeroporto de Palma de Mallorca é o terceiro da Espanha em número de passageiros e em 2023 passaram por ali 31 milhões, segundo dados do gestor aeroportuário espanhol AENA.
Ao mesmo tempo, “a tributo – direta ou indireta – do turismo ao PIB das Ilhas Baleares superavam os 40%” antes da pandemia de covid-19, da qual já se recuperou, segundo estudo do banco Caixabank.
