Número de sindicalizados cai a 8,4%, menor patamar desde 2012
Em 2023, das 100,7 milhões de pessoas ocupadas, 8,4% eram associadas a qualquer sindicato, apontando para a redução de trabalhadores sindicalizados em relação a 2022 (9,2% dos ocupados). Essa é a menor taxa desde 2012.
Os dados constam na Pesquisa Pátrio por Exemplar de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) – Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2023, divulgada nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasílio de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano pretérito, a população brasileira ocupada alcançou 100,7 milhões de pessoas. Esse temporário representa acréscimo de 1,1% em relação a 2022 (99,6 milhões de pessoas) e de 12,3% frente à população de 2012 (89,7 milhões).
Em relação a 2022, o totalidade da população em idade de trabalhar expandiu 0,9%, e foi estimada em 174,8 milhões de pessoas em 2023, ano em que o nível da ocupação ficou estimado em 57,6%.
Sindicalizados
As regiões Nordeste (9,5%) e Sul (9,4%) permaneceram com os valores mais altos de sindicalização, enquanto Setentrião (6,9%) e Núcleo-Oeste (7,3%), tiveram os menores índices.
De 2012 a 2021 e, novamente, em 2023, o percentual de homens sindicalizados superou o de mulheres sindicalizadas; porém, essa diferença foi de somente 0,3 pontos percentuais em 2023, 8,2% entre as mulheres e 8,5% entre os homens.
Em 2023, o grupamento de atividade da Lavoura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve queda na taxa de sindicalização, passando para 15%. Essa atividade tem participação importante dos sindicatos de trabalhadores rurais, muitos deles de pequeno porte da lavra familiar, principalmente, nas regiões Nordeste e Sul.
Também com importante cobertura sindical, a Governo pública, resguardo e seguridade social, ensino, saúde humana e serviços sociais (14,4%) também apresentou queda em 2023.
O mesmo movimento foi observado em outros grupamentos que antes tinham taxas de sindicalização elevadas porquê Indústria universal; Transporte, armazenagem e correio; e Informação, notícia e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.
Em 2023, o empregado com carteira assinada no setor privado, o trabalhador familiar facilitar e o empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) tinham as taxas de sindicalização mais elevadas, respectivamente, 10,1%, 10,4% e 18,3%.
No caso do trabalhador familiar facilitar, esse percentual, comparativamente ressaltado, pode ser explicado pela concentração desses trabalhadores nas atividades agropecuárias de caráter familiar, que têm participação importante dos sindicatos de trabalhadores rurais. Por outro lado, o empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada (3,7%) e o trabalhador doméstico (2%) registraram as menores coberturas.
De 2022 para 2023, houve queda da taxa de sindicalização entre os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, de 11% para 10,1% e dos empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar), de 19,9% para 18,3%. Esses dois primeiros grupos são aqueles que historicamente possuem os principais percentuais de filiação, mas também foram os que registraram as principais perdas nos últimos anos. Isso mostra que, independentemente do setor de atividade (público ou privado), a retração da sindicalização atinge todos os segmentos da ocupação.
“Percebe-se, logo, que a expansão da população ocupada nos últimos anos não se converteu em aumento da cobertura sindical no país. Esse resultado pode estar relacionado a diversos elementos, porquê a forma de inserção do trabalhador na ocupação, as modalidades contratuais mais flexíveis introduzidas pela Lei 13.467, de 13.07.2017, conhecida porquê reforma trabalhista, e o uso crescente de contratos temporários no setor público etc”, diz o IBGE.
Carteira assinada
O percentual de empregados com carteira assinada no setor privado teve expansão de 2012 (39,2%) a 2014 (40,2%); no entanto, a partir de 2015, essa categoria passou a registrar queda. Em 2023, voltou a crescer, alcançando 37,4% da população ocupada – diante de a 36,3%, em 2022. O número desses trabalhadores em 2023 (37,7 milhões) foi o maior da série.
Os empregados sem carteira assinada no setor privado atingiram o percentual de 13,3% em 2023, queda de 0,3 ponto percentual em um ano. Todavia, apesar da queda, a estimativa continua sendo uma das maiores da série histórica.
Sem grandes variações ao longo da série, os empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) mantiveram sua participação em torno de 12% em 2023, equivalente a 12,2 milhões de trabalhadores.
Os trabalhadores domésticos seguiram em firmeza, apresentando o mesmo percentual de 2022, isto é, 6% dos ocupados. Já entre os empregadores, houve a interrupção do movimento expansivo, observado até 2018 (4,8%), passando para 4,6% em 2019, 4,4% em 2022 e 4,3% em 2023.
CNPJ
Em seguida incremento significativo de 2019 para 2022 (6,3%), o temporário formado por empregadores e trabalhadores por conta própria ficou praticamente inabalável em 2023, sendo estimado em 29,9 milhões de pessoas.
Desses, 9,9 milhões (33%) estavam em empreendimentos registrados no Cadastro Pátrio da Pessoa Jurídica (CNPJ), apontando queda em relação a 2022.
A maioria dessas pessoas era formada por homens, 64,6%. Entretanto, embora houvesse soberania do temporário masculino entres empregadores e trabalhadores por conta própria, o percentual de pessoas com registro no CNPJ era um pouco maior entre as mulheres (34,5%) do que entre os homens (32,3%).
Observou-se, de 2022 para 2023, uma queda desse registro para ambos os sexos: 1,7 e 0,9 p.p., respectivamente para mulheres e homens.
Os empregadores e os trabalhadores por conta própria estavam principalmente concentrados nas atividades do transacção e serviços, com participações de 21,3% e 43,8%, respectivamente. Essas duas atividades também apresentavam as maiores taxas de coberturas no CNPJ, de 46,8% e 38,1%, respectivamente.