
Lula, 'BolsoNunes' e 'paz e amor': convenção dá tom de como será a campanha de Boulos em SP
No sábado, 13, milhares de militantes da esquerda paulistana se reuniram na Expo Center Setentrião, na zona setentrião da capital, para a convenção que confirmou a placa do deputado federalista Guilherme Boulos (PSOL) e da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) na corrida pela prefeitura de São Paulo. Entre bandeiras, adesivos e até baterias de escola de samba, o clima festivo da convenção entregou um pouco da estratégia que a campanha deve adotar até outubro.
A aposta será naturalizar a disputa e usar a máquina federalista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do governo. Outrossim, tentará grudar a imagem do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) à do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mostrar os feitos de gestões progressistas anteriores e substanciar a teoria de que a cidade de São Paulo precisa de mudança.
Um dos sinais vistos no evento, perceptível durante os discursos dos representantes de todos os partidos que fazem segmento da coligação em torno do deputado federalista, foi a tentativa de naturalizar a disputa. De diferentes formas, todos afirmaram que a eleição de São Paulo serve porquê mensagem sobre o que acontecerá no restante do Brasil e que é preciso “vencer a extrema-direita”.
“Cidade abandonada” e legado petista
As críticas a Nunes foram na risca de que a cidade está abandonada e que, em caso de vitória do emedebista, Bolsonaro terá ingerência na governo municipal. Placas com as frases “BolsoNunes Não” foram vistas nas mãos de diversos militantes.
Lula, inclusive, deixou simples em sua fala que a eleição em São Paulo é extremamente importante, em uma espécie de tira-teima de 2022, quando o petista venceu Bolsonaro na cidade. O presidente disse que sente porquê se “ele fosse o candidato” e que quer “ser o responsável pela vitória de Boulos”.
Apesar do engajamento de Lula, o seu suporte não necessariamente será garantia de mais votos para o deputado na cidade. Segundo o último Datafolha, publicado no início de julho, 23% afirmaram que votariam em um candidato bem pelo presidente, enquanto 45% dizem que não votariam de jeito nenhum em um nome indicado por Lula.
Outro momento do evento mostrou que a campanha deve apostar na imagem dos ex-prefeitos de esquerda que administraram a cidade para proferir que Boulos pode fazer tanto ou até melhor que eles. Marta Suplicy, a vice da placa, é uma das ex-gestoras da cidade mais muito avaliadas pela população, segundo pesquisas eleitorais. Ela tem medidas conhecidas — e muito avaliadas –, porquê o Bilhete Único e os CEUs. Na era, não conseguiu se reeleger, assim porquê o atual ministro da Rancho, Fernando Haddad.
O repto, porém, será explorar somente as marcas positivas das gestões petistas anteriores, enquanto os adversários vão relembrar dos problemas de seus aliados. Marta foi criticada por segmento do eleitorado por ter aumentado os impostos na cidade com a geração da TRSD (Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares), conhecida porquê a ‘taxa do lixo’, e a Cosip (Tributo Para Custeio da Iluminação Pública). Haddad, por sua vez, enfrentou uma enxurrada de críticas por ter reduzido a velocidade nas marginais, medida que foi revertida por João Doria, candidato que o derrotou em sua tentativa de reeleição em 2016.
Boulos tranquilidade e paixão
Com imagem de radical de esquerda para segmento do eleitorado por fazer segmento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terreno (MTST), Boulos deve apostar na imagem de tranquilidade e paixão para tentar diminuir a repudiação, na morada de 30%, e vencer em São Paulo. A escolha do nome da coligação, “Paixão por São Paulo”, não foi por casualidade. Entre os jingles que tocaram durante o evento, o mais repetido foi “Faz faz o coração. Quem governanta SP faz o coração”. Outra música da campanha trata da esperança e da urgência de mudança na cidade.
Boulos valorizou ainda, em seu oração, que formou uma frente ampla. Vale sobresair, porém, que o deputado não conseguiu furar a bolha e tem exclusivamente partidos de esquerda ao seu lado. São oito siglas: PSOL, PT, PDT, Rede, PCdoB, PCB, PV e PMB, na maior associação progressista da história da eleição na capital paulista. Outro feito de Boulos foi ter conseguido que o PT, pela primeira vez desde a redemocratização, não lançasse candidato e apoiasse seu nome.
A tentativa de se colocar porquê moderado e figura de uma frente ampla esbarra na falta de entregas concretas para a cidade. Boulos, com exclusivamente dois anos de procuração na Câmara dos Deputados, não tem resultados para mostrar para a população. Dissemelhante de Ricardo Nunes, que com os 12 partidos na associação terá um dos maiores tempo de TV da eleição para mostrar a mais de milénio obras que tem realizado nos últimos meses pela cidade.
Eleição para prefeito em São Paulo: o que dizem as pesquisas
Neste momento, Boulos aparece empatado tecnicamente com Nunes nas pesquisas eleitorais. Segundo o agregador EXAME/IDEIA, atualizado no último dia 5 de julho, com as 20 pesquisas de opinião de voto estimulada para as eleições para a prefeitura de São Paulo em 2024, o atual prefeito tem 26% e Boulos, 25%.
“Essa eleição, até o momento, é sobre o incumbente e o seu opositor. É uma eleição sobre dois mundos e visões diferentes. Com dois candidatos colocados com muita força, um bem pelo ex-presidente Bolsonaro e o outro, pelo presidente Lula”, disse Cila Schulman no podcast Eleições 2024 da EXAME.