
Biden sai e Kamala entra? Como o turbilhão nos EUA impacta as ações americanas, segundo o BTG
Os últimos 10 dias foram bastante agitados no cenário político dos Estados Unidos. Depois de o ex-presidente Donald Trump suportar um atentado no último dia 13 de julho, o atual presidente Joe Biden – e inimigo de Trump nas eleições presidenciais deste ano – decidiu desistir da disputa.
A decisão tomada no último domingo, 21, vem posteriormente semanas de questionamentos dentro e fora do Partido Democrata desde a participação desastrosa de Biden no debate contra Trump. O evento deu início a uma série de questionamentos sobre a capacidade cognitiva do presidente, atualmente com 81 anos.
Com Biden fora da disputa, os holofotes se voltam para a vice Kamala Harris, indicada pelo presidente para assumir o posto. Os democratas devem espancar o martelo até a Convenção Pátrio Democrata, marcada para os dias 19 a 22 de agosto, em Chicago. Enquanto isso, os mercados digerem a montanha-russa que tem sido a política americana.
Qual o impacto do turbilhão político nos mercados dos EUA?
A tentativa de assassínio de Trump aumentou a expectativa do mercado de que o republicano sairá vitorioso da eleição presidencial deste ano segundo relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME).
“Isso levou ao progressão de setores relacionados às principais agendas defendidas por Trump, uma vez que a mentalidade “America First”, escora às empresas americanas (setores industriais e small caps), menos regulação que poderia impactar setores altamente regulados (setor financeiro) e menor ênfase na agenda ESG (setor de força)”, escreveram os analistas em relatório.
A desistência de Biden, por outro lado, deve fortalecer a volatilidade nos mercados. O segundo efeito provável é a perda de impulso para as operações de olho na vitória de Trump. Isso porque as probabilidades de os democratas vencerem a eleição voltaram a subir desde que os rumores da saída de Biden se aceleraram no final da semana passada – anteriormente, a vitória de Trump era dada uma vez que certa.
“Temos monitorado de perto o mercado e não fizemos mudanças estruturais em nossas opiniões devido aos eventos recentes, principalmente porque não observamos mudanças nos fundamentos.”
O S&P teve um desempenho poderoso no início de 2024, subindo 15,4% no ano. Para o BTG, um fator que pode mudar as perspectivas para o índice é a temporada de balanços, que já começou nos EUA. “Um dos fatores que poderia nos levar a sublevar o preço-alvo é uma temporada de lucros mais poderoso do que o esperado, com aumento nas orientações das empresas de tecnologia.”