
Capitalizada, Opy Health entra em nova fase e mira hospitais privados
Fundada há quatro anos, a Opy Health nasceu com uma proposta inovadora para o mercado brasílico: atuar com gestora de infraestrutura dos hospitais deixando para os operadores unicamente a segmento clínica, porquê gestão dos médicos, enfermeiros e compra de medicamentos.
Alavancando a expertise da gestora IG4 em special situations e em infra, o embrião da operação veio do setor público, com a compra de duas concessões de hospitais que pertenciam às estressadas Andrade Gutierrez e Abengoa, em Belo Horizonte e Manaus, respectivamente.
O atendimento médico é de responsabilidade do SUS, enquanto serviços porquê manutenção predial e de equipamentos, hotelaria, lanchonetes e sistemas de atendimento ficam por conta da Opy, que tem contratos de parceria público-privada (PPP) válidos por 20 anos.
“Eram operações vistas porquê de altíssimo risco, porque estava nas mãos de operadoras em dificuldades, mas conseguimos fazer uma redução de risco importante, trazendo mais rentabilidade e aumentando muito a qualidade do serviço, com hospitais que se tornaram benchmarks em atendimento”, aponta Rogério Caldas.
O executivo acaba de assumir porquê CEO da Opy, em seguida ajudar a colocá-la de pé desde o início no incumbência de diretor financeiro.
Agora numa novidade tempo, “super capitalizada”, nas palavras do CEO, a Opy segue interessada nas PPPs – um mercado que ainda engatinha no Brasil –, mas está mais preparada para proceder também sobre hospitais privados.
A companhia acaba de fechar um novo contrato com o Einstein para operar a infraestrutura do Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), em Goiânia, adicionando 388 leitos a sua operação.
É o segundo contrato com uma das redes que é referência em hospitais no Brasil. Desde 2022, a Opy já operava o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP), com 236 leitos. O contrato acaba de ser renovado.
Em ambos os casos, trata-se da vertical de gestão pública do Einstein, em que a rede de hospitais fica responsável pela operação, em contratos com o governo. A Opy, nesse caso, atua porquê prestadora de serviços para o Einstein, recebendo um fee pela gestão do que se labareda de “roupão cinza” – todos os serviços que excluem a segmento clínica e são cruciais para manter um hospital rodando com qualidade.
Somando todas as linhas de negócio, hoje a Opy administra 1456 leitos – 70% a mais do que há dois anos, já considerando as parcerias com o Einstein e as expansões nas duas PPPs.
Novas linhas de negócio
As ambições no setor privado, mas, vão muito além – em modelos em que a oferta de capital na frente é um diferencial importante da Opy.
Um dos modelos é o sale and leaseback, em que a empresa compra imóveis e infraestrutura dos hospitais e libera capital para os operadores.
A diferença em relação aos players imobiliários tradicionais que atuam nesse segmento é a prestação de serviços associada.
“Garantimos a manutenção e qualidade do serviço do hospital. Isso libera foco dos prestadores para a segmento clínica e garante interesses muito mais alinhados”, diz Caldas.
Ele ilustra com um exemplo simples: em vez de fazer a manutenção num ar condicionado ou num equipamento com problemas, a Opy pode optar por trocá-lo, já que os contratos são de longo prazo, em universal válidos por 20 anos, e há tempo para amortizar o investimento.
Outra opção na mesa para o setor privado é atuar porquê a empresa construtora dos hospitais que buscam se expandir para outras praças.
“Temos algumas conversas com players avaliando investimentos greenfield e que buscam um parceiro para fazer a segmento de infraestrutura”, diz.
A Opy também está se colocando na ponta compradora em M&As. Num momento em que diversos hospitais estão à venda, a companhia pode comprar toda a operação e encontrar um operador para a segmento clínica, ficando unicamente com a infraestrutura.
“É uma escolha muito interessante principalmente para hospitais de controle familiar, em que a segunda ou terceira geração está buscando uma porta de saída para o negócio”, aponta.
No pipeline, considerando todas as alternativas, estão murado de 20 conversas, das quais cinco em estado mais avançado – uma delas, em estágio final de assinatura, afirma Caldas.
Estrutura de capital
Financiada numa primeira lanço com recursos do fundo de private equity da IG4, a Opy está num novo momento em termos de estrutura de capital desde meados do ano pretérito, quando a operação foi vendida para um continuation fund estruturado pelo BTG (do mesmo grupo de controle da Vistoria).
Na estrutura, ainda pouco usual no mercado brasílico, o fundo compra a participação de outro para dar perpetuidade à operação. No caso da Opy, o BTG deu saída aos cotistas do IG4, mas a vivenda de Paulo Mattos segue porquê a gestora da operação.
Por razões contratuais, a Opy não informa quanto de capital tem disponível sob a novidade estrutura – mas Caldas garante que a empresa está agora “muito muito capitalizada” para perseguir voos mais altos.
“A estrutura de capital hoje é muito mais patível com a tese”, diz. “Porquê as primeiras operações vinham de players estressados, com contratos com o poder público, havia um perceptível ceticismo do mercado sobre os riscos e o retorno dos projetos, mas conseguimos mostrar que a estratégia é vencedora.”
Além do equity do fundo, a Opy levanta capital para os projetos em específico e os financia também com dívida – e a compreensão do protótipo ajudou a reduzir as taxas de captação.
O sigilo está nas garantias. Nos contratos públicos, os pagamentos nas PPPs são firmados com prefeituras ou com o Estado, mas os recursos vem carimbados pelo governo federalista, num protótipo de repasse de verbas do SUS, o que diminui o risco de inadimplência.
Há um fundo garantidor nos contratos que dá entrada aos pagamentos em caso de qualquer problema com os poderes concedentes.
A mesma estrutura de garantias robustas funciona no protótipo privado. “Conseguimos montar uma estrutura colateralizada, com uma estrutura muito parecida com as PPPs”, diz.
Caldas cita o exemplo dos sistemas Unimed, que atuam de forma quase verticalizada, com boa segmento dos atendimentos feitos em seus próprios hospitais. “Em casos porquê esse, podemos tomar porquê garantia segmento da carteira de vidas, que dá recta de recebimento primeiro para a Opy”, aponta.
“Hoje, o nosso dispêndio de capital é muito mais patível com o risco efetivo dos projetos”, garante.
Desbravando o mercado
Boa segmento do trabalho da Opy nos últimos quatro anos foi convencer o mercado tanto do lado do financiamento, quanto do lado dos operadores de hospitais – que veem a atividade de roupão cinza porquê core no negócio e ainda tem alguma resistência em repassá-la.
“A vantagem é que temos um ‘showroom’ que são as operações de Manaus e de Belo Horizonte, onde o nível de atendimento é similar a dos melhores players privados”, diz.
Lançada pouco antes do estouro da pandemia, a Opy conseguiu fazer das suas PPPs referência num momento difícil para o setor de saúde porquê um todo.
O NPS, que mede a satisfação do cliente no hospital de Manaus, por exemplo, é de 93, numa graduação que vai de 0 a 100. A empresa é uma B Corp, certificação que garante que o atingimento de objetivos sociais e ambientais é prioridade na gestão, ao lado da procura pelo lucro.
Ao mesmo tempo, a reviravolta nas taxas de juros e o estresse do setor de saúde – com as operadoras de planos sofrendo com a disparada da sinistralidade – mudaram o planta do setor. O cenário passou de expansão e de um mercado favorável aos vendedores de hospitais para uma ótica muito mais favorável pelo lado dos compradores, já que boa segmento dos prestadores de serviço está com o fluxo de pagamentos prejudicado.
“É em momentos de estresse que estratégias porquê a da Opy se tornam ainda mais relevantes”, aponta Caldas, mostrando a urgência dos players privados em buscar alternativas de capital.
A expectativa da companhia é faturar R$ 460 milhões neste ano, com R$ 185 milhões em EBITDA.
Apesar do protótipo ser inédito no Brasil, a Opy não inventou a roda. A empresa se baseia em modelos adotados no Canadá e no Reino Uno, que contam com sistemas de saúde que guardam similaridade com o SUS, com financiamento público da saúde.
Nesses países, mas, o protótipo de parcerias público-privados já é muito mais consolidado – e há companhias listadas em bolsa que seguem o protótipo de propriedade dos hospitais e prestação de serviços de roupão cinza porquê a PHP, que vale £ 1,3 bilhão na Bolsa de Londres e a Northwestern, avaliada em US$ 1,5 bilhão na Bolsa de Toronto.
“Cá, já estamos presentes no SUS, que responde por 70% do mercado de saúde e seguimos atuantes em incentivar e proceder no mercado de PPPs”, diz. “Agora, estamos pronto para um novo ciclo de incremento também em direção aos 30% do mercado que é privado. Temos um oceano azul para desbravar.”