Justiça argentina busca ao menos 3 pessoas por assassinato de chefe de torcida

Marcelo Manera

(Registo) Torcida do Rosario Mediano durante jogo da Despensa Sul-Americana contra o Internacional no estádio Gigante de Arroyito em Rosário, Argentina, em 16 de julho de 2024

Marcelo Manera

Pelo menos três pessoas são procuradas pela Justiça da Argentina pela morte do superintendente da torcida organizada do Rosario Mediano e de seu colaborador, assassinados no sábado (9) perto do estádio do clube, um incidente que abala Rosário, uma cidade assolada pela violência do narcotráfico.

Andrés “Pillín” Bracamonte, de 53 anos, histórico líder da torcida do Rosario Mediano, e Daniel “Rana” Atardo, de 55, seu principal colaborador, estavam em uma caminhonete no sábado perto do estádio quando foram interceptados por “pelo menos três pessoas” a pé, informou o promotor de homicídios Alejandro Ferlazzo em coletiva de prensa nesta segunda-feira (11).

Eles foram atacados com mais de 11 tiros e cada um foi atingido com cinco, detalhou o promotor da província de Santa Fé, à qual pertence Rosário, 300 quilômetros ao setentrião de Buenos Aires.

O incidente ocorreu depois da partida na qual o Rosario Mediano perdeu em seu estádio, o Gigante de Arroyito, por 1 a 0 contra o San Lorenzo pelo Campeonato Prateado.

“Há muitas testemunhas presenciais”, disse Ferlazzo, que pediu que elas se apresentem para colaborar, “garantindo extremo sigilo e segurança”.

A promotoria ordenou recolher imagens das câmeras de segurança da região, testemunhas locais e a investigação de ataques anteriores nos quais Bracamonte havia sido vítima, para encontrar possíveis vínculos.

Ferlazzo disse que o clube Rosario Mediano “não tem nenhum registro fílmico nem extrínseco nem interno próprio” desse dia.

Informou, por sua vez, que há investigações sobre as causas de um galanteio de luz que foi registrado na zona no momento do trajo e acrescentou: “Pode ser um defeito normal que foi aproveitado pelos autores, mas não descartamos qualquer outra hipótese”.

“Queremos ser prudentes e seguir trabalhando, para termos uma resposta o mais rápido provável”, disse o promotor regional interventor Matías Merlo, preocupado com a possibilidade de que o violação gere represálias dentro de torcidas rivais em uma cidade assolada pela violência, em peculiar do narcotráfico.

Bracamonte, que também respondia a casos na Justiça por associação criminosa, roubo e lavagem de moeda, esteve avante da torcida organizada do Rosario Mediano durante 25 anos.

Sobreviveu a vários ataques a tiros nos últimos anos em fatos não esclarecidos em meio a confrontos atribuídos a um acerto de contas dentro da torcida organizada do Mediano.

“Ele foi cândido de 29 atentados”, disse Pablo Cococcioni, ministro da Justiça e Segurança da província de Santa Fé, na coletiva de prensa desta segunda.

O funcionário destacou que Bracamonte “estava com muito poucas medidas de autopreservação e até se exibindo, repetindo sua rotina e seus procedimentos uma e outra vez, embora estivesse proibido de entrar nos estádios”.

Merlo considerou que esses episódios anteriores “denotam diferentes hipóteses de conflito”.

– Negócios ilícitos –

O promotor Ferlazzo explicou que o caso de Bracamonte “excede a questão da gestão da torcida do Rosario Mediano e se estende para diferentes negócios ilícitos”.

Na última dezena, a cidade de Rosario tornou-se a mais violenta de Argentina. Em 2014, houve uma explosão de homicídios (254) que, com oscilações, se manteve até 2023, com 260 vítimas anuais.

Os homicídios caíram em mais da metade desde o início do ano, trajo que foi comemorado pelo governo, que endureceu as medidas de segurança.

“Vamos cuidar ao sumo do que conseguimos nestes 11 meses com o trabalho em conjunto para que os rosarinos possam continuar vivendo tranquilamente”, disse Cococcioni.

Os críticos estimam que a redução de homicídios correspondia mais a uma trégua do que a uma solução de longo prazo.

O deputado provincial opositor Carlos del Frade comentou ao jornal lugar La Capital que a morte de Bracamonte “rompe o que era um hiato na queda de homicídios em Rosario”.

“A recuperação das ruas se faz com trabalho, ensino, e não com a presença das forças de segurança. Era uma encenação e isso ficou evidente com levante assassínio”, afirmou.

A violência do narcotráfico em Rosário ocupou as manchetes dos jornais devido às ameaças que receberam jogadores de futebol porquê Ángel Di María, ou familiares de Lionel Messi, ambos oriundos da cidade.

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