Rio seca e leito vira lamaçal no interior do Acre; Confira o vídeo – ac24horas.com

O Rio Juruá e seus afluentes seguem baixando e em alguns pontos está com murado de um metro. Embarcações encalham e a navegação está comprometida em muitos trechos, prolongando as viagens entre os municípios em várias horas. A escassez de chuva potável e de mantimentos assusta os moradores e as prefeituras buscam recursos e espeque para minimizar os impactos. Cruzeiro do Sul e Porto Walter já decretaram estado de emergência.

Nesta quarta-feira, 24, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, decretou por 180 dias, Estado de Emergência Nível I devido à redução dos índices de chuvas e dos níveis dos cursos hídricos, resultando em prejuízos sociais e econômicos, além de aumentar os riscos de incêndios florestais.

Com o decreto, o município poderá ter aporte de recursos estaduais e federais, convocar voluntários para substanciar as ações de resposta ao sinistro e a realização de campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade, dispensa de licitação os contratos de obtenção de bens necessários às atividades de resposta ao sinistro, de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reparação dos cenários dos desastres.

Para elaborar o decreto, a gestão levou em considerou que os próximos meses apresentam tendência de redução da precipitação de chuvas, com o aumento de temperaturas e a queda do percentual da umidade relativa do ar, redução no volume de precipitação de chuvas e a subtracção dos níveis dos cursos hídricos, o que causará prejuízos às atividades de

navegação e transporte de mantimentos e pessoas, isolamento de comunidades e aldeias indígenas, além de diversos problemas de aprovisionamento e produção agrícola na região. A gestão alega aumento da ocorrência de queimadas e incêndios florestais e a concentração de monóxido de carbono e partículas na atmosfera, que acarretam riscos de agravos à saúde da população, principalmente nos grupos etários mais vulneráveis.

O documento destaca ainda que o governo do Acre também já declarou estado de emergência pelas mesmas condições e que o Ministério do Meio Envolvente e Mudança do Clima também já declarou estado de emergência, por meio da Portaria GM/MMA nº 1.052, de 25 de abril de 2024, em virtude do risco de incêndios florestais, entre outros, no Estado do Acre, durante o período de abril a novembro de 2024.

Porto Walter também em situação sátira

Devido à seca do Rio Juruá, que está com 1m12c (um metro e doze centímetros) em frente à sede do município, causando transtornos à população, a prefeitura de Porto Walter publicou nessa terça-feira, 23, um decreto de emergência nível 2. O prefeito Cesar Andrade destaca que a seca severa que se abate sobre a região, coloca sob prenúncio às populações ribeirinhas.

A medida considera o risco de escassez oriundo de mantimentos dos povos indígenas, inclusive a falta de chuva potável, além dos ribeirinhos residentes nas margens dos afluentes do Rio Juruá (Rio Grajaú, Rio das Minas, Rio Ouro Preto, Rio Natal, Rio Cruzeiro do Vale com seus afluentes – Rio Branco, Igarapé Nilo, além do Rio Juruá Mirim com seu afluente – Igarapé Cumprido) onde se localiza o município de Porto Walter–AC.

O decreto ainda menciona registros de incêndios na espaço “virente” do aeródromo da cidade, comprometendo voos aéreos em urgência e emergência com rota aérea que poderão tolerar obstrução, ocasionada por potencial cerração por conta das nuvens baixas no período de seca, comprometendo o chegada distraído para o município.

Outra consideração é a Lei federalista n.º 12.340, de 1º de dezembro de 2010, que dispõe sobre as transferências de recursos da União aos órgãos e entidades dos Estados, Província Federalista e Municípios para a realização de ações de prevenção em áreas de risco de desastres e de resposta e de recuperação em áreas atingidas por desastres e sobre o Fundo Vernáculo para Calamidades Públicas, Proteção e Resguardo Social.

Com o decreto, fica autorizada a mobilização do Sistema Vernáculo de Resguardo Social, no contextura do Município, sob a coordenação da Percentagem Municipal de Resguardo Social – COMDEC e o desencadeamento do Projecto Emergencial de Resposta aos Desastres, adequado à situação de que trata oriente Decreto, assim uma vez que todos os órgãos municipais para atuarem nas ações de respostas necessárias a minimizar os efeitos causados pela seca. Outro efeito do decreto de Estado de Emergência é a dispensa de licitação dos contratos de obtenção de bens necessários às atividades de resposta ao sinistro, conforme disposto no documento. Com validade de 90 dias, podendo ser prorrogado por mais 30, o decreto adverte que a situação de anormalidade é válida somente para as áreas comprovadamente afetadas pelas intempéries.

Indígenas afetados

Em junho deste ano, o povo indígena Kuntanawa, de Marechal Thaumaturgo, tornou pública a preocupação com o nível do Rio Tejo, um dos afluentes do Juruá. Flávio Haru, um dos líderes dos Kuntanawa, subiu com um grupo até as cabeceiras do Tejo. Tiveram que empuxar ou retirar o navio várias vezes devido ao inferior volume de chuva no manancial. “Do jeito que já está nesta estação do ano, vai esconjuntar. Pode se expressar que o Rio Tejo está morto”, citou Flávio

Outros mananciais, uma vez que o Bagé e o Breu, também apresentam um inferior volume de chuva.

Rio sequioso em Feijó

Além da bacia do Rio Juruá, a situação de seca se repete em outras regiões do Acre. Em Feijó, o Rio Jurupari está sequioso, quase apertando no Seringal Paumaripé. O rio, que corta a BR-364, no sítio filmado, parece um simples filete de chuva.

Veja o vídeo de Feijó Notícias/reprodução

 

Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios