Chuvas no RS revelam sítio arqueológico ocupado há cerca de dez mil anos; veja fotos
As fortes chuvas que inundaram o Rio Grande do Sul em maio revelaram um sítio arqueológico no município Dona Francisca, habitado por indígenas guaranis e grupos caçadores, coletores e pescadores até dez milénio anos detrás, segundo historiadores da Universidade Federalista de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Pedaços de cerâmicas e pedras lascadas encontrados no sítio chamaram a atenção de agricultores, que avisaram autoridades. O espaço pode configurar um dos maiores sítios já encontrados no estado.
Os estudiosos estimam que o sítio abrigou uma comunidade composta por 300 guaranis, que ocupou a região há cinco milénio anos, em seguida transmigrar da Amazônia em procura de uma floresta úmida e quente encontrada nas margens dos grandes rios do Sul. A localidade era caracterizada pela horticultura e pelo manejo dos bens naturais, além de sua maneira pessoal de produção de cerâmica.
“Os guaranis eram a maior população que existia no Rio Grande do Sul quando os europeus chegaram ao Brasil”, aponta o pesquisador da UFMS João Heitor Macedo.
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Sítio arqueológico encontrado em seguida chuvas de maio pode ser um dos maiores do estado
(Sitio arqueologico RS)![Peça encontrada pelos pesquisadores na cidade de Dona Francisca]( "Peça encontrada pelos pesquisadores na cidade de Dona Francisca")
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Peça encontrada pelos pesquisadores na cidade de Dona Francisca
(Sitio arqueologico RS 2)
Já as pedras lascadas encontradas pelos moradores indicam que grupos de caçadores-coletores viveram na região há até dez milénio anos. O material era utilizado por eles para aguçar lanças ou gerar objetos cortantes.
O emergência das peças ocorreu em seguida as enchentes deste ano inundarem uma plantação de arroz. Ocorreu um processo no qual a chuva lava o solo, que se dilui e vai revelando materiais mais sólidos enterrados com o tempo.
Os achados foram compartilhados pelos moradores, que decidiram procurar a Secretaria de Cultura do município. Logo, a pasta entrou em contato com a universidade para a realização da pesquisa. A primeira visitante a campo ocorreu no dia 14 de junho e foi liderada por Macedo e pela professora Maria Medianeira Padoin.
“Estamos em uma temporada de identificação desta vasta dimensão com ror na superfície. Ainda não conseguimos coletar tudo. A variedade de materiais indica uma ocupação de longa duração e, com estudos, conseguiremos delimitar melhor a dimensão do sítio”, explica Macedo.
