Fed provoca alegria em Wall Street

Saul Loeb

O presidente do Fed, Jerome Powell, em coletiva de prensa em 1º de maio de 2024 em Washington

SAUL LOEB

O Federalista Reserve (Fed, banco meão) americano manteve, nesta quarta-feira (1º), os juros de referência na fita entre 5,25% e 5,50%, o nível mais cimo em mais de duas décadas, mas seu presidente, Jerome Powell, descartou a possibilidade de um próximo aumento, provocando alegria em Wall Street.

Depois de dois dias de reunião de seu Comitê de Política Monetária (FOMC), o Fed destacou a “carência de novos avanços” para sua meta de inflação de 2% anual, em um contexto de recuperação dos preços ao consumidor.

E embora Powell tenha afirmado que será preciso “mais tempo do que o esperado” para crer em uma queda da inflação nos Estados Unidos, garantiu ainda que é “improvável” que haja um novo aumento dos juros.

Na coletiva de prensa ao término da reunião, o presidente do Fed considerou “pouco provável que o próximo movimento das taxas seja de subida”, já que a política monetária é “suficientemente restritiva” no longo prazo.

E Wall Street, que se manteve trémulo durante todo o dia, disparou na última hora do pregão com o Dow Jones subindo 1,38% e o tecnológico Nasdaq, 1,65%, às 16h03 em Brasília.

Aliás, o FOMC assinalou que, a partir de junho, começará a reduzir mais lentamente seu volume de ativos em carteira, um movimento que anuncia um primícias de flexibilização da política monetária.

A Fed havia aumentado sua participação durante a pandemia para inundar o mercado de liquidez e sustentar a economia. Depois, na medida em que elevava suas taxas de juros, começou a se desfazer de títulos do Tesouro, retirando, assim, verba do mercado.

Manter os juros altos supõe desincentivar o crédito que alimenta o consumo e os investimentos, e com isso reduzir as pressões sobre os preços para moderar a inflação. Em universal, qualquer movimento que reduza a liquidez na economia tende a frear o aumento dos preços.

– Expectativa e veras –

Até há pouco tempo, os mercados tinham a expectativa de ver uma redução das taxas de juros a partir de junho. Agora, a expectativa é para setembro, ou até mesmo novembro, segundo a informação compilada pelo CME Group.

“O Fed vai precisar de vários meses de boas notícias em material de desenvolvimento de salários e inflação” para fazer um namoro, opinou Nancy Vanden Houten, economista da Oxford Economics, antes do final da reunião do Fed.

O primeiro trimestre de 2024 mostrou o que o Fed esperava desde o momento em que começou a levantar os juros há dois anos: uma moderação do desenvolvimento do PIB americano, depois de um 2023 com expansão superior à prevista.

O desenvolvimento da economia americana foi mais fraco que o previsto no primeiro trimestre, de 1,6% contra 3,4% do quarto trimestre de 2023, segundo a primeira estimativa do Departamento de Transacção difundida na quinta-feira passada.

Os analistas esperavam um desenvolvimento do Resultado Interno Bruto (PIB) de 2,2% entre janeiro e março, segundo o consenso do Market Watch. Os Estados Unidos publicam seu desenvolvimento com uma taxa anualizada, que compara o PIB com o do trimestre anterior e, em seguida, projeta a variação para todo o ano ao ritmo desses três meses.

Na conferência com o último trimestre de 2023, a economia cresceu exclusivamente 0,4% no primeiro trimestre do ano.

Mas a inflação se recuperou nos últimos meses. Retomou sua tendência de subida em março e chegou a 2,7% em estimativa anual contra 2,5% em fevereiro, segundo o índice PCE, o preposto do Fed.

Os analistas esperavam em aumento dos preços a 12 meses de 2,6%, segundo o consenso retraído pela firma MarketWatch.

Na mensuração mês a mês, em troca, a inflação se manteve com uma variação de 0,3%, em traço com o esperado pelos analistas, o que tranquilizou o mercado.

A inflação subjacente, que exclui os preços mais voláteis de sustento e vontade, também se manteve em 0,3% na conferência mês a mês e em 2,8% nos 12 meses, um oferecido que também é positivo para os mercados.

Outro índice de inflação, o CPI, de preços ao consumidor, também se recuperou no mês pretérito, para 3,5% em 12 meses.

O mercado de trabalho segue poderoso. Os dados oficiais de abril serão divulgados na sexta-feira, mas, de antemão, noticiou-se hoje que o setor privado gerou menos vagas em abril do que em março, embora mais do que o previsto: 192.000.

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