
São Paulo ganha primeira livraria 100% dedicada ao futebol
Livraria Barrilete chegou para permanecer! Vale muito a visitante!
Em 1986, Maradona, com uma canhota infernal, enfileirou os marcadores ingleses e marcou um dos gols mais emblemáticos de todos os tempos. Quase quatro décadas depois daquela Despensa do Mundo, o lance, digno de um poema, batiza a primeira livraria 100% dedicada ao futebol, consolidando a união entre o esporte bretão e a literatura. Em plena região médio de São Paulo, entre o Bixiga e a Bela Vista, a Barrilete nasce uma vez que aquela arranque descomunal de Don Diego: histórica. No último término de semana, mais de 150 pessoas se espremeram na lajedo para prestigiar a inauguração.
“Barrilete Cósmico” (“Pipa Cósmica”, em português) é uma sentença eternizada pelo narrador Victor Hugo Morales para definir a obra-prima de Maradona, nas quartas de final do Mundial, no México. Mas a inspiração do novo reduto dos amantes das letras e da esfera não fica somente no Estádio Azteca. A equipe de reportagem do Jogada1o
visitou a livraria e descobriu algumas particularidades. Uma delas, uma Ponte Aérea. Ou melhor, uma tabelinha de reverência.
“No Rio de Janeiro, por exemplo, há a Folha Seca (livraria especializada em cultura carioca, no Núcleo). Embora não seja somente de futebol, foi uma grande referência. Gostamos muito de estar ali. Além dela, temos, em Campinas, outro lugar que oferece muito espaço à literatura de futebol. A Livraria Pontes também é uma editora importante”, contou Carlos Eduardo Mitsuo Nakaharada, sócio gestor da Barrilete, ao lado de Diego Rezende Polachini.
A teoria virou veras… E vem novidade!
Jurisconsulto de 37 anos, Nakaharada viu uma vazio a ser preenchida no mercado. Enfim, livros de futebol não costumam comparecer nas vitrines das grandes livrarias. Apesar da paixão pátrio e de apelo popular, hoje o esporte é uma literatura de nicho.

“Estava cansado de defender e queríamos trespassar da caixinha. Depois de algumas viagens para Buenos Aires, onde há duas livrarias temáticas de futebol, tivemos a teoria. Leio muito, coleciono camisas e gostamos da atmosfera do Núcleo. Logo, nos apaixonamos pela faixada, alugamos o lugar e decidimos preservar a memória do futebol”, reportou o sócio.
Depois do sucesso da estreia, para o horizonte, Nakaharada contou que a teoria é promover mais encontros com o público e leitores. O jornalista/jornalista José Trajano, aliás, pode lançar a sua próxima obra na Barrilete. Seria mais um evento de grande porte.
O concepção da Barrilete
Na porta da livraria, em um sobrado, duas camisas estão penduradas em um varal. A Argentina de 1986 e a Seleção Brasileira, uma rivalidade que virou irmandade no Bixiga. Maradona e Pelé convivem, portanto, em plena simetria. Mas nem sempre será assim.

“Aproveitando os Jogos Olímpicos de Paris, vou colocar a camisa da seleção de rúgbi de Fiji. Vamos mudando conforme as datas e as efemérides”, promete.
Para trespassar do lugar generalidade, os livros estão organizados por tema pouco convencionais, uma vez que “Sociedade”, “Base”, “Formação Tática”, “Boleiros” e “Nosso Esquina”. Há também canecas, bonés e ecobags
para quem desejar levar uma memorial.
Mais do que uma livraria
Torcedor do São Paulo, Carlos Nakaharada recebeu o J10,
lembrou que uma família botafoguense esteve no sítio duas horas antes e avisou que, em dias de jogo do Tricolor, fecha as portas um pouco antes. Localizada na Rua Dr. Luís Barreto, a Barrilete está ocasião de terça a domingo, de 10h às 18h. No entanto, o horário não se cumpre nesta quarta (25), dia de Morumbis.

Oriente clima informal permeia o estabelecimento paulistano. O cliente chega, “namora” a decoração, folheia alguns livros, pede um moca (ou uma cerveja), resenha com quem está no balcão e acompanha o jogo que estiver passando na televisão.
Dicas literárias
Por término, o Jogada10
pediu dicas literárias para quem gostaria de aprofundar-se no universo das letras:
“A biografia do Garrincha, ʽEstrela solitáriaʼ, do Ruy Castro. Muitos o pintam uma vez que um personagem xucro, mas a veras é muito dissemelhante. A biografia do Maradona, de Guillem Balague, pela Editora Grande Superfície, também é muito muito escrita. E temos a reedição de ʽCasagrande e seus demôniosʼ. Particularmente, gostaria de sugerir o meu preposto: ʽFutebol ao Sol e à Sombraʼ, de Eduardo Galeano.
Siga nosso teor nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook
.