Christopher Garman: O que virá do tão esperado pacote de corte de gastos?
O tão aguardado pacote de incisão de gastos do governo Lula está prestes a ser anunciado, e os sinais são promissores, segundo Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia. Apesar da morosidade na tomada de decisão, que tem aumentado o nervosismo no mercado financeiro, Garman acredita que isso não indica irresolução por secção do presidente.
Lula não somente consultou seus ministros da superfície econômica e o dirigente da Lar Social, mas também convocou todos os ministros das áreas sociais que podem ser impactados com essas medidas. Aliás, o presidente iniciou consultas com as lideranças no Congresso.
Preparação para um cenário econômico provocador
O comentador avalia que o governo Lula está cada vez mais convicto da premência de ajustar as contas públicas. O objetivo é fabricar condições para reduzir as taxas de juros antes da próxima eleição presidencial. Aliás, há preocupações no Palácio do Planalto com a provável eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, não somente por razões políticas, mas também econômicas.
“A eleição de Trump pode trazer políticas econômicas nos Estados Unidos que aumentam a inflação, fortalecem o dólar e enfraquecem o real”, diz Garman. Essa perspectiva reforça a premência de o Brasil se preparar para um envolvente extrínseco potencialmente provocador.
Expectativas para o pacote de medidas
Quanto ao teor do pacote, Garman aposta que o valor do incisão pode ser um pouco mais ressaltado do que o inicialmente esperado. Mais importante ainda, ele sugere que as medidas podem incluir mudanças significativas nos pisos constitucionais para o orçamento de instrução e saúde, além de uma mudança nas regras de reajuste do salário mínimo.
Essas alterações, se confirmadas, representariam uma abordagem mais abrangente e estrutural para o controle dos gastos públicos, indo além de cortes pontuais e buscando uma reformulação mais profunda na gestão das despesas governamentais.