Dividendo extraordinário e ROE acima de 20%: os planos do Itaú depois do lucro de R$ 10 bi

O Itaú (ITUB4) conquistou nesta terça-feira, 7, seu primeiro resultado supra de dois dígitos na última traço do balanço. O maior banco privado brasílio teve um lucro líquido de R$ 10,072 bilhões no segundo trimestre deste ano – subida de 15,2% em 12 meses. 

Apesar de robusto, o resultado não foi uma surpresa: ficou unicamente 1% supra do consenso Bloomberg e reforçou o grande mantra da gestão de Milton Maluhy Fruto: a tenacidade. A rentabilidade do banco medida pelo retorno sobre patrimônio líquido (ROE) vem superando a marca dos 20% no quarto trimestre de 2021 e, segundo o CEO, não há razões para confiar que o resultado irá perder a sustentabilidade daqui para frente.

“É verosímil continuar trabalhando com ROE supra de 20%. Não antevemos nenhuma razão para não continuar seguindo à risca o guidance”, disse Maluhy em coletiva nesta quarta-feira, 7, para comentar os resultados do banco no segundo trimestre. O banco não fornece guidance para o ROE, mas, com as demais estimativas apresentadas, os analistas costumam calcular um lucro líquido e uma rentabilidade implícita aos indicadores.

“Daqui para frente a gente vê uma boa dinâmica em todas as linhas do balanço, com capacidade de crescer carteira com qualidade”, afirmou. A carteira de crédito do Itaú cresceu 8,9% para R$ 1,254 trilhão no segundo trimestre, e o guidance para o ano é de propagação entre 6,5% e 9,5% no reunido de 2024.

Dividendo inimaginável a caminho

Com os indicadores em trajetória de subida, aumenta a expectativa dos investidores pela distribuição de dividendos. “Estamos trabalhando com excesso de capital divulgado, mas preferimos olhar para frente e seguir eventos que possam surgir no tempo – regulatórios principalmente”, apontou o CEO.

Maluhy confirmou, no entanto, que a distribuição está no radar. “Com as informações que tenho hoje, certamente haverá [distribuição de] dividendo inimaginável.”

A magnitude dessa distribuição será discutida internamente no banco para os resultados do quarto trimestre de 2024, que serão divulgados no início do próximo ano. 

Em sua última distribuição, referente ao de 2023, o Itaú pagou R$ 11 bilhões em dividendos extraordinários e R$ 4,3 bilhões em juros sobre capital próprio – montante três vezes superior ao que havia sido pago em 2022.