
Brasil e China fecham acordos que podem render mais de US$ 500 milhões ao agro brasileiro
A China, principal parceiro mercantil do Brasil, abriu mais quatro mercados para produtos do agronegócio brasiliano. Os acordos foram firmados durante o encontro bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, realizado em Brasília nesta quarta-feira, 20.
“O agronegócio continua a prometer a segurança nutrir chinesa. O Brasil é, desde 2017, o maior fornecedor de vitualhas da China”, afirmou o presidente Lula durante o evento.
O ministro Carlos Fávaro disse que a reaproximação diplomática entre os dois países, que celebram 50 anos de relações bilaterais em 2024, abre novas oportunidades de cooperação.
“O Brasil já se mostrou um país confiável uma vez que maior fornecedor de vitualhas e vontade renovável e, com gente vocacionada, tecnologia e sustentabilidade, podemos ampliar ainda mais as parcerias”, declarou.
De convenção com a Secretaria de Negócio e Relações Internacionais do Planta, os acordos firmados ao longo de 2023 têm um potencial mercantil de US$ 450 milhões por ano, podendo superar US$ 500 milhões com a ampliação do mercado.
“A China importa quase US$ 7 bilhões desses produtos e o Brasil vem se consolidando uma vez que um parceiro estratégico e confiável”, afirmou o secretário Luis Rua.
Commodities brasileiras
A China, maior importadora de gergelim do mundo, representando 36,2% das importações globais, desembolsou US$ 1,53 bilhão em 2023.
O Brasil, que ocupa a sétima posição no ranking de exportadores, com 5,31% do negócio global, tem expandido suas áreas de cultivo da commodity.
Já no mercado de farinha de peixe, que movimentou US$ 2,9 bilhões em 2023, o Brasil teve uma participação discreta de 0,79%.
No caso do sorgo, a China importou US$ 1,83 bilhão no último ano, sendo a maior segmento proveniente dos Estados Unidos, enquanto o Brasil contribuiu com exclusivamente 0,29% do volume global.
Nas uvas frescas, a China, grande consumidora de frutas premium, importou US$ 480 milhões em 2023. O Brasil, com 2% de participação no negócio mundial da fruta, tem avançado significativamente nesse mercado.
Para exportar uvas frescas, os estados de Pernambuco e Bahia serão os principais responsáveis, com pomares, casas de embalagem e instalações de tratamento a insensível seguindo boas práticas agrícolas e devidamente registrados no Planta.
Já as exportações de farinha de peixe, óleo de peixe e outras gorduras e proteínas derivadas de pescado dependerão de empresas que adotem o sistema APPCC (Estudo de Perigos e Pontos Críticos de Controle) ou gerenciamento fundamentado nos mesmos princípios, além de garantirem recall e rastreabilidade dos produtos.
As matérias-primas precisarão ser provenientes de pescado tomado em zonas marítimas domésticas ou em mar simples, criações em cativeiro ou subprodutos destinados ao consumo humano – os registros para exportação terão validade de cinco anos e precisarão ser aprovados pelos governos brasiliano e chinês.