
BCB prevê novo corte de juros de menor magnitude, segundo mercado
(Registo) Sede do Banco Médio do Brasil (BCB) em Brasília, em 29 de maio de 2012
PEDRO LADEIRA
O Banco Médio do Brasil (BCB) prepara para esta quarta-feira (8) um namoro na Selic, que o mercado antecipa em 0,25 ponto percentual, para 10,50%, um ajuste menor que os anteriores implementados no atual ciclo de baixa.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BCB mantém desde terça-feira uma reunião de dois dias, depois a qual divulgará sua decisão.
Caso ocorra uma redução, prevista tanto pela própria entidade quanto pelo mercado, será a sétima queda consecutiva da Selic.
A taxa de juros está em 10,75% desde março, quando o comitê ordenou um namoro de 0,5 ponto percentual, levando em consideração a perpetuidade de um processo de “desinflação” no país.
Naquela reunião, o Copom antecipou um movimento “de mesma magnitude” para maio, destacando um cenário global “reptador”.
O ritmo de reduções foi uniforme e inalterado desde o início da queda em agosto de 2023 depois um poderoso ajuste, que levou a Selic a 13,75%.
Mas o mercado espera uma moderação.
Entre 118 instituições financeiras e consultorias entrevistadas pelo jornal Valor, 78 previam reajuste de 0,25 ponto percentual na taxa, para 10,50%.
Por outro lado, outras 40 antecipavam uma redução de 0,5 p.p., segundo o jornal.
A verosímil subtracção do ciclo seria uma má notícia para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desde que chegou ao poder tem pressionado por uma redução acelerada para alavancar o prolongamento econômico.
Isso porque as taxas elevadas encarecem o crédito e desencorajam o consumo e o investimento, reduzindo assim a pressão sobre os preços.
No nível atual de 10,75%, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking global das maiores taxas de juros reais (que descontam a inflação projetada para 12 meses), detrás exclusivamente do México, segundo o site MoneYou.
De congraçamento com o presidente, a inflação com a qual o BCB sustenta sua política monetária está controlada, em 3,93 nos 12 meses encerrados em março. Portanto, não justifica o nível tá da Selic.
Segundo a pesquisa Focus do BCB, o aumento dos preços varejistas será de 3,72% ao final deste ano.
O mercado aumentou sua estimativa para a Selic, colocando-a em 9,63% ao final de 2024, perante 9% há um mês, segundo o boletim Focus.
“A resiliência dos preços de serviços e os dados fortes de atividade econômica são um travanca para a desaceleração da inflação”, analisou em relatório o economista-chefe do banco do dedo C6 Bank, Felipe Salles.
Na frente externa, o Federalista Reserve (banco medial dos Estados Unidos) condicionou o cenário, ao deixar há poucos dias a sua taxa de referência no pausa de 5,25% a 5,50%.