
Casa Branca afirma que repressão a protestos na Venezuela é 'inaceitável'
A porta-voz da Lar Branca, Karine Jean-Pierre, classificou nesta terça-feira porquê “intolerável” a repressão do governo venezuelano à oposição e aos manifestantes que contestam a reeleição do presidente Nicolás Maduro. Desde segunda-feira, uma vaga de protestos maciços tomaram as ruas de 17 dos 24 estados do país, incluindo a capital Caracas. Ao todo, quatro pessoas morreram, dezenas ficaram feridas e mais de 700 foram detidos, incluindo menores, segundo o Cumeeira Comissário da ONU para Direitos Humanos.
“Qualquer repressão política ou violência contra os manifestantes ou opositores é obviamente intolerável”, disse Jean-Pierre a repórteres durante uma coletiva de prensa em Washington.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou que secção dos detidos que foram flagrados destruindo o patrimônio público será processada por “atos de terrorismo”, delação que pode ser estendida a líderes opositores que “instigaram” a população transpor às ruas — em referência a María Corina Machado, principal nome da oposição do país.
Saab culpou a oposição por “incitação ao ódio” e disse que o grupo fez um “chamado para exterminar e matar venezuelanos” ao convocar as pessoas a protestarem.
“Os apelos para irmos com nossas famílias a tal ou tal lugar, vocês acreditam na verdade virtual de que estão falando sobre ir com as famílias para caminhar? Vocês estão colocando suas famílias na frente para incendiar sedes públicas e matar venezuelanos”, disse o procurador-geral.
Na segunda-feira, em seguida um dia de protestos ao volta do país contestando o resultado anunciado pelo CNE, María Corina convocou as famílias venezuelanas a voltarem às ruas nesta terça-feira e se manifestarem em frente às seções eleitorais.
“Hoje estamos vendo expressões de cidadãos que resistem que roubem o seu horizonte, que se desconheça a verdade. São expressões espontâneas nas zonas populares, legítimas frente a um regime ilegítimo”, afirmou a ex-deputada em coletiva de prensa na segunda. “Por isso, hoje queremos convocar a todos os venezuelanos que ontem foram votar pela mudança que queremos. Amanhã vamos nos encontrar em família.”
Entre os detidos pelas forças de segurança do regime está o líder opositor Freddy Superlano, do Vontade Popular (VP), que alertou nesta terça-feira para uma “escalada da repressão” em meio aos protestos contra a reeleição de Maduro. Em um vídeo divulgado nas redes sociais é provável ver o político sendo levado por agentes da Perceptibilidade Bolivariana e se desfazendo de seu celular.
“Devemos denunciar responsavelmente ao país que há poucos minutos nosso coordenador político vernáculo Freddy Superlano foi sequestrado”, disse o partido VP no X.
Ao menos cinco estátuas em homenagens ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez foram derrubadas em meio aos protestos. Além da peça localizada no estado de Falcón, a primeira a ser derrubada, também foram registradas quedas de estátuas no estado de Guárico, em Carabobo, no estado de Aragua e na cidade de Los Teques, no estado de Miranda, de negócio com o jornal venezuelano La Patilla. Segundo o jornal lugar, desde a morte de Chávez em março de 2013, mais de dez estátuas foram erguidas em homenagem ao líder chavista em todo o país.
O procurador-geral mencionou durante seu pronunciamento nesta terça a devastação dos monumentos, além do outros casos, porquê os incêndios à sede do Recomendação Pátrio Eleitoral (CNE) no estado de Falcón e ao gabinete do prefeito em Puerto La Cruz, no estado de Anzoátegui. Mostrando vídeos dos ataques, Saab classificou os atos de criminosos e rejeitou os protestos seriam espontâneos, porquê María Corina havia afirmado na segunda-feira.
“[São] grupos criminosos armados, que agem encapuzados para guerrear, produzir o caos e fazer com que isso se amplie em nível vernáculo e se transforme em eventos de tamanho, porque a mensagem deles é buscar mediação estrangeira”, afirmou o procurador-geral.
Resultado impugnado
Com 80% das urnas apuradas, o CNE anunciou na madrugada de segunda-feira a reeleição do chavista para um terceiro procuração de seis anos com mais de 5,1 milhões de votos (muro de 51,2%) na presença de 4,4 milhões (44,2%) obtidos pelo candidato opositor, o diplomata Edmundo González Urrutia — escolhido em seguida María Corina ser inabilitada de concorrer pela Justiça e sua substituta, a professora Corina Yoris, ser impedida de registrar sua candidatura.
Segundo a oposição, no entanto, González recebeu 73% dos votos, o equivalente a 6 milhões, na presença de somente 2,7 milhões de votos de Maduro, menos de 30%. O grupo político acusa o CNE de esconder secção do boletins das urnas, e justificou a sua contabilização a partir das atas das seções eleitorais obtidas até o momento e pesquisas de boca de urna de quatro institutos de pesquisa independentes.
Diversas organizações internacionais e representações diplomáticas cobraram uma auditoria do resultado e a divulgação dos dados totais das urnas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, instou o governo de Maduro a relatar os votos “com totalidade transparência” e a liderança política a agir “com moderação”.
O Cumeeira Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse nesta terça-feira que está “extremamente preocupado” com as tensões pós-eleitorais na Venezuela e pediu às autoridades que respeitem o recta de “reivindicar pacificamente”.
“A Venezuela está enfrentando um momento crítico. Insto as autoridades a respeitarem os direitos de todos os venezuelanos de se reunirem e protestarem pacificamente, e de expressarem suas opiniões livremente e sem terror”, disse em enviado.
O Brasil solicitou, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, a publicação das apurações das atas para dar “transparência e legitimidade” à escrutinação dos votos. Em Caracas, o assessor peculiar para assuntos internacionais do Planalto, Celso Amorim, se encontrou com Maduro e com González na segunda-feira para discutir a votação. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, os encontros tiveram um “clima cordial” e o chavista prometeu ao ex-chanceler brasílico que seu governo apresentaria as atas eleitorais “nos próximos dias”.
O Meio Carter, que atuou porquê um dos poucos observadores internacionais no país, pediu ao CNE na segunda-feira que publicasse “imediatamente” os registros eleitorais. Uma das fontes consideradas mais confiáveis pela missão chefiada por Amorim é o instituto.
Suposto ataque hacker
Na segunda-feira, Saab já havia dito à prensa venezuelana que María Corina estaria vinculada a um suposto ataque hacker contra o sistema eleitoral para modificar os resultados das eleições. Ele afirmou, sem provas, que o “principal envolvido” no ataque era Lester Toledo, dirigente do partido Vontade Popular que está exilado nos Estados Unidos.
— Junto a ele aparecem porquê envolvidos o fugitivo da Justiça venezuelana Leopoldo López e María Corina Machado — disse Saab. — Conseguiram pausar e desacelerar a leitura do boletim final dos resultados — continuou ele, afirmando que até a noite de domingo 17 pessoas foram detidas por descumprimento das normas durante as eleições, a maioria por “devastação de material eleitoral”.
O presidente do CNE, Elvis Amoroso, referiu-se a uma suposta tentativa de interferência no sistema de transmissão de votos ao anunciar o resultado da escrutinação, que deu vitória a Maduro. O próprio Amoroso, um ex-controlador-geral da República e chavista veterano, afirmou que os ataques não tiveram sucesso em interferir nas informações.