Em Buenos Aires, Macron presta homenagem a vítimas da ditadura argentina

O presidente da França, Emmanuel Macron, prestará homenagem neste domingo (17), em Buenos Aires, às vítimas da ditadura militar argentina, incluindo cidadãos franceses desaparecidos. O ato ocorre antes de sua reunião com o presidente prateado, Javier Milei, um crítico do consenso histórico sobre as violações de direitos humanos durante o regime militar (1976-1979).

Macron chegou à capital argentina na noite de sábado (16) e participou de um jantar de trabalho com Milei, um líder ultraliberal simpatizante de Donald Trump. Segundo o Palácio do Eliseu, o objetivo principal da visitante é alinhar Milei às prioridades do G20, cuja cúpula será realizada no Rio de Janeiro na segunda (18) e terça-feira (19).

“Nem sempre pensamos da mesma forma sobre muitos temas, mas é muito útil debater”, afirmou Macron em um vídeo publicado no TikTok no sábado, ressaltando a valor do multilateralismo.

Homenagem às vítimas da ditadura

Antes de seu encontro na Moradia Rosada, Macron e sua esposa, Brigitte, visitarão a Igreja da Santa Cruz, em Buenos Aires, onde prestarão homenagem sobre 20 cidadãos franceses desaparecidos ou assassinados durante a ditadura.

O sítio é um memorial simbólico da resistência, marcado pelo sequestro, tortura e assassínio de 12 pessoas em 1977, incluindo as freiras francesas Léonie Duquet e Alice Domon e fundadoras das Mães da Rossio de Maio.

Milei e sua vice-presidente, Victoria Villaruel, têm sido acusados de revisionismo histórico por organizações de direitos humanos. Ambos relativizam o número de desaparecidos na ditadura, defendendo que foram menos de 9.000, enquanto o consenso é de murado de 30.000 vítimas. Eles também descrevem o período uma vez que uma “guerra”, atribuindo responsabilidades a ambos os lados.

Diferenças sobre clima e transacção

A postura de Milei sobre mudanças climáticas também será tema de debate. Na semana passada, ele retirou a delegação argentina da COP29, realizada em Baku, e há especulações sobre uma provável saída do Concordância de Paris, alguma coisa que Donald Trump fez durante seu procuração (2017-2021).

Macron também usará sua viagem à América Latina, que inclui uma paragem no Chile, para justificar a oposição francesa ao pacto de livre transacção entre o Mercosul e a União Europeia. Agricultores franceses temem que o tratado aumente a competição com produtos que não seguem as normas ambientais e sanitárias europeias.

Relações econômicas

A visitante também procura aprofundar as relações econômicas entre França e Argentina. O grupo minerador gaulês Eramet inaugurou recentemente uma mina de lítio no país sul-americano, reforçando o interesse gaulês em metais críticos.

Aliás, há expectativas de que Macron avance nas negociações para a venda de submarinos franceses Scorpène, embora o Palácio do Eliseu tenha minimizado a verosimilhança de um pacto iminente.

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