Halle Berry diz que carregou o fracasso de “Mulher-Gato” sozinha

ESTADÃO CONTEÚDO

Halle Berry diz que carregou o fracasso de “Mulher-Gato” sozinha

Diante da iminência do natalício de 20 anos de

Mulher-Gato

, a atriz Halle Berry
diz ter sobrecarregado o fracasso do filme
sozinha. Em entrevista à Entertainment Weekly, a vencedora do Oscar lembrou o sentimento posteriormente a produção receber duras críticas do público e da prensa.

“Porquê uma mulher negra, estou acostumada a carregar nas costas a negatividade, a lutar, a ser o peixe que zero contra a manante sozinha. Estou acostumada a desafiar os estereótipos e a encontrar uma saída”, disse, pontuando que nunca considerou se deixar combalir pela péssima recepção.

“Publicidade negativa sobre um filme? Não amei, mas isso não ia parar meu mundo ou me impedir de fazer o que senhoril fazer”, concluiu.

Na idade das filmagens, Berry admitiu que sentia que talvez o filme pudesse não ter o mesmo impacto que outras produções baseadas em quadrinhos. Para ela, a trama, centrada no embate da

Mulher-Gato

contra uma empresa de cosméticos, não oferecia riscos tão grandiosos quanto as demais histórias de heróis. Porém, a atriz nunca considerou que o longa teria oferecido inexacto.

O primeiro sinal do hate veio com o vazamento de imagens do uniforme da personagem. O traje, idealizado pela premiada Colleen Atwood, deveria dar à

Mulher-Gato

um espírito rock’n’roll e servir de meneio à Bond Girl de Berry, segundo a produtora Denise Di Novi. Mas os fãs, na idade, não enxergaram as referências com bons olhos.

“Era um pouco dissemelhante, mas, na nossa cabeça, por que ficaríamos refazendo a

Mulher-Gato

se não fossemos assumir riscos e trazer um pouco dissemelhante?”, questionou Berry.

Com a estreia, em julho de 2004, a situação se agravou de trajo. Orçado em 100 milhões de dólares, o filme teve uma bilheteria de estreia de exclusivamente 16,7 milhões de dólares no mercado norte-americano. No final do seu período em papeleta,

Mulher-Gato

somou exclusivamente 82,4 milhões de dólares no mundo inteiro.

Porquê sinal da péssima recepção de público e sátira, o longa foi eleito o pior filme do ano pelo Framboesa de Ouro, premiação satírica que ainda “reconheceu” Berry uma vez que a pior atriz. Em uma atitude ousada, que surpreendeu a organização e os espectadores, Berry foi receber o troféu em mãos, acompanhada do seu Oscar.

Entre as muitas reclamações ao filme estava a falta de menção ao Batman, herói que tradicionalmente se envolve com a

Mulher-Gato

nas HQs – ora uma vez que rivais, ora uma vez que amantes. Porém, essa foi uma exigência do estúdio logo que o projeto foi proposto.

Outro oferecido importante é que, por pedido dos executivos da Warner Bros., o filme sofreu com as muitas versões do roteiro e até com refilmagens. Por exemplo, Ed Solomon, roteirista de Homens de Preto, chegou a ortografar uma história, que foi descartada semanas antes do início das filmagens.

Renascimento

Se nos anos 2000, críticos e fãs dos quadrinhos lamentaram o tom inédito, duas décadas depois Mulher-Gato encontrou seu público. Hoje, a produção é valorizada por ser camp e é considerada até um clássico cult para uma geração mais novidade de cinéfilos.

“As novas gerações não sabem o que foi dito lá detrás. Eles o descobrem por conta própria e apreciam seus méritos sem guiados a pensar de determinada maneira”, analisou a atriz.

Lançado originalmente em 23 de julho de 2004,

Mulher-Gato

está disponível para aluguel e compra nas principais plataformas digitais.

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