
Empresa de segurança capta R$ 160 milhões para tornar a vida do assaltante de celular um inferno
Em tempos de eleições municipais, a segurança nas cidades fica na boca do povo — e dos candidatos. Em grandes metrópoles, uma vez que é o caso de São Paulo, as pessoas ficam apreensivas desde crimes graves até furtos de celular. Não é de menos. No ano pretérito, houve um assalto de celular a cada 1 minuto e 42 segundos no estado paulista — se você não perdeu o celular, pode até se considerar um sortudo.
Em universal, esse tipo de violação acontece por dois motivos. Primeiro, porque abastece um lucrativo mercado no Brasil e para além das nossas fronteiras – a revenda dos dispositivos. Depois, porque também pode dar aproximação momentâneo às contas bancárias da vítima (com transferências imediatas e empréstimos fraudulentos), e aos dados contidos no aparelho (incluindo e-mail, Whatsapp, redes sociais).
Pois tem um maranhense que está de olho nesses dados e quer ajudar as pessoas a terem mais segurança em caso de latrocínio de celular.
Trata-se de Alberto Leite, CEO e fundador do Grupo FS, uma holding de cibersegurança que já fatura 1,4 bilhão de reais — principalmente com o braço de antivírus e proteção para empresas.
Há dois anos, o grupo lançou uma novidade frente de negócio, a Exa. Um resultado vendido diretamente ao consumidor final, em forma de mensalidade, para proteger as informações e dados dos celulares. Ele inclui um antivírus para dispositivos móveis e um software para subir documentos em nuvem, mas com camadas mais fortes de proteção.
Com a Exa, a holding já fatura um tanto na lar dos 350 milhões de reais. Mas quer crescer. E acaba de receber uma grana para isso. A empresa, por meio do Grupo FS, acaba de captar 160 milhões de reais para investir no desenvolvimento de novos produtos da frente de proteção de celulares.
A captação vem por meio da emissão de títulos de dívida no mercado de capitais (nota mercantil), coordenada pelo Bradesco BBI, e finalizada a um dispêndio de CDI mais 1,45% ao ano.
O principal resultado a ser desenvolvido é um sistema, chamado internamente de Locker, que consegue ser alocado na memória “mais profunda” do celular, resistente até mesmo a tentativas de resetar o smartphone.
“O ladrão vai poder trocar a senha, tentar mexer nos aplicativos, mas não vai conseguir mexer nesse software que estará instalado numa dimensão mais profunda do celular. Nós estaremos lá”, diz Leite.
“E a verdadeira dona do celular vai conseguir localização, gravar voz, bloquear a tela, vincular rebate, permanecer acendendo e apagando a lanterna do celular”, diz. “O ladrão passará a ser perseguido pelo celular, até desincentivar esse tipo de violação”.
Segundo Leite, trata-se de um projeto que requer muito teste e pesquisa. E muito numerário também. Daí a captação de 160 milhões de reais agora. A segunda da história da Exa. A primeira foi em 2022, quando levantaram 100 milhões de reais.
Qual é a história do Grupo FS
A jornada do grupo FS começou em 2009. Leite, já morando em São Paulo, trabalhava em telefonia e olhava para a indústria de cibersegurança, à quadra muito focada em antivírus para computadores.
“O propagação vinha pelo traje da penetração da filarmónica larga dos Estados Unidos na Europa, que ocorreu em 2004”, diz. “Em 2009, começava a ter penetração de novas tecnologias para celulares, e eu identifiquei que seria uma boa oportunidade desenvolver produtos de segurança também para dispositivos móveis”.
Mas Leite “queimou a largada”, uma vez que mesmo diz:
“Na tecnologia, quando você está muito procrastinado ou muito avançado, você está inverídico”, diz. “Nós estávamos adiantando”.
A opção foi apostar em outros produtos de cibersegurança, e com isso, se fortaleceu no país. No início de 2017, o Grupo FS, já estruturado, vendeu uma participação relevante para o fundo de private equity Carlyle — que ficou na companhia até 2020, quando começou um processo de desinvestimento no Brasil.
“Me ofereceram, fiz uma oferta e recomprei a companhia”, afirma. “A partir de portanto, decidimos redesenhar a empresa. Em 2022, fizemos várias unidades de negócios da empresa, entre elas a unidade de pessoa física”.
Nascia aí a Exa, que fatura num padrão de mensalidade que vai de R$ 6,90 a R$ 19,90 por mês.
Quais são os planos com o aporte
A teoria é ampliar a quantidade de assinantes da utensílio, ao passo em que desenvolve o novo resultado que fará “da vida do bandoleiro, um inferno”.
Reduzindo a quantidade de furtos, a empresa espera, também, conseguir encolher o preço do seguro de celulares e ter tecnologias para desenvolver esse mercado.
“Hoje, o seguro é custoso devido a subida incidência de fraudes. Custa em média 25% do valor com aparelho, além de mais 25% no uso da franquia. Com nossa tecnologia para identificar eventuais fraudes, estimamos reduzir esse valor para menos de 10% do dispêndio do aparelho”, diz Carlos Alberto Landim, CEO da Exa.
A meta do Grupo FS é crescer um tanto em torno de 15% neste ano. A empresa tem 1.200 funcionários e muro de 55 milhões de assinaturas ativas.