Como o apagão afetou as pesquisas e o que esperar da última semana da eleição em SP

O segundo vez da eleição para prefeito de São Paulo tem, até o momento, porquê personagem principal o apagão que afetou mais de 3 milhões de imóveis em toda a região metropolitana do estado e influenciou as pesquisas da semana.

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“Saiu o Pablo Marçal e entrou a chuva. Essa campanha em São Paulo é monotemática, mesmo com a cidade enfrentando questões tão complexas para discutir”, avaliou Cila Schulman no programa Eleições 2024 da EXAME.

A comentador aponta que o deputado federalista Guilherme Boulos (PSOL) respondeu imediatamente à crise, publicando vídeos e indo para as ruas para mostrar porquê a falta de luz afetou a população. O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) também acompanhou os trabalhos da prefeitura para mitigar os efeitos da tempestade.

“Boulos reagiu rápido, até porque o bairro dele ficou sem luz. Ele foi para a rua imediatamente. Mas Ricardo Nunes também reagiu, vestiu o colete da Resguardo Social e se mostrou atuante. Podemos expor que ficou no zero a zero”, disse.

Cila salienta que a situação fez o votante relembrar a dificuldade da cidade, uma vez que no primeiro vez a discussão girava em torno do comportamento dos candidatos frente a Marçal e suas provocações. “Começamos a discutir concessionária, zeladoria e a presença do governo federalista e estadual. Mas o que vemos é um apontando o dedo para o outro”, disse Schulman.

O resultado desse comportamento de Boulos e Nunes, segundo a presidente do Teoria, foi o aumento dos eleitores que afirmam que vão votar em branco, nulo ou não pretendem votar no dia 27 de outubro.

A pesquisa Datafolha mostrou uma oscilação negativa de Nunes, com intenções de voto migrando para brancos e nulos, enquanto a Quaest apontou que murado de 19% das pessoas na pesquisa estimulada não escolheram nenhum candidato.

“Nunes começa a se desgastar nesse tema, perdendo intenção de votos. Mas o problema é a repudiação a Boulos, pois esse votante que saiu de Nunes não foi para o Boulos”, explicou Schulman.

Menos debate e reta final do 2º vez

Cila Schulman aponta que a reta final da campanha terá menos debates que o esperado. Até o momento, três foram marcados, mas somente o da TV Bandeirantes, na segunda-feira, 14, ocorreu. Nunes faltou aos debates da CBN e da Folha/UOL/RedeTV.

“Tenho pena que talvez tenhamos somente o debate da Orbe. Entendo a estratégia de não ir, um pouco geral para quem está primeiro nas pesquisas. A campanha evita o risco de um indumento novo”, disse.

O próximo debate, marcado para oriente sábado na TV Record, pode não descrever com a presença de Nunes, que condiciona sua participação à situação climática. A previsão é de fortes chuvas e ventos de até 90 km/h.

“Na minha visão, o prefeito já está sinalizando que não vai. Ele diz que se chover não irá, e sabemos que a previsão é de chuva. Isso é triste, porque o debate é uma oportunidade para o candidato fazer compromissos”, afirmou.

Sobre a reta final, Cila aponta que as campanhas estão focadas em atingir o votante pela internet, sem tanta presença nas ruas. Ela também afirma que o impacto das chuvas previstas para o término de semana pode ser importante para Nunes, que precisará continuar dando respostas à população.

“Nunes precisa falar com o São Pedro. As chuvas podem suscitar novo impacto, porquê na primeira vez, com perdas financeiras e de mobilidade. Uma repetição disso é ruim para quem está no poder”, completou.

Para Boulos, Cila vê que ele precisa de um indumento novo, mormente no debate da Orbe, que atrai mais atenção do eleitorado.

“A diferença é muito grande, são milhões de pessoas. Vejo um grande duelo para a campanha de Boulos virar o jogo nessa reta final, mas campanha é campanha”, concluiu.