Lagos da Amazônia perdem até 18% da área pela seca extrema em outubro

O cenário de seca na Amazônia vem se agravando. Em outubro, os lagos com mais de 10 hectares viviam uma subtracção de tapume de 18% na verificação com o mesmo período de 2023. Em setembro, a extensão das águas abertas da Amazônia Mediano era de 51.775 km², enquanto o mesmo mês do último ano contabilizou 57.624 km² — uma redução de quase 6 milénio km² de áreas úmidas.

As informações são de um estudo publicado nesta quarta-feira, 13, transportado por pesquisadores do Instituto Pátrio de Pesquisas Espaciais (INPE) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), o Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento da França (IRD) e a Universidade Tecnológica do Uruguai.

Os especialistas avaliaram mais 1.500 imagens de 2017 a 2024 e observaram uma vez que a cobertura da chuva tem um efeito também na vegetação e atividades do bioma.

O Rio Preto, maior rio em extensão da bacia amazônica, foi um dos mais impactados. O corpo d’chuva atingiu o menor nível em 120 anos.

De combinação com Daniel Maciel, responsável do estudo, a estiagem pode ser explicada por diversos fatores, uma vez que o aumento do desmatamento, dos incêndios florestais e do aumento da temperatura, que prolongam as secas. “Em alguns lagos, o calor superou os 40 graus Celsius”, conta.

Seca na Amazônia

O pior período observado foi entre novembro e dezembro de 2023, quando a cobertura da chuva nos lagos analisados teve uma redução de até 80% na verificação com a média do período de secas.

Entre os principais problemas causados pela redução do nível da chuva está o impacto negativo na subsistência dos moradores da região Amazônia, ou seja, mais de 30 milhões de pessoas. “A estiagem severa resulta em uma subtracção no chegada a provisões, instrução, remédios, transporte e chuva potável”, explica Maciel.

O impacto na biodiversidade é outra consequência, uma vez que a morte de peixes, que são a principal natividade de proteína bicho em muitas comunidades. Os cultivos na cultivação familiar, uma vez que a mandioca, também podem tolerar efeitos negativos.

Em novembro, a seca extrema afeta grande segmento da Bacia Amazônia, segundo o pesquisador Ayan Fleischmann, do Instituto Mamirauá. O caso tem exigido ações humanitárias, uma vez que a distribuição de kits emergenciais de tratamento de chuva para melhorar o chegada à chuva potável. Para ele, o trabalho não para aí. “É fundamental que se invista em medidas preventivas, uma vez que chegada permanente à chuva potável e a melhoria dos serviços de saúde”, explica.

Maciel complementa que o controle, redução e punição do desmatamento são ações necessárias para a redução dos danos causados pela queda no nível da chuva. “Estratégias de longo prazo, uma vez que combate a incêndios florestais, monitoramento do desmatamento ilícito e comitiva em tempo real dos biomas são algumas das ações importantes para combater as mudanças climáticas”, explica.

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