
Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado
Chicago, Estados Unidos – “Quando entro na Câmara de Massachusetts, muitas vezes penso ‘poxa, de Ipatinga para o mundo’”, comenta Priscila Sousa, deputada estadual democrata. Nascida em Minas Gerais, ela faz segmento de um pequeno grupo de brasileiros que entraram para a política nos Estados Unidos nos últimos anos e venceram eleições pelo Partido Democrata. Eles querem ajudar Kamala Harris a vencer a disputa presidencial e buscam atrair mais cidadãos de origem brasileira para disputar eleições nos Estados Unidos.
Com 1,9 milhão de pessoas, segundo dados do Itamaraty, a comunidade brasileira nos Estados Unidos é uma das maiores entre os grupos de expatriados no país. Há grandes comunidades brasileiras em estados porquê Massachusetts e Connecticut, no noroeste do país, que foram crescendo nas últimas décadas — além, é simples, da Flórida, um orientação mais recente da êxodo pátrio.
Agora, pela primeira vez, brasileiros que chegaram porquê crianças ao país e obtiveram a cidadania americana estão sendo eleitos para cargos mais altos do governo do país.
Roberto Alves é um deles. Ele nasceu em Inhaúma, na zona setentrião do Rio de Janeiro, veio quando moço para os Estados Unidos com os pais e, em 2023, foi eleito prefeito de Danbury, cidade de 86 milénio habitantes no oeste de Connecticut, perto da fronteira com o estado de Novidade York. Foram seis anos na política até chegar ao posto atual.
“Em 2017, eu consegui virar cidadão americano e queria ajudar a cuidar dos imigrantes, dar voz para todo mundo que não tinha, ainda mais no clima político daquela idade nos Estados Unidos”, diz Alves, que conversou com a EXAME durante a Convenção Vernáculo Democrata, em Chicago, em agosto.
“A gente escutava aquela conversa, de ele [Donald Trump] falando de imigrante ser criminoso, fornecedor de drogas, estuprador. Isso não é verdade. Não é a história do imigrante. Eu fui criado em um bairro de imigrantes e todo mundo era trabalhador e queria o melhor para as famílias deles”, afirma Alves.
“Minha mãe trabalhava com contabilidade, mas a vida estava difícil lá no Brasil e vieram para cá. Limparam pavimento, banheiro, trabalharam em construção. A vida não foi fácil para eles, mas nunca desistiram de dar uma vida melhor para mim e para minha mana”, diz. Sua mana trabalha porquê empresária e Alves atuava porquê engenheiro técnico antes de entrar na política.
O brasílico concorreu para mentor (vereador) da cidade em 2017, mas perdeu. Ele tentou de novo em 2019, venceu e se tornou vereador de Danbury. No entanto, ficaria pouco tempo no função. Dois anos depois, tentou ser prefeito e não conseguiu. De novo, só venceu na segunda tentativa: em 2023, conquistou a prefeitura de Danbury, colocando término a 22 anos de domínio republicano na cidade.
Ao tomar posse, ele diz ter encontrado uma situação pior do que a esperava, com um orçamento pequeno, auditorias atrasadas e dívidas com juros altos. No função, Alves vem renegociando as coisas para colocar as finanças em ordem e poder voltar a investir em áreas porquê a ensino. “Quem estava no poder não tinha filhos em escolas públicas. Eu tenho dois filhos nelas”, diz.
Pedestal a Kamala Harris
Alves e outros dois deputados estaduais brasileiros, Farley Santos e Priscila Sousa, avaliam que a troca de Joe Biden por Kamala Harris na disputa presidencial animou o Partido Democrata, e que vêem a legenda com mais espaço para debates.
“O partido é uma mistura de pessoas. A gente não tem de se entender 100% das vezes, mas temos que escutar o outro com reverência. O Partido Republicano é outro lado disso, é um ilustrado. Ele falou, acabou”, diz Alves, se referindo ao domínio do ex-presidente Donald Trump sobre o partido.
Deputado estadual de Connecticut e colega de Alves, Farley Santos avalia que Kamala poderá atrair mais votos entre a comunidade de brasileiros com cidadania americana por também ser filha de imigrantes. “A gente pode reconhecer nela a nossa história”, aponta.
Santos nasceu em Minas Gerais e veio para os Estados Unidos com sete anos. “Minha família sempre esteve envolvida na política lá no Brasil. E cá, para mim, entrar na política foi uma forma de fazer segmento da comunidade”, afirma.
“No Brasil, temos um sistema bom, mas a devassidão sempre foi um problema. Mesmo quando meus avós eram prefeitos da cidadezinha de onde viemos, no interno de Minas Gerais, ouvia-se casos. Cá é mais difícil para as pessoas serem corruptas”, diz. “Cá, um deputado estadual não é remunerado porquê no Brasil. O salário é muito pouco e a pessoa tem de ter outro tipo de curso.”

Roberto Alves e Farley Santos, políticos de origem brasileira e filiados ao Partido Democrata (Rafael Balago/Fiscalização)
Voto dos imigrantes
Um fenômeno recente que tem movimentado o debate político americano é o voto de eleitores de origem imigrante em candidatos conservadores — e, em alguns casos, anti-imigração. Tradicionalmente, esses eleitores votavam com o partido democrata. Para a deputada estadual Priscila Santos, de Masssachussets, uma das razões para isso são as diferenças culturais.
“De convenção com organizações porquê a Voto Latino, a forma porquê estamos apresentando os argumentos faz sentido para a mentalidade americana, mas não para a nossa mentalidade. A questão do monstruosidade, por exemplo. Nós, culturalmente, cremos que o monstruosidade é uma questão privada que se discute em morada. Quando se argumenta assim, os eleitores latino-americanos acreditam que é uma abordagem pró-choice (em prol de permitir o monstruosidade), enquanto os americanos entendem que é uma questão pro-life (anti-aborto). Portanto, é uma questão de tentar enquadrar a narrativa para uma forma dissemelhante de ver o mundo”, diz Sousa.
A deputada avalia que, para atrair mais eleitores latinos para votar, é preciso aumentar o número de pessoas de origem estrangeira na política. “Precisamos ter mais brasileiros eleitos a cargos públicos cá. Quando os brasileiros e nossos filhos se veem nos lugares onde as decisões estão sendo tomadas, no Legislativo, no Executivo, gera uma curiosidade e vai ter um efeito não só nas futuras gerações, mas nos brasileiros que estão jurando à bandeira americana agora”, diz ela, sobre os imigrantes que estão se tornando cidadãos dos EUA e, com isso, garantindo o recta a votar no país.
Ela disputou sua primeira eleição aos 28 anos: tentou ser prefeita de Framingham, cidade nos periferia de Boston com uma grande população de origem brasileira. Não conseguiu, mas recomeçou na política com passos menores, porquê integrar um comitê escolar e, depois, ser vereadora de Framingham, onde chegou ao função de presidente da Câmara Municipal.

Priscila Sousa, deputada estadual por Massachussets (Luciano Padua/Fiscalização)
No função de deputada desde 2023, ela tem buscado ajudar a aumentar as proteções previstas em lei. “Depois da Presidência de Donald Trump, vimos que temos que usar a autonomia dos estados para proteger os cidadãos, principalmente as mulheres. Temos feito um trabalho para codificar algumas decisões da Suprema Namoro e incluí-las na lei de Massachusetts. Assim, se tiver alguma mudança de decisão da Suprema Namoro, Massachusetts continua sendo o que chamamos de santuário, liberal em tudo”, diz, citando casos porquê o que a Suprema Namoro retirou o recta ao monstruosidade em 2022.
Os três brasileiros entrevistados dizem que ainda é cedo para pensar nos próximos passos e que uma das prioridades é atrair mais brasileiros com cidadania americana para entrar na política. “Estamos trocando figurinhas e tentando fabricar o Brazilian Caucus (grupo parlamentar) dentro da Câmara estadual de Massachusetts, e pensar porquê podemos recrutar outros brasileiros para se candidatarem”, diz Sousa.
Nas eleições de novembro, Sousa buscará a reeleição, mas não tem concorrente. As eleições legislativas nos Estados Unidos são distritais, e cada parlamentar disputa os eleitores exclusivamente de determinada região. “Estamos usando levante tempo para ajudar em outras campanhas e para recrutar brasileiros e inaugurar uma preparação, para que eles observem porquê as campanhas funcionam e, daqui a dois anos, estejam preparados para se candidatarem”, diz a deputada.