Fechamento de bloco petroleiro em reserva na Amazônia equatoriana levará 5 anos

Rodrigo BUENDIA

Indígenas waorani protestam em frente ao ministério da Vigor em Quito, 20 de agosto de 2024, pedindo que o governo respeite a decisão da consulta popular que pediu o termo da extração de petróleo no Parque Vernáculo do Yasuní, na Amazônia equatoriana

Rodrigo BUENDIA

O fechamento de um importante conjunto petroleiro em uma suplente na Amazônia equatoriana, deliberado em uma consulta popular que estabeleceu prazo até agosto, levará pelo menos cinco anos, informou, nesta quarta-feira (21), o ministro da Vigor, Antonio Goncalves.

A suspensão das atividades para deixar no subsolo o petróleo no conjunto 43, no parque Yasuní (leste), que integra a suplente mundial da biosfera, levará “cinco anos e cinco meses”, disse o funcionário ao meato Teleamazonas.

“Já vamos encetar fechando alguns poços. Não houve investimento em ITT (campos Ishpingo, Tambococha e Tiputini)” desde a consulta popular de 20 de agosto de 2023, acrescentou.

Cinquenta e nove por cento dos eleitores equatorianos decidiram nas urnas deixar o petróleo do conjunto 43 ou ITT debaixo da terreno por prazo indeterminado.

O procuração estabeleceu a retirada progressiva e ordenada de toda a atividade relacionada com a extração nesta extensão em um ano, o que o governo não cumpriu e, ao contrário, seguiu extraindo mais de 50.000 barris por dia.

Goncalves ressaltou que um comitê governamental, criado pelo presidente Daniel Noboa, no função há nove meses, preparou um projecto de retirada, que “é o mais rápido e que, ao mesmo tempo, assegura mitigar ao sumo qualquer risco ambiental, jurídico, financeiro, social que isto, que é inédito, possa promover”.

“Nunca, em nenhum país, isto foi feito. Não existe um guia para poder fazê-lo, não há regulamentos, não temos realmente um exemplo a seguir”, afirmou.

Ocupando unicamente 0,08% do um milhão de hectares do parque amazônico protegido, o conjunto 43, a função da estatal Petroecuador, é o principal de todos os que produzem dentro do Yasuní, onde vivem vários povos originários, alguns em isolamento voluntário.

“Temos que fazê-lo de uma forma pragmática, segura, sem ter nenhum tipo de impacto ambiental e social”, acrescentou.

Na terça-feira, em Quito, tapume de 50 indígenas waorani, que vivem no Yasuní, e ambientalistas protestaram em frente à sede do Ministério da Vigor pedindo que se cumpra o fechamento do ITT, conforme o estabelecido pela consulta popular. Especialistas independentes em direitos humanos da ONU e ONGs se somaram à reivindicação.

O Executivo informou, no mesmo dia, que para Noboa “seu compromisso de honrar esta decisão se mantém firme”.

No ano pretérito, o Equador estimou perdas de 16,47 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 80 bilhões, em cotação da quadra) em duas décadas com o fechamento do conjunto 43.

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