Plano de inclusão produtiva da Ambev capacita 500 mil com foco em mulheres negras e entregadores

Desde 2022, quando deu início aos seus programas de inclusão produtiva, a trabalhador de bebidas Ambev já investiu R$ 20 milhões para incentivar negócios ligados ao ramo de víveres, informação divulgada com exclusividade à EXAME.

Em dois anos, mais de 550 milénio pessoas foram impactadas, com uma geração de R$ 600 milhões em mercê financeiro, segundo a empresa. As ações foram implementadas a partir do Bora, programa que deve estribar até 5 milhões de profissionais e pequenos negócios até 2032.

Com mais de 40 iniciativas para diferentes públicos e tipos de negócios, o objetivo por trás do Bora é aligeirar negócios e estribar a ensino de trabalhadores ligados ao ramo de atuação da Ambev, uma vez que empreendedoras e entregadores de víveres e bebidas.

De consonância com Carlos Pignatari, diretor de impacto social na Ambev, a prioridade nos negócios apoiados é por desenvolver mulheres negras moradoras de periferia, trazendo as empreendedoras para o meio do mercado produtivo. “Esse pessoal já está dentro da roda. Vamos ajudar a colocar mais gente nela e fazer com que essa roda gire mais rápido”, explicou sobre o incentivo fornecido pela trabalhador de bebidas.

O diretor aponta que a escolha dos públicos se relaciona com a intencionalidade da atuação social da Ambev. “Desde a pandemia, as mulheres negras são as mais afetadas com desemprego. São quase 28% da população, mas não são 28% da força de trabalho. Por isso, 84% das pessoas atendidas pelo Bora são mulheres, e 69% delas são negras”, afirma.

Além de pensar nos entregadores e empreendedoras negras, o programa também quer aprofundar a atuação regional a partir da gastronomia sítio. “Falamos desse tema para estar em áreas onde atuamos e podemos aprender muito. Por isso iniciar onde já temos expertise, nos restaurantes, ambulantes, entregadores, com quem já está com a gente. Assim levamos escalas e chamamos mais parceiros para aligeirar seus processos”, aponta.

Divulgação do Bora, da Ambev

Iniciativas de inclusão produtiva

Entre as iniciativas do Bora, Pignatari destaca duas de suas favoritas. A primeira é o Bora Empreender com Comida, que é realizado em Pernambuco e Maranhão, dois dos Estados com maiores taxas de desigualdade socioeconômica. A ação, feita em parceria com a Rede Mulher Empreendedora, envolve o incentivo de empreendimentos de gastronomia tradicional do Nordeste liderados por mulheres negras de periferia. Um curso, que mistura capacidades técnicas e habilidades socioemocionais, é aplicado entre as participantes, fundamentado em três pilares: conhecimento, numerário e conexão.

“Em conhecimento, aplicamos aulas de uma vez que vender, uma vez que gerenciar o estresse, uma vez que dirigir a renda. Já ouvi de empreendedoras que, apesar de trabalharem há 20 anos no mesmo ramo, o primeiro diploma delas veio da Ambev.”Carlos Pignatari, diretor de Impacto Social da Ambev

A capacitação também aplica conhecimentos técnicos, para ajudar com a produção em graduação e gerar lucro para o negócio. Quanto à remuneração, cada iniciativa do Bora conta com um retorno financeiro dissemelhante, disponibilizado para equipamentos que revertam no seu trabalho, uma vez que micro-ondas e fogão.

Já na conexão, Pignatari explica que as turmas possibilitam o networking entre as integrantes. “São mulheres com atuação no mesmo ramo e com um objetivo em generalidade, logo elas conseguem complementar uma a outra. Se tem uma sarau e precisam de salgados e doces, dá para unir dois ou três negócios dessas mulheres. Elas colaboram em eventos, entregas, parcerias para festas e se indicam, o que abre mais portas”, conta.

O Bora Zé é um programa voltado para os entregadores do serviço de delivery de bebidas da Ambev, o Zé Delivery. A teoria é fornecer capacitações rápidas, que geram retorno financeiro a partir do tempo de estudo. “Mesmo quem está em cima da moto não está dirigindo o tempo todo. Tem muito tempo do dia parado esperando um pedido permanecer pronto nas dark kitchens. Nessa margem de tempo, dá para eles fazem cursos de profissionalização que nós fornecemos”, explica Pignarati.

Entre as carreiras incentivadas está a dimensão de desenvolvimento de programas e tecnologia, mercê que já proporcionou vagas dentro da própria Ambev. “Nós formamos esse profissional uma vez que um desenvolvedor, que entende de tecnologia, e conectamos com as nossas vagas e os nossos fornecedores que precisam de profissionais”, explica.

A ação conta com empresas parceiras para utilizar os cursos e promover o desenvolvimento de curso desses profissionais em seguida a formação. Uma delas é a Stone, de serviços bancários. “Fizemos recentemente uma sessão de apresentação dos projetos finais do curso com os entregadores, que agora se tornam profissionais de tecnologia”, aponta.

Mais renda para mais pessoas

Entre as metas elaboradas pelo projeto, que impacta diretamente nos empreendedores e negócios em maior vulnerabilidade econômica, estão a geração de renda e refrigério da pobreza, quando se recebe menos de R$ 667 ao mês, e da extrema pobreza, com renda aquém de R$ 209 mensais. “No final do dia, inclusão produtiva é a inclusão socioeconômica. Incluir mais gente na roda é agir para melhorar a economia do país, que só cresce se todo mundo crescer”, conta Carlos.

Nos próximos passos da Ambev, o Bora deve atingir ainda mais públicos e narrar com novos parceiros para as capacitações e contratações. “O ativista Paul Polman fala que o impacto das empresas só é positivo quando se conecta com a estratégia de negócio. Cá, queremos fazer essa conexão entre os dois, colaborar mais e trazer ainda mais gente com qualidade para dentro do Bora”, explica.

As inscrições estão abertas para o Bora Zé, Bora Empreender com Comida e Juntas na Mesa e na Liderança, projeto de incentivo às mulheres chefs de cozinha. Para se inscrever, acesse os links.

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