Na Finlândia, o medo da guerra criou um cenário prospero para startups de defesa

HELSINQUE – A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, acelerou uma transformação significativa na Finlândia, que, até logo, vivia em um estado de neutralidade em termos militares. A adesão à Organização do Tratado do Atlântico Setentrião (OTAN) em 2023, unindo-se à coligação depois décadas de fora, resultou em ameaças da Rússia e agora exige alistamente obrigatório dos homens e um retorno anual aos quartéis para atualização de habilidades e estratégias de combate. Por consequência, o envolvente empreendedor também se voltou ao militarismo, ao longo das últimas duas décadas, o país assistiu a um incremento vertiginoso na geração de empresas de resguardo, saltando de 8 em 2000 para 23 em 2023. Esse aumento inesperado em um setor antes restrito e com uma média de 2 a 4 empresas por dezena durante o século XX mostra a resposta da indústria à urgência de modernização e adaptação.

Um dos casos mais emblemáticos desse fenômeno é o da ICEYE, uma startup que foi criada em 2014 com um foco inicial no monitoramento climatológico por satélite. A empresa se especializou nos dispositivos que funcionam com um radar de preâmbulo sintética (SAR, Synthetic Aperture Radar), tecnologia utilizada para observar a Terreno transpassando nuvens, poluição e outras condições climáticas usando frequências de luz e rádio. No entanto, à medida que as tensões geopolíticas na região aumentaram, a ICEYE rapidamente pivotou seu protótipo de negócios.

“Em 2018, lançamos nosso primeiro dispositivo. E neste ano, a empresa já havia posto em trajectória mais de 38 satélites SAR, mantendo a maior constelação de satélites do mundo com essa tecnologia”, conta Rafal Modrezwsk, CEO e cofundador da ICEYE. Modrezwsk explica porquê a dimensão da constelação permite, além de fotos noturnas, uma atualização em subida definição de qualquer secção da Terreno com intervalos de 1 hora. 

Com tantos satélites em trajectória, logo a tecnologia se mostrou útil para Ucrânia suportar a guerra. Em agosto de 2022, a startup firmou um contrato com a Serhiy Prytula Charity Foundation, proporcionando ao governo ucraniano chegada a imagens de radar de subida solução para monitoramento de áreas críticas da região em guerra. “Esse chegada à tecnologia de ponta permitiu que as forças ucranianas obtivessem informações vitais, antecipando ataques e traçando estratégias de artilharia”, diz Modrezwsk.

O papel da ICEYE não é um caso só. Outras startups de resguardo da Finlândia também têm ganhado destaque. A Sensofusion, por exemplo, desenvolveu o Airfence, um sistema de resguardo projetado para detectar e neutralizar drones, um tipo de ameaço cada vez mais relevante em cenários de guerra modernos. A empresa, que tem uma abordagem de produção massiva e preços fixos, destaca-se pela padronização de seus produtos, o que os torna mais acessíveis a uma variedade de clientes, incluindo forças militares de diferentes países da OTAN. O Airfence tornou-se um bestseller no mercado de resguardo, e a Sensofusion tem sido vista porquê uma empresa promissora em um mercado global competitivo.

Além de inovações tecnológicas, a Finlândia tem atraído investimentos substanciais para o setor de resguardo. De convenção com Youssef Zad, economista-chefe da Finnish Startup Community, o volume de licenças concedidas para exportação de produtos de resguardo quintuplicou nos últimos anos. O valor estimado dessas exportações atingiu 2,6 bilhões de euros em 2023, e a previsão é que esse número chegue a 10 bilhões de euros até 2030. A razão desse incremento está em grande secção no suporte estratégico da União Europeia, que visa aumentar a participação de países da OTAN nas aquisições de resguardo, diminuindo a subordinação de fornecedores dos Estados Unidos.

Esse movimento de expansão da indústria de resguardo na Finlândia reflete também uma mudança no comportamento de investidores. Keith Bonnici, diretor de investimentos da Tesi, um dos maiores fundos de venture capital do país, observa que o investimento em startups de resguardo tem sido crucial para esse incremento. A Tesi, que gerencia mais de 200 milhões de euros em fundos, ampliou suas operações para investir não só em empresas tecnológicas convencionais, mas também em empresas de resguardo e segurança, com investimentos que podem atingir 50 a 60 milhões de euros.

A influência desse setor é tamanha que as empresas de resguardo finlandesas se tornaram vitais para a segurança regional e global, principalmente no contexto das novas relações geopolíticas que se desenharam depois a guerra na Ucrânia. As empresas de resguardo não unicamente estão atendendo às necessidades de segurança interna da Finlândia, mas também desempenham um papel importante na proteção das fronteiras da Europa.

O incremento das empresas finlandesas de resguardo também tem um impacto positivo na economia do país. Com um número crescente de empresas especializadas e novos produtos no mercado, o país está se tornando um hub de inovação tecnológica no setor de segurança. Outrossim, a possibilidade de exportação para outros países da OTAN e para regiões porquê os Estados Unidos está posicionando a Finlândia porquê um meio de superioridade em resguardo tecnológica.

(O repórter viajou a invitação da Business Finland)