Netanyahu discursa no Congresso americano sob protestos de rua e boicote de dezenas de democratas

Entre protestos do lado de fora, acusações diretas ao Irã e elogios abertos ao ex-presidente Donald Trump, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, falou por uma hora no Congresso americano nesta quarta-feira, tentando praticar pressão e buscar mais ajuda militar em um contexto de tensão entre os dois países aliados posteriormente mais de nove meses de guerra em Gaza.

A visitante do dirigente israelense a Washington ocorreu em um momento de alvoroço política nos Estados Unidos, com a tentativa de assassínio do republicano, a desistência de Joe Biden da corrida à Morada Branca e a ingressão de Kamala Harris na disputa, candidata democrata quase certa às eleições de novembro contra o magnata republicano. Também aconteceu em meio à pressão interna sofrida pelo premier pela renque de extrema direita de sua coalizão em Israel.

— Nos encontramos hoje em uma encruzilhada da História. Nosso mundo está em convulsão. No Oriente Médio, o eixo do terror do Irã confronta a América, Israel e nossos amigos árabes. Isso não é um choque de civilizações. É um choque entre a barbárie e a cultura — disse Netanyahu logo no início de seu oração. — Para que as forças da cultura triunfem, os Estados Unidos e Israel devem permanecer unidos.

Esta foi a quarta vez que Netanyahu se dirigiu ao Congresso americano, um recorde para um dirigente estrangeiro e um privilégio normalmente reservado a líderes em visitas de Estado.

Enquanto discursava, mais de 5 milénio manifestantes pró-palestinos se reuniram para reclamar contra o premier, alguns usando lenços palestinos, gritando para os Estados Unidos pararem de armar Israel. Alguns carregavam cartazes chamando Netanyahu de “criminoso de guerra” e o “primeiro-ministro do genocídio”. Segundo relatos da prensa internacional, a polícia chegou a usar spray de pimenta e dispositivos explosivos de efeito moral pouco antes do oração debutar.

Netanyahu mencionou os protestos do lado de fora, chamando os manifestantes de “idiotas úteis do Irã” e dizendo que eles deveriam “ter vergonha de si mesmos”:

— Por tudo o que sabemos, o Irã está financiando os protestos anti-Israel que estão acontecendo agora, do lado de fora deste prédio — acusou Netanyahu.

Ao chegar no Congresso, muitos democratas ficaram de pé, mas não aplaudiram, incluindo o senador Chuck Schumer, líder da maioria no Senado, e a senadora Tammy Baldwin. Alguns membros, porquê a representante Rashida Tlaib, a única parlamentar palestino-americana, permaneceram sentados o tempo todo (a democrata, aliás, segurou uma placa com os dizeres “criminoso de guerra” durante todo o oração).

A primeira referência de Netanyahu ao presidente Biden, com quem tem divergências, foi elogiosa, agradecendo-o por trabalhar para libertar os reféns israelenses mantidos pelo grupo terrorista Hamas em Gaza, por sua resposta rápida e por seu envio de dois porta-aviões.

— Ele veio a Israel para estar conosco em nossa hora mais sombria — disse, agradecendo-o por ser “um orgulhoso sionista irlandês-americano”.

Na quinta-feira, ele se reunirá com Biden, com quem tem uma relação complicada, para discutir “a situação em Gaza”, “progressos em direção a um cessar-fogo” e “um harmonia sobre a libertação de reféns”, de harmonia com a Morada Branca.

Kamala, que não esteve presente na sessão no Congresso devido a uma viagem previamente agendada, conversará separadamente com o premier israelense na quinta-feira. A vice-presidente e candidata à nomeação do partido para as eleições tem sido mais sátira à conduta de Israel na guerra.

Netanyahu também fará uma viagem na sexta-feira para Mar-a-Lago, Flórida, a invitação de Trump, com quem tem uma relação estreita.

Visitante polêmica

Netanyahu não viajou a Washington a invitação da Morada Branca, mas dos líderes republicanos do Congresso, aos quais os democratas se juntaram relutantemente. Muitos congressistas democratas estão furiosos com a maneira porquê Netanyahu está conduzindo a guerra em Gaza contra o grupo terrorista palestino Hamas, e alguns anunciaram um boicote ao oração. A ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, muito influente no partido, já havia informado que não compareceria.

Os EUA são um grande coligado de Israel e seu principal fornecedor de pedestal militar. Nos últimos meses, entretanto, o governo Biden criticou as consequências da resposta de Israel ao ataque do Hamas em 7 de outubro, o qual desencadeou a guerra na Fita de Gaza. Washington insiste que Israel deve proteger mais os civis e permitir a ingressão de ajuda humanitária, mas já chegou a suspender a entrega de alguns tipos de bombas, o que provocou a ira do governo israelense.

Pós-guerra

Atualmente, a prioridade do presidente americano é pressionar Netanyahu a fechar um harmonia de cessar-fogo com o Hamas, e alguns observadores suspeitam que o premier israelense está procrastinando por conta da pressão dos membros de extrema direita de seu governo.

Para Washington, se trata também de se preparar para o pós-guerra. Há uma grande divergência entre a governo Biden e o governo Netanyahu sobre a perspectiva de fabricar um Estado palestino.

Em 7 de outubro, o Hamas matou 1.197 pessoas, na maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um levantamento com base em dados oficiais israelenses. O Tropa israelense estima que 116 pessoas permaneçam em cativeiro em Gaza, incluindo 44 que estariam mortas. Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas e lançou uma ofensiva que já matou mais de 39 milénio pessoas em Gaza, a maioria civis, de harmonia com o Ministério da Saúde do território palestino.

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