Desigualdade de raça impacta acesso à renda das famílias, diz gerente do Pacto pela Equidade Racial

Enquanto profissionais brancos têm o rendimento médio de R$ 3.273, os pretos e pardos recebem unicamente R$ 1.994, valor 64% menor. A informação é Recenseamento do Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística de 2022, que ainda revela que os trabalhadores negros ocupam a maior secção (54,2%) das posições no mercado de trabalho.

Para Guibson Trindade, gerente do Pacto de Promoção da Justiça Racial, o cenário de desigualdade social que o Brasil vive tem porquê origem as problemáticas de raça. “No mercado corporativo, isso reflete no chegada restringido a renda e trabalho formal”, explica. Para ele, o país vive um período extenso de subemprego e de romantização do empreendedorismo – mesmo que por premência, quando não se consegue uma colocação.

Discutir e combater as desigualdades sociais atreladas ao racismo é a missão principal do Pacto de Promoção da Justiça Racial, iniciativa lançada em 2021 que procura mobilizar as empresas pela inclusão da população negra nas corporações.

O motivo dessa preocupação se relaciona até mesmo com a estrutura econômica das famílias afrobrasileiras. “Quando uma pessoa negra acessa um trabalho de qualidade, ela não só transforma sua própria veras, mas também a da sua família”, explica Trindade. O impacto na melhoria econômica é visto ainda em aspectos de saúde, ensino e sustento daquela comunidade.

O Pacto conta hoje com mais de 80 empresas signatárias, que integram a estratégia da iniciativa para trabalhar ações afirmativas e de relação com a comunidade na melhoria das disparidades sociais. Entre as ações estão a autoidentificação racial, melhoria dos canais de denúncias de violências e o investimento das empresas para formar profissionais diversos em todas as áreas de atuação.

Trindade explica que os signatários do Pacto ainda contam com um sistema online para que calculem seu “índice de desequilíbrio racial”. Trata-se de uma estudo numérica do impacto – positivo e negativo — da corporação, o que permite a formulação de um planejamento estratégico em prol da volubilidade.

A desigualdade econômica também é racial

Para Guibson, emendar esses aspectos conta com o papel das empresas. “Nosso trabalho procura conectar as companhias com profissionais negros qualificados, mostrando que esses trabalhadores existem e devem ser reconhecidos”, explica.

Ele analisa que nos últimos anos, o cenário racial nas empresas obteve melhoria em alguns setores, porquê varejo e serviços, que abriram muitas vagas voltadas para profissionais negros desde a pandemia. Outras áreas, porquê saúde e o mercado financeiro, ainda contam com lacunas históricas até a plena volubilidade.

O principal empecilho atualmente é prometer que esses profissionais alcancem cargos de média e subida liderança, tarefa que ainda esbarra em prometer que eles se sintam pertencentes na cultura da empresa.

“Embora tenhamos conquistas simbólicas, precisamos discutir porquê apressar esse movimento”, conta. “Não há mais volta: a agenda racial já entrou na cultura. Agora, é hora de dar corpo e peso a ela.”

Para mulheres negras, o cenário é pior

A desigualdade econômica, muito influenciada pela diferença salarial, é agravada com a interseccionalidade de gênero. Uma pesquisa da FGV/Ibre de 2023 aponta que as mulheres negras ganham até 48% do salário dos homens brancos. Além da menor remuneração, elas ainda contam com mais dificuldades para crescer ao topo das companhias.

Foi com o intuito de expandir as oportunidades para as mulheres que a organização criou o Pacto das Pretas, coletivo e fórum que reúne muro de 2 milénio mulheres negras todos os anos na discussão sobre as suas vivências, violências vividas e as oportunidades no trabalho. O objetivo é ouvir a voz daquelas que raramente chegam às posições de tomada de decisão.

Guibson explica que elas estão na base da pirâmide socioeconômica, ainda enfrentando sobrecargas adicionais ao trabalho formal, porquê cuidar da família e da moradia.

Ele aponta que, além da melhoria educacional e da correção das desigualdades de remuneração, dois pontos são fundamentais para a melhor qualidade de vida de mulheres negras nas empresas:

A rede de pedestal garante que elas tenham um envolvente hospitaleiro no mercado de trabalho, porquê grupos de afinidade e espaços de aquilombamento. Já o desvelo com a saúde mental a partir de programas corporativos pode ajudar a preparar jovens pretos para as cobranças do mercado – que recaem ainda mais sobre essa população por conta do racismo estrutural.

Ainda em 2024, o Pacto pela Promoção da Justiça Racial procura apressar a jornada de volubilidade nas empresas, as principais responsáveis atualmente pela correção das desigualdades de remuneração. “Empresas que assumem esse compromisso geram impactos amplos. Prometer o diálogo das boas práticas entre elas pode apressar a taxa”, explica.

Nos dias 27 e 28 de novembro, a iniciativa realiza a Conferência Empresarial ESG Racial, terceira edição do evento que discute a integração da volubilidade com o desempenho das empresas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas a partir deste site.

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