
Da roça para Paris: a história inspiradora do atleta “Maranhão” que irá disputar as Olimpíadas
Quanto tempo podemos levar para realizar um sonho? Para o desportista Welington Silva Morais o tempo que for necessário. Posteriormente 15 anos de muito treinos e tentativas, ele será um dos atletas que vai simbolizar o Brasil nas Olimpíadas de Paris deste ano na modalidade lançadura de peso.
Nascido na região rústico de Imperatriz, no bairro Bom Jesus, o desportista recebeu o sobrenome de “Welington Maranhão”, graças ao seu estado de origem, e desde cedo preciso se livrar de muitos pesos da verdade. Aos 6 anos já foi trabalhar na roça para ajudar a mãe e a avó que viviam em condições difíceis.
“Em algumas regiões do Nordeste é muito complicado. A rapaz aprende a trabalhar cedo porque senão passa urgência e eu fui uma dessas crianças. Às vezes não tinha o que consumir”, diz o desportista que morava em uma moradia de bairro.
O repto de Maranhão era de chegar mais longe e de mudar a situação em que sua família vivia, por isso estudava de manhã e trabalhava de tarde, mas era de noite que vinha a maior motivação. “Eu sempre quis mudar aquela situação. Eu não suportava ver minha mãe chorando à noite, por conta de não ter zero para consumir.”
Entre as atividades da rapaz, Maranhão tirava o mato, limpava todo o terreno para depois plantar as sementes. “Plantava, colhia e vendia arroz e feijoeiro. Essa era a renda da minha família na era”.
Maranhão é o primeiro desportista da família, e a sua mana está buscando se primar no mundo do esporte por meio do judô. A proximidade com a modalidade de lançadura de peso começou em um projeto social da cidade onde Maranhão se destacou na queimada. Devido ao porte físico, por ser cimeira e poderoso, Maranhão teve o juízo de tentar o lançadura. Aos 10 anos começou a treinar, com lançamento de oferecido, e no primeiro ano de competição ganhou os nacionais do maranhão e o brasílico escolar. E aos 13 anos recebeu uma proposta para morar em Londrina.
“Aos 13 anos saí de moradia com uma mochila e uma nota de 50 reais para eu consumir na estrada. Esse foi o início de um sonho”.
Maranhão, desportista olímpico de lançadura de peso: “Não vai ser todo dia milénio maravilhas, haverá dias difíceis, e você terá que ter uma cabeça muito boa para superar esses obstáculos” (Clube Pinheiros/Divulgação)
Quanto tempo pode porfiar um sonho?
O sonho para Maranhão chegar nas Olimpíadas durou 15 anos. Isso porque além da modalidade, teve que mudar de técnico, de clube, além de passar dois anos machucado – mas nos últimos três anos, ele começou a fazer marcas expressivas. O desportista tem porquê marca 2101, que é a segunda maior marca da história do lançadura do peso no Brasil e a terceira da história da América do Sul. “Esse resultado me deixa muito orgulhoso e otimista para as Olimpíadas deste ano”.
O vestuário de esperar tanto tempo para realizar um sonho não é para qualquer um, ainda mais para quem procura uma vaga no maior campeonato de esporte do mundo, mas Maranhão diz que há um sigilo para conseguir focar em um objetivo de longo prazo.
“O maior sigilo é ter a saúde mental, porque o corpo ele pode estar em um dia ruim, mas o que manda é a cabeça. Não vai ser todo dia milénio maravilhas, haverá dias difíceis, e você terá que ter uma cabeça muito boa para superar esses obstáculos”.
A inspiração de Maranhão: sua avó
Um dos obstáculos de Maranhão foi a perda da sua avó durante o Mundial em Oregon, nos Estados Unidos, em 2022. “Ela é a pessoa que eu me inspiro todos os dias. É a pessoa que sempre esteve comigo ali nos momentos bons e ruins”, diz o desportista que lembra com carinho de sua avó que quebrava coco babaçu.
Caso Maranhão traga a medalha olímpica para moradia, ela será dedicada à sua avó. “Ser desportista não é uma profissão fácil. O caminho é muito estreito. Você tem que furar mão de muitas coisas, vai perder muitas coisas importantíssimas para você durante essa marcha, no meu caso, a despedida da minha avó foi uma delas, mas no final você vai ver que tudo aquilo que você passou terá um resultado.”
Indo mais longe
Mesmo com toda a dificuldade, Maranhão terminou os estudos da escola e decidiu iniciar a faculdade de fisioterapia, que ele teve que trancar no último semestre para se destinar às Olimpíadas deste ano.
Com 27 anos, Maranhão procura praticar o lançadura de peso até o corpo manter, mas também tem planos para a vida pós-atleta.
“Vou ser fisioterapeuta, voltar para a minha cidade e inaugurar uma novidade vida. Pretendo trabalhar por lá, furar uma clínica e seguir minha vida simples e enxurro de alegria.”
A origem do lançadura de peso
A modalidade olímpica do lançadura de peso surgiu nos primeiros Jogos Olímpicos modernos, realizados em Atenas, Grécia, em 1896. Desde portanto, o lançadura de peso tem sido uma presença metódico no programa olímpico de atletismo para os homens. A versão feminina do lançadura de peso foi incluída nos Jogos Olímpicos pela primeira vez em 1948, durante as Olimpíadas de Londres.
O lançadura de peso requer uma técnica precisa e refinada para jogar uma esfera de metal o mais distante provável. Para isso, existem duas principais técnicas: o giro (rotational technique) e o deslocamento lateral (glide technique). Ambas exigem anos de prática para serem dominadas.
Até o momento, o Brasil não conquistou uma medalha olímpica na modalidade de lançadura de peso, tanto na categoria masculina quanto na feminina. A modalidade tem sido uma espaço desafiadora para os atletas brasileiros nas Olimpíadas.