Universidade de Columbia suspende aulas presenciais após protestos contra guerra em Gaza

Leonardo Munoz

Os manifestantes exigem que a universidade boicote todas as atividades relacionadas com Israel

Leonardo Munoz

A reitora da Universidade de Columbia ordenou nesta segunda-feira (22) que todas as aulas sejam virtuais, depois o protesto contra o conflito em Gaza ocorrido no campus neste termo de semana, que se estendeu a outras universidades americanas.

Um grupo de manifestantes mantém há dias um “acampamento de solidariedade a Gaza” nas áreas verdes da instituição renomada de Novidade York, onde uma centena de estudantes pró-palestinos foram presos na última quinta-feira sob a denúncia de invasão.

“Para que diminua o rancor e para nos dar a oportunidade de examinar os próximos passos, anuncio que as aulas serão ministradas virtualmente nesta segunda-feira”, escreveu em missiva ocasião a reitora, Nemat Shafik. “Um novo primórdio é necessário.”

“Nos últimos dias, houve muitos casos de intimidação e assédio em nosso campus”, explicou Nemat, referindo-se a queixas de estudantes judeus sobre o que consideraram expressões ameaçadoras e antissemitas durante os protestos. “A linguagem antissemita, uma vez que qualquer outra que seja usada para melindrar ou assustar pessoas, é inadmissível, e medidas apropriadas serão tomadas.”

Os manifestantes exigem que a universidade, que mantém um programa de intercâmbio com Tel Aviv, boicote todas as atividades relacionadas com Israel.

A mediação policial e as prisões de quinta-feira aumentaram a tensão e levaram mais manifestantes a se somar aos protestos no termo de semana. Nemat Shafik havia comparecido ao Congresso americano na última quarta-feira para tutorar a universidade das acusações de antissemitismo.

Os protestos pró-palestinos se estenderam ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e à Universidade do Michigan, segundo o jornal The New York Times. Mais de 40 pessoas foram presas hoje em uma revelação na Universidade de Yale.

As universidades americanas são palco de debate desde o último dia 7 de outubro, quando um ataque do movimento islamista palestino Hamas em Israel detonou o conflito em Gaza.

Segundo a reitora de Columbia, “a tensão foi explorada e exacerbada por indivíduos não afiliados à universidade”, que chegaram ao campus para “satisfazer agendas próprias”.

O presidente americano, Joe Biden, condenou ontem o antissemitismo nos campi, e o prefeito de Novidade York, Eric Adams, criticou os relatos de antissemitismo na Universidade de Columbia.

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